sábado, novembro 29, 2008

Zahira Razi e Douglas Felis no Souq – Apresentação relâmpago para poucos privilegiados

Afinal, a grande apresentação é só amanhã.

E tudo começa com duas performances de Zahira com música gravada: Taht il Shibbak e Tamra Henna parte 2. Uma dança de movimentos delicados, minuciosos e muito limpos. Uma delícia de se ver. E o principal, criativa, sem nenhum ranço das interpretações consagradas: nada de Dina ou Naima Akef aqui. Nem mesmo da mestra Karina. Só Zahira, no auge de sua expressão. Linda.

Depois chegou Douglas, para mostrar a que veio. Não dá pra falar em meio termo: o cara toca bagarai. Começou com um solo de derbake.
E, vou te contar: não basta ser boa dançarina. É preciso ter fôlego, muito folêgo para dançar para Douglas. Porque ele toca bem. E rápido. E por muito tempo. Por sorte, Zahira, além de boa dançarina, está em muito boa forma. Foi lindo, claro. Mas... ufa!

Em seguida, voz e dois bendires (para que tocar um instrumento por vez, né?). Uma coisa mais ritmo, mais raiz, com acompanhamento de palmas. Muito bom.
No final, um solinho de daff de Douglas, o homem para o qual ainda não ensinaram que um daff é mais limitado que um derbake. Uma coisa.

Enfim, uma daquelas pérolas que eu agradeço muito a Deus por ter presenciado.^^ (E ultimamente ele tem sido um bocaaaaaado generoso.)

quarta-feira, novembro 26, 2008

Al Nur 2008 - Bento Gonçalves (RS)

UPDATE: AS FOTOS ESTÃO AQUI!

São tantas coisas a contar. Por onde começar, meu Deus?
"Roubaram meu F100 (cante-se "efetchento", que é como a italianada daqui pronuncia), non posso mais vortá pra Bento..." Bom, nada a ver, na verdade essa é só a musiquinha infame de que eu me lembrei quando decidi que faria a viagem.
Vou resumir a história, que foi uma novela. Não consegui hospedagem gratuita, nem carona, nem nada parecido, como aconteceria se eu me dispusesse a fazer show e workshop em qualquer outro lugar do Brasil que fique de São Paulo pra cima. Tive que ir por minha conta (pequena por sinal) e risco. Mas fui assim mesmo. Encasquetei que tinha que ver o solo da Ket. Ao vivo. Porque, afinal, Bento fica a apenas 2h daqui. Fui.
Também não contarei as peripécias de viagem, alojamento e de como é difícil achar uma manicure num sábado a tarde em cidade do interior (povo de lá que me perdoe, vocês são umas fofas, mas morro de amores por interior, não), sem agendamento prévio. Enfim, vamos ao show que interessa mais.

O SHOW

Tinha um número estupendamente grande de pessoas para as minhas expectativas. Fiquei feliz. Se aquilo tudo é família de bailarina, as famílias em Bento são gigantes. Clima bem legal.
O show começa com um baladi muito correto de Michele Pletsch. Em seguida veio a coreo de saidi campeã do Bento em Dança desse ano. Uma coreografia simples, mas forte. É a primeira vez que vejo Ket dançar e o olhar dela me captura de cara. Outra coisa que é muito gostosa de ver é como elas gostam de dançar umas com as outras.
Sinto falta dessa sensação de grupo – que já tive. A única coisa ruim dela é que, quando acaba, muitas pensam em desistir. Eu sou egoísta, sempre dancei muito para mim. Não voltada para mim, mas por motivos pessoais. Nem na pior das crises da vida, consegui parar.
(Digressão, digressão. Voltemos ao show.)
Eu não vou citar coreografia por coreografia porque o show foi enorme. Sério. Foi um dos mais longos show de dança que eu já assisti na minha vida – e foram muito curtos e raros os momentos em que ele ficou enfadonho (coisas de solo, vocês sabem).
Nunca tinha visto tantas coreografias de solo de derbake juntas. Mas não se perdeu a criatividade, nem ficaram chatas. Achei legal.
Khaleege, pandeiro, véus. Tudo muito gostoso, meninas muito empenhadas.
Mas eu tenho que falar. Do solo. Da Ket. Peraí.

O SOLO DA KET

Caraca, o solo da Ket, o solo da Ket, o solo da Ket. Normalmente sou mais fãs de mulheres feitas do que de meninas no palco. Mas a Ket sabia o que estava fazendo lá. Mesmo.
Desde o começo, como sei que ela é muito ligada na parte técnica, temia um surto pirotécnico a la Saida, sem muita emoção. Mas não. Ela pode não ter terminado de amadurecer, mas já é esperta como só as mulheres sabem ser.
O resultado foi um baladi seguro, gostoso, limpo. Criativo, sem deixar de ser raqs sharqi. Bonito que só. E o mais importante para mim: emocionado.
Ket não imita dançarinas maduras no palco. Nem finge ser a menininha que já não é. Ket tem exatamente o charme da sua idade, o frescor que a gente só tem aos 19 anos – e os aproveita integralmente.
Seu solo foi um doce. Tenho medo da palavra. Mas, para mim, o solo de Ket foi perfeito. Teria me enrolado o dobro e viajado o triplo para vê-lo. Se a viagem não valesse por mais nada, teria sido plenamente recomendado pelo solo dessa moça.
Bom, o show teve mais coisas dignas de nota. Na verdade, muitas mais, mas eu vou só nas mais mais mais porque senão ninguém chega ao fim desse post.
Tinha uma dançarina, Rúbia (descobri depois), que roubava totalmente a cena. Além de linda (lembrava minha amiga Cris Gonçalves, principalmente na postura), ela tinha a expressão de diva mais perfeita que eu já vi. E não, a moça não está nos padrões de peso e altura e era uma negra dançando numa cidade de colonização italiana – realização que exige muito peito! Segura, feliz de dançar, serena – e de vez em quando ela nos presenteava com um sorrisinho maroto, coisa mais linda. E além de tudo, dança praca. É tão bom quando uma bailarina me surpreende e encanta assim. Graças a Deus, nem tudo é bizarrice do YouTube nessa vida!

E, claro, não consigo deixar de babar no solo do Tuerlinckx. Eu vejo ele tocar toda santa semana (sou aluna dele), mas não me acostumo com o tanto que a criatura toca. Pior que isso, numa performance, ele fica completamente entregue pro negócio, chega a tocar de olhos fechados. É muito bonito ver uma pessoa entregue à sua arte desse jeito, a gente fica olhando com a respiração suspensa, é quase um transe religioso. Lindo, enfim.

Depois teve pizza e olelê, mas essa parte vou deixar pra Ket contar.^^

Dia seguinte, workshop. A parte de ritmos não chega a ser uma novidade para mim, pois estou estudando ritmos com a Karina e é só o que vemos na aula de derbake. Mas cada profe tem sua interpretação e Michele se mostrou muito afável e segura. "Loco de especial", como diria o pessoal daqui foi a "pincelada" de snujs que o Tuerlinckx deu. Valeu por muitas aulas. É muito diferente ter aula de snuj com um músico e não com uma bailarina (que em geral tem uma noção muito mais limitada e limitante) ou com um dono de casa de chá.

Mais tarde rolou uma desmontagenzinha básica de cenário e voltei pra Porto Alegre. Valeu muito a pena.
(As fotos eu posto assim que religarem a internet lá em casa. Infelizmente, poucas ficaram boas. Primeiro porque eu tava com uma máquina meia boca. Segundo porque vou Ter que tirar o MALA do cinegrafista de TODAS as fotos, porque ele fez o favor de ficar EM PÉ (e olha que ele tinha mais de 1,80m!) no canto direito do palco o tempo todo!><)

segunda-feira, novembro 17, 2008

Mais gatinhas

Agora, em movimento!
(Desculpem não colocar o vídeo aqui direto, mas a maioria dos computadores que eu uso não suportam o sistema de carregamento do Google...)

sábado, novembro 15, 2008

Dahab especial no Souq: Derbakes & Anisah Parvaneh

Foi uma apresentação simples e despretensiosa, como as melhores coisas da vida. Mestre Tuerlinckx e seus discípulos (meus sempai ^^) tocando para a bela Anisah dançar. Intimista, no meu bar preferido – fui ver por gosto e sem muita expectativa. Assim, de boa, como se diz em Minas.
Quando a apresentação começou, confesso que fiquei meio tonta com o excesso de informação. Queria prestar atenção nas mãos do Tuerlinckx (sim, eu estudo o Mestre ao vivo...), na coordenação dos meninos – Rafael e Gabriel, um par de anjos - (sim, eu queria saber até onde posso ir com esse negócio de derbake...) e na bailarina – porque, afinal, se aprende muito num improviso de percussão.
Aí, fiquei lá, dividinha, tentando prestar atenção em tudo com os meus parcos neurônios, mas não teve jeito: a moça roubou a cena e os meus olhos em poucos segundos. Que dança bem boa! Nada acrobático, nada de combos, nenhuma pretensão. Só uma leitura musical perfeita, uma criatividade natural, uma expressão de derreter de tão doce e charmosa. Em suma, uma delícia. Dança do ventre em seu estado puro e belo.
Fico muito feliz quando sou surpreendida assim. Conhecia a Anisah de bater papo (em mais um dos shows que eu fui ver sozinha nessa minha bizarra vida social) e tinha comigo que ela dançava bem. Porque ela é um doce, sabe? Simpática, humilde, nada fútil. E a minha experiência já me ensinou que você até pode ter uma boa mulher dançando pouco por falta de técnica, mas nunca vai ter uma boa bailarina onde falta caráter.
Claro que tinha pessoas dançantes presentes incapazes de um sorriso ou uma expressão de simpatia. Mas a gente dá um desconto porque esse tipo de comportamento em geral deriva dos sentimentos menos nobres dos seres humanos – e cada um tá num grau de evolução espiritual, né?
De qualquer forma, eu sai bem satisfeita! ^_____________^

UPDATE: Vejam (o que a iluminação permitir) e concordem (ou discordem, se conseguirem) comigo!

terça-feira, novembro 11, 2008

Da força do amor e das palavras

Eu me chamo Samara. Mas quando tua boca pronuncia meu nome é como se eu já não me chamasse mais.
"Samara", dizes e é como se a palavra pertencesse mais à tua boca que a mim. Mais: é como se saísse lenta da tua boca e me cobrisse como um mel cálido.

domingo, novembro 09, 2008

Gatinhas

Depois que o Google comprou essa bagaça, o serviço de postagem de fotos está uma merda.

Vejam fotos da Ayala aqui: http://www.orkut.com.br/Main#Album.aspx?uid=7247887050715980943&aid=1224009800

Obrigada!