terça-feira, dezembro 29, 2009

A história real de M. - Para que não nos esqueçamos do 2010 maravilhoso que vamos fazer

Sempre quis escrever sobre ela. Mas tinha medo de expor a moça. E, mais ainda, tive medo da dor que isso me trazia. Mas acho que agora chegou a hora.

Conheci M. aos doze anos, entre os jovens de um grupo religioso que eu ajudava a liderar. Ela era uma típica adolescente problema: carente, falastrona, indisciplinada, com uma curiosidade sexual que era pura encrenca. No começo, liderar atividades quando ela estava presente me gelava. Mas não demorou muito para eu me apaixonar por ela.
Logo eu descobri que aquela falastronice era totalmente sincera e que aquela agitação toda era uma carência sem tamanho. M. aprontava muito, mas não mentia. Falava demais, mas não fingia o que não sentia. Em pouco tempo, eu a adorei com a mesma simplicidade que ela me adorou. E ficamos juntas por muito tempo. Foi a primeira vez que tive a noção do que seria amor de mãe.
Ela morava numa casa com outros quatro irmãos adotivos, cada um com uma origem. Chegou nessa casa com um pouco mais de 2 anos, desnutrida. Todos temos uma visão muito idealizada da adoção, mas a verdade é as coisas naquela casa não eram exatamente um mar de rosas. A oficial de justiça que apreciava o poder de tirar a custódia de mães sem as mínimas condições de criar seus filhos, gostava de bebês, mas não exatamente de crianças. Até uns quatro aninhos, era só encantamento. Depois disso, os mais velhos começavam a tomar conta dos mais novos. Além disso, a diferença entre o tratamento dado ao filho legítimo e aos adotivos era muito gritante.
Adicionalmente, por ser uma pessoa muito carismática e de prestígio social, ela acabou atraindo uma grande hostilidade para M., pois vivia choramingando pelos inúmeros problemas que ela lhe trazia. Adultos chegavam a dizer para a menina que a detestavam, que ela não valia nada, que não prestava. Outro dos motivos que provocava esse tipo de reação era a sensualidade natural da menina, que atraía não apenas os meninos da sua idade, mas perturbava homens mais velhos, como descobrimos depois.
Conforme M. foi crescendo, mais a situação foi piorando. Ela era levada de psicólogo em psicólogo, mas quando começava a expor ao profissional a situação doméstica, a mãe adotiva procurava outro terapeuta. M. tinha uma curiosidade muito grande por sexo e por drogas, como toda adolescente. Principalmente as que não são criadas com limites. Isso foi gerando mais tensão. Ela faltava na aula para "aprontar" com os amigos, o que era do conhecimento do quase todo mundo, menos da "mãe" que fingia não ver. Até que ela começou a pegar pequenas quantias em casa.
A situação foi num crescendo e. aos dezessete anos e sem nenhuma formação profissional, sem parentes e sem ter para onde ir, M. foi expulsa de casa, com alguns reais e uma mala de roupas. Num primeiro momento, ela foi encaminhada por um amigo da família para a casa de uma jovem mãe, onde cuidava do filhinho de cinco anos.
O acordo inicial era de que ela teria casa, comida e um pequeno salário para os gastos pessoais. Mas o salário nunca veio. Isso foi gerando atritos. A gota d´água foi quando ela teve um atrito com um cobrador de ônibus e foi levada ao conselho tutelar com o menino. A autoridade advetiu a jovem mãe que a situação de M. era ilegal e ela foi expulsa novamente.
Eu não conseguiria descrever a dor que senti quando ela ligou para a minha casa para me contar que estava morando num hotelzinho fuleiro na zona de meretrício de Porto Alegre, já que não tinha outro lugar para ir. E claro, vendendo seu corpo. Na época eu estava desempregada, meu marido cheio de dívidas e morávamos (ainda moramos) num apertamentinho de 22m2. Eu queria resgatá-la, mas não podia. Eu sentia muita culpa. E ainda não me livrei dela de todo.
As pessoas que a hostilizavam na infância fizeram questão de dizer para ela que sabiam que "ela só servia para isso." Um deles, que a conhecia desde criancinha, a obrigou a fazer programa para ela - ainda que ela estivesse com nojo - e ainda não pagou o valor total do serviço.
Enfim. No começo, eu ia visitá-la, por mais que a situação toda me doesse. Mas ela mudava muito de endereço e de telefone e eu acabei perdendo seu rastro.
Mais tarde fiquei sabendo que ficou alguns anos nessa vida e foi afundando cada vez mais na cocaína - estimulada sempre pelos clientes. O uso acabou levando M. a um estado de paranóia. Quando ela tentou se jogar da janela do sexto andar de um hotel, foi internada num hospital psiquiátrico.
Fui encontrá-la algum tempo depois internada numa clínica evangélica, limpa. Tinha sido diagnosticada sua bipolaridade, ela estava uns vinte e cinco quilos mais gorda, inchada e chapada de lítio e Haldol. Mas o mais duro para ela era não poder usar esmalte, batom, pintar os cabelos. Ser ela mesma.
Claro que ela não aguentou muito. Personalidade nunca faltou ali.
Acabou aprontando um auê e sendo expulsa da clínica. Ficou pulando de galho em galho, entre casas de amigos e contraparentes. Terminou na casa de uma família tão pobre que dormia numa esteira no chão, ouvindo os ratos e sem chuveiro elétrico. Ganhava cinco reais por faxina e usava tudo para comprar comida para ela e para a família.
Até que ela conheceu O. Como eu mesma um dia, ele se encantou pela meninice, pelo bom humor, pela fala rápida e engraçada. Vou resumir a história: estão casados e ela está grávida de oito meses. Moram numa casinha muito fofa na grande Porto Alegre, se amam e se cuidam muito. Ele se informou comigo sobre os problemas psicológicos que ela tem e cuida para que ela se trate.
Fui visitá-la no último domingo. Ela está muito, muito feliz. Ele também. E nós ficamos muito felizes por eles.
Por isso estou contando essa história. Porque ela me ensinou que qualquer situação na vida é superável. Para melhor.

Feliz 2010 para todos vocês!

domingo, dezembro 20, 2009

Máximas do mestre Tumberlinckx para o estudo de música

Se você deixa de estudar um dia, você percebe.
Se você deixa de estudar dois dias, seu professor percebe.
Se você deixa de estudar três dias, TODO MUNDO percebe.

Acho que mifu.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

Nove resoluções para 2010

Segue minha listinha. Espero me encontrar feliz com ela no final do ano que vem!

1- Ir a todas as Cerimônias Mensais em Porto Alegre (ou Santa Maria, se for o caso) e ao menos duas vezes ao ano na Sede de Grau Intermediário de Curitiba.

Como já disse o ano passado, isso tem a ver com a minha religião, a Sukyo Mahikari. Acho que religião é coisa que não se discute, muito menos na Internet. Se alguém ficar muito desesperadamente curioso, pode me procurar por e-mail. (Mas é isso que você entendeu, não aceito provocações nem argumentações, não sobre ESTE ASSUNTO.) Só posso dizer que tem a ver com demonstrar gratidão por tudo que nos é concedido nesse vida.

2- Controlar o diabetes.

Acho que dispensa comentários, né? Estou com um aparelho de medição de glicemia em casa, o que já é um começo.

3- Manter as leituras e os fichamentos em dia. (Projeto Mestranda Exemplar)

Outro auto-explicativo, né. Procrastinar leituras foi meu primeiro e fatal pecado no meu último mestrado, que não pretendo repetir.

4- Publicar pelo menos dois artigos e fazer ao menos uma comunicação até o final do ano. (Projeto Mestranda Exemplar II)

É isso, aí. Já que tio Lula vai me pagar para estudar, vamos produzir!

5- Aprender a girar.

É, me dei conta que esse é meu principal tendão de Aquiles na dança. Estou programando aulas extras e treinamentos para isso. Pretendo me programar para vencer um obstáculo por ano. E esse vai ser o ano da enceradeira! (hehehehe)

6- Dedicar um tempo regular ao estudo da percussão árabe - aprofundando no estudo do daff.

Estou cada vez mais apaixonada por esse negócio. Preciso corresponder, porque sei que daí só vem coisa boa!

7- Fazer aula de dança cigana com a Sayonara Linhares.

Depois que eu encasqueto com uma professora... A mulher é tudo. Tenho que. Vou dar um jeito de me organizar. Sonho de consumo total.

8- Adquirir um daff profissional.

As platinelas de latãozinho choc-choc do meu daff de bailarina são pra lá de brochantes. Virou sonho de consumo já, fazer o que. Vou ter que comprar no exterior (pedir pra alguém que for, dããã - via Internet rola muito imposto e nananã) porque aqui só tem de pele animal e eu quero de pele acrílica. Aceito dicas e oferecimentos.

9- Eliminar 7 kg

Os que faltam. E passar do estágio gorda-gestante para a fase gorda-gostosa. Yeah!

É isso aí. Boa sorte para mim.

Primeiro lugar no Mestrado em Estudos Literários da UFSM! Su no Kami-sama, makoto-ni arigato gozaimashita!!!

É isso, meu povo! Acabou a contagem regressiva!
Passei e tenho bolsa! Meu futuro para o próximo ano está definido!

As apresentações foram ótimas, minha mãe chegou bem, a mudança dela está quase nos finalmentes. Tudo deu incrivelmente certo!

Em breve post com as resoluções para 2010!

Obrigada a todo mundo que torceu, que emprestou livro, que leu meu projeto, que deu dicas. Beijos a todos e eu volto assim que meus neurônios pararem de explodir fogos de artifício!

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Nebtidi Mnain El Hikaya - ou "Pagando King Kong com um pandeiro árabe na mão"

Então tinha a apresentação da banda do meu professor, mestre Tuerlinckx. Claro que desde que eu soube era óbvio que eu ia: além de ser meu amigo, adoro qualquer coisa que ele toque e as bailarinas-amigas do coração (Karine Al Shams, Zahira Razi, Anisah Parvaneh e Gina Vitola) iam dançar. Diversão garantida!



Tudo lindo, mas aí no final da aulinha de derbake de toda terça-feira, Tuerlinckx me olhou com aquele olharzinho manhoso de libriano aprontão e me perguntou: "tu vais na quinta-feira?". Ao que prontamente respondi: "Calaro!" E o moço me lasca: "leve seu daff (o pandeiro árabe do título) !" Eu perguntei se ele tinha certeza. Ele tinha. Então tá. "Mas o que vocês vão tocar? O que EU vou tocar? Rola ensaio?" Não rolava. E ele não soube me dizer o que eu ia tocar. Disse pra eu relaxar que era só uma brincadeira, para eu ir acompanhando conforme a coisa acontecesse. Como eu insisti, ele me deu uma lista de cinco ritmos que iam entrar (para os do meio: said, malfuf, maksoum, ayubi e whada wo noz), para que eu tivesse qualquer coisa para estudar em casa.



Enfim, não botei muita fé. Afinal, ele é um professor em quem confio cegamente e um músico responsável. Outras pessoas também estariam tocando e ele não ia meter a si mesmo numa fria.



Fui pro evento faceirinha, levei o tal do daff, mas para tirar um sarro da cara dele depois. Cheguei na Cia. de Arte, encontrei as meninas, cumprimentei o moço brevemente e fiquei de bate-papo. Ele nem me perguntou nada. Comecei a sentir o aliviozinho dos covardes.
O show começou. Passou a primeira música, a segunda, a terceira, nada. Tinha até esquecido do bichinho.

Aí na quarta música (que eu NÃO SABIA qual seria), seu Tumberlinckx me pergunta (no microfone!): "Samara, você trouxe o daff?" Eu respondi numa vozinha mínima: "Trouxe..." "Então vem!" Eu fui. O nervoso era tanto que eu quase não conseguia tirar o instrumento do saco em que o levei. Fui.

Ele brincou com a platéia que ele estava me botando na fogueira, que eu nem sabia qual era a próxima música. Fico pensando em quantos imaginaram que era verdade mesmo. Bão, começou. Era a música aí do título do blog. Tá, eu não vou dizer que nunca tinha ouvido a música. Mas é um CLASSICÃO, com todas as maiúsculas. Que, por acaso, não tá no topo da minha lista de preferidos, eu nunca tinha estudado, não tinha idéia dos ritmos. Todavia, vamo lá!
E logo no começo do negócio não tinha um darig? Sim, você olhou bem a lista lá em cima e esse ritmo não está nela. Para piorar, em um ano de derbake, eu nunca tive esse negócio em aula, não sabia nem o fraseado básico! Fico imaginando a cara de "que porra é essa?" que eu devo ter olhado para ele nesse momento mágico.><

Contando assim, parece que foi um trauma. Mas verdade é que, é que... eu gostei para caralho!!! Foi uma das coisas mais prazerosas que eu já fiz na minha vidinha inteira! Tocar (ainda que fazendo algumas merdas inevitáveis) ao lado de músicos de verdade, com uma bailarina dançando ao som do seu instrumentos é uma das experiências mais incríveis que eu me permiti (sim, porque se eu ficasse - como foi meu hábito por anos - só me preocupando com os meus erros, com a falta de ensaio e com os que os outros estariam pensando não teria curtido nada) nessa vida. Música é um negócio que me move lá de dentro das minhas entranhas amigas.


Estou muito, muito grata ao mestre. E ele que se vire agora, porque uma vez experimentada a cachaça eu quero é muito mais!!!
(Desculpem aos amigos não-arabescos, eu tentei mostrar a música aqui, mas o Blogger entra num pau infindável toda vez que eu tento postar música ou vídeo. Se eu tiver acesso à gravação, posto o vídeo no YouTube e deixo o link aqui.) UPDATE: A Lory botou um link para a música nos comentários, se alguém ficou curioso!!! Valeu, Lory!

quinta-feira, dezembro 10, 2009

Tortura acadêmica

Estou esperando o resultado da josta do Mestrado para postar aqui, chorar as pitangas ou comemorar com ustedes. Quedê de sair o resultado?

Tenho entrado no portal da UFSM mais que nas minhas (quatro) contas de email. Affe, que demora!

Fora esse suspense insuportável, tenho apresentação hoje e amanhã. Depois conto o que foi. Juro que quero escrever mais, mas com tudo isso e com minha mãe chegando no domingo é expectativa demais para eu administrar. AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHH!!!!

Esse blog voltará em poucos dias à sua programação normal.

sábado, novembro 28, 2009

Do ano que se passou

Pois é, galera. 2009 está batendo as botas. Pros japoneses, o ano já acabou, novembro é pra avaliar o ano que passou e dezembro já pra planejar o ano que vem.  Como coloquei minhas resoluções de final de ano aqui, vou abrir a avaliação delas para vocês.
Em abril, fui atingida por um míssel nuclear emocional e isso trancou a realização de muitos planos,até porque fiquei um mês e meio de molho, numa depressão foda. Nem tudo é ruim: serviu pra garimpar os colegas dos amigos de verdade e quantificar a importância das relações românticas na minha vida. E chegar à conclusão que nunca, em tempo algum, posso deixar as coisas chegarem a esse ponto de novo.
O centro da minha vida é Aquele que me criou (desculpem amigos incrédulos e ateus, eu sou religiosa, mesmo não impondo isso aos outros), depois Dele, eu mesma. Porque se eu não estou bem, não consigo fazer nada por ninguém. E ninguém mais. por mais importância que tenha na minha vida, merece ser orbitado por mim. Ponto final.

Segue o balanço (estou muito para listinhas, perceberam?)

1. Ir a todas as cerimônias deste ano. (Resolução de cunho religioso que fica muito longo de explicar.)

Não consegui. O emocional me deixa prostrada e mexe direto com o espiritual - daí que. Pelo menos cheguei ao final do ano muito mais forte do que comecei.


2. Apresentar ao menos duas pessoas. (Idem)

Então, mesma coisa.


3. Voltar a ser jornalista.

Estava me empenhando, mas aí descobri duas coisas importantes:

(1) Meu curriculo envelhecido 12 anos não é muito atraente para o mercado.
(2) Jornalismo é uma função fácil para mim. Mas o que eu AMO, mesmo, nessa vida, é literatura. Só a arte me toca, só a arte me dá significado. Eu tinha me afastado da literatura por ter criado nojo da corrupção que grassa no meio acadêmico. Mas já estou forte o suficiente para procurar alternativas e me dispor a driblar tudo isso. Tipo: Literatura, vol - tei!


4. MORAR MELHOR

Sem emprego? Nem. Mas consegui umas melhoradinhas onde já moro. Mas sim, tinha que ser melhor.


5. Perder 15 kg.

Perdi 8kg desde março. Ah, podia ser pior, né? Vamos ver se perco os outro sete ano que vem. Acho que quando estabeleci essa meta esqueci que estou chegando perto dos quarenta...


6. Cuidar do diabetes.

Acreditam que ainda não consegui me acertar com nenhum médico? Estou cuidando da alimentação (principalmente depois de outubro, quando as minhas taxas foram a 300 e tantos) e tomando minhas pílulas, mas sem controle constante. Se tudo der certo, devo estar com plano até o final desse ano. E no ano que vem, pretendo comprar uma aparelhinho de controle de glicemia.


7. Dançar pelo menos 15 minutos, três vezes por semana, fora as aulas.

Lógico que não consegui. A falta de espaço, piso e espelho no meu apartamento ajudam, mas sou desorganizada mesmo. Em compensação, nunca estudei tanto dança como esse ano e parece que estou conseguindo alguns resultados positivos agora, no final dele.


8. Preparar uma apresentação decente para meu aniver, em junho.

Preparar, até preparei. Mas a decência passou longe. Não foi com música ao vivo, porque a grana não chegou. O resto do fiasco se fez quando meu emocional despencou. Pra não dizer que não foi nada, foi uma bela lição de como não me apresentar.


9. Estudar derbake 15 minutos por dia.

Mesma coisa que com a dança. Mas, ainda assim, estudei bem mais que no ano passado. E comecei a ter aulas de daff, o que só me enche de alegria.


10. Entrar no Coral da PUC.

Engavetei TOTAL Até porque meu professor de canto começou a ficar ocupado DEMAIS (é o problema de ter aula com os melhores) e teve que abandonar o projeto voluntário do qual eu participava.. Mas um dia eu ainda volto a cantar. O que me consola é que, das atividades que eu faço, é a que menos sente os efeitos da idade. Talvez eu deixe de ser soprano, mas não tenho nada contra contraltos.


E os seus planos? Me conta o que aconteceu com eles! Deixa nos comentários ou conta no seu blog e me deixa o link! Beijos a todos.

quinta-feira, novembro 26, 2009

Direto do meme da Liciane

Porque eu sou copiona.

1- Qual a cor do seu cabelo? (que vc usa) Castanho o mais avermelhado que eu conseguir.
2- Liso, crespo, ou ondulado? Liso até a metade, ondulado nas pontas.
3- A cor dos seus olhos? Castanho escuros.
4- A sua altura? 1,75
5- Peso? 90 kg
6- Já foi gorda(o)? Nunca deixei de ser, só mudaram as gradações.
7- Que cores vc mais gosta de vestir? Preto, roxo, vermelho.
8- Vc prefere roupa justa ou larga? jeans ou moleton? Folgada sem ser larga demais. Jeans. Moleton em gorda é suicídio estético.
9- Para as mulheres, salto alto ou baixo? Para as mulheres altos. Para mim e meus ligamentos, baixo.
10- Para os homens, tênis ou sapato? Depende do homem, mas em geral prefiro sapato.
11- Que gênero de filme vc prefere? Estranhos.
12- Gosta mais de musicas lentas ou agitadas? Depende de pra que.
13- Vc toca algum instrumento? Derbake e daff. Mas tocar não é bem a palavra. Eu tento.
14- Vc tem irmãos? Uma. Oito anos mais velha.
15- Diga um prato saboroso que vc sabe fazer. Lasanha verde aos dois molhos.
16 -Vc gosta mais de doce ou salgado? Doce. Mas sou diabética
17- Vc gosta de dançar? Loucamente
18- Sente saudade de quê/quem? Do meu pai. Da minha mãe e da minha irmã. Da minha sobrinha. De alguns dos meus melhores amigos que moram em São Paulo, no Rio, em Brasília.
19- Chocolate branco ou preto? Preto.
20- Inverno ou verão? Nah, primavera e outono.
21- Vc prefere solidão ou multidão? Solidão a dois. Ou três. No máximo uns cinco.
22- Sorvete ou pipoca? SORVETE.
23- Refrigerante ou suco? Que sabor? Suco. Abacate com laranja.
24- Filme em casa ou no cinema? Cinema.
25- Vc chora com facilidade? Sim.
26- Qual foi o primeiro blogueiro que começou freqüentar seu blog? Deus... qual deles? Acho que a Roberta Salgueiro.
27- Vc conhece pessoalmente alguém da blogosfera? Quem? A Roberta Salgueiro, a Luana Mello, o Rafael, a Ket, a Janahina, a Daiane Ribeiro, a Bellit, a Inkling, a Karina Iman, o Rodrigo Gurgel e espero não ter esquecido ninguém.
28- Quais blogueiros moram na mesma cidade ou próximo a vc? A Daiane, a Liciane, a Bellit e a Ket.
29- Se vc ganhasse na mega, diga 10 coisas que vc faria/compraria!!!
1. Instrumentos musicais árabes superprofissionais.
2. Muitos vestidos fantásticos para dançar.
3. Um apartamento amplo no Bom Fim.
4. Móveis que eu escolhesse para esse apartamento.
5. Um carrinho, que ninguém é de ferro.
6. Muitas passagens Brasilia-Porto Alegre, Salvador - Porto Alegre, Porto Alegre - São Paulo para ver meus amigos e meus amigos me verem.
7. Abriria uma casa de espetáculos árabes em Porto Alegre, com toda prioridade para o conforto das bailarinas.
E quem disse que depois de tudo isso ainda sobra dinheiro?

terça-feira, novembro 24, 2009

Voltando ao mundo virtual - sem culpa

Minha famigerada prova foi ontem. Fácil não é a palavra adequada, mas eu diria que foi um dos exames mais justos que eu já realizei na vida. Caiu exatamente o que eles pediram para estudar (e que eu estudei muito muito muito muito muito), incluindo o meu raciocínio sobre os conceitos. Se eu não passei, é porque estou ficando burra mesmo, não tem jeito. Vai ficar nas mãos Daquele que rege minha vida mesmo, como sempre.

A boa novidade é que fui cercada de gentileza por todos os lados - e isso não é pouco no meio acadêmico.
Ia ficar hospedada na casa da mãe de uma amiga, que já conhecia, mas com quem não tinha muita intimidade. Aí, para minha surpresa, fui recebida pelo filho da minha amiga. Um anjinho ruivo chamado Bruno que me fez todas as honras, me apresentou a casa e a cidade, me emprestou o melhor travesseiro do mundo para dormir e conversou comigo até eu descobrir o quanto ele era uma pessoa maravilhosa e ficar mais calma. No dia da prova, não contente em me mostrar como chegar, ele foi comigo até a porta do prédio e eu fui obrigada a dizer: "agora só falta você entrar e fazer a prova por mim!" Olha, não que a gente não saiba, mas é muito bom relembrar que ainda existem pessoas maravilhosas neste mundo.

Durante a prova, não foi diferente. As pessoas que encontrei (algumas mestrandas daquela universidade, fazendo seleção para o doutorado) foram superqueridas e me forneceram informações importantes. Fiquei feliz em saber que existe um curso que valoriza mais os estudos literários que a linguistica (passei a vida ouvindo que os linguistas são os cientistas da língua e nós somos o resto). Minha potencial orientadora também foi de uma gentileza rara no meio. Em suma, toda a experiência foi muito legal.

Agora, me dei férias até sair o resultado ou o final do ano, o que acontecer depois. ^_^
Minha mãe está se mudando para Porto Alegre e vou aproveitar o tempo para fazer a mudança dela, estudar MUITO música e dança e claro, escrever em blogs.
É isso. Estou aliviada por ter feito o melhor que podia. Tô feliz.

sábado, novembro 14, 2009

Cotidiano

A diferença entre teoria da literatura e teoria literária. Crítica literária. História literária. As características da lírica moderna. Baudelaire, Rimbaud, Mallarmé. Literariedade, intenção, representação, recepção. A sociedade burguesa e o surgimento do romance. A mudança de pessoa na poesia lírica. Defoe, Richardson e Fielding. Estilo, história e valor literários.

Enfim, estou com essa loucura toda na cabeça por isso não estou escrevendo sobre mais nada. Em duas semanas é a prova, eu volto a ser gente de novo e, consequentemente, a escrever.

Beijos saudosos.

sábado, novembro 07, 2009

Diálogo surreal na casa dos nerds

-Olha, o policial índio do Twin Peaks! Fazendo papel de... policial índio...
-Twin é gêmeo, né?
-É.
-Porcos gêmeos?
-Que porcos, de onde você tirou esses porcos?
-Não é Twin Pigs?
-Hahahahahaha!!! P E A K S. Picos gêmeos. É o nome do lugar.
-Ah, tipo Dois Irmãos.
-Isso. Zomenos.
-Hahahaha! Mas dava uma ótima camiseta. Com os porquinhos e embaixo escrito: Twin Pigs!
-...

terça-feira, novembro 03, 2009

Sumiço, mais um

Simples, pessoas: fiquei doze dias sem internet nem telefone em casa. 

Vou postando as coisas que escrevi nesse meio tempo. Divirtam-se, daqui umas horas/dias volta tudo ao normal.^_^

Presente passado

Ouvindo Paralai do Pauline en la Playa numa tarde de sábado e faxina. Numa sentada para recuperar as forças, fico imaginando onde você anda. Deve estar com suas meninas, sábado de sol. Talvez terminando o livro que nunca termina, mas perto delas.

E penso em como sua alma é sensível e doce. Macia. Uma substância muito macia protegida por arestas de uma racionalidade aguda e de um sarcasmo afiado.

Arestas que eu amo, pois te tornam único. Mas nós dois sabemos que te amo mais e te amo até hoje porque um dia, temerosamente, você me deixou mergulhar nessa maciez e ser envolvida por ela. Engoli muito dessa substância doce – mas nunca enjoativa – e não me curei da embriaguez até hoje.

Era só isso. Deixa eu voltar para minha roupa suja. Mas agora com um sorrisinho maroto no rosto.

Mais das transformações

Eu queria ter palavras para explicar para você, para ele, para ela, para todo mundo, a transformação que está se operando nessa pessoinha aqui. A verdade é que não tenho, meu quinto chacra é justamente o que anda mais fechadinho. Ok, mas isso não muda o fato de eu ser uma tagarela geminiana e querer falar.

Mais ou menos assim: como previsto, tudo o que eu semeei contra todo tempo ruim no inverno está frutificando agora. Meu corpo fez as pazes comigo, meus pés fizeram as pazes comigo. Nunca pisei com tanta segurança e isso é e não é só uma metáfora, embora a metáfora sirva também. Meu quadril está entrando no nível II de soltura (o nível I eu tinha recuperado no fim do ano passado, com as aulas da Karina Iman, se alguém se lembra). Estou compreendendo os passos mais facilmente, apreendendo sequências mais facilmente, me deslocando com maior segurança (é, os pezinhos centrados de novo) e minha memória para coreografias e o resto melhorou sensivelmente. Meu coração está sereno e fica mais fácil concentrar em tudo, dentro e fora da dança.

Nas aulas de derbake também tá rolando um certo progresso. Ainda não tenho um terço da habilidade desejada com a mão esquerda, mas pelo menos já começo a compreender os processos de como não fazer errado.

Sei que deve parecer meio estranho para os leitores não dançantes/tocantes eu usar a dança e a música (digressão: ai que saudade das minhas aulas de canto!) para tudo. Mas é que eu acredito de verdade - di cum força - que arte está no nível mais importante de coisas que um ser humano consegue fazer – daí que viraram um bom termômetro para o  meu estado geral de ser e de me conhecer. Se a minha memória para coreografias está boa e meu quadril está fluente, fico muito mais confiante para coisas como seleções de mestrado e entrevistas de emprego, se é que me entendem.

Claro que nem tudo são rosas e minha vida está cheia de preocupações. Mas eu estou conseguindo mudar as coisas que estão ao meu alcance e isso muda radicalmente minha forma de encarar todo o resto.

As coisas estão tão diferentes comigo que estou seriamente decidida a não me envolver emocionalmente nos próximos anos. Quer dizer, as pessoas que amo vou amar sempre, é isso mesmo. Mas não quero mais me apaixonar loucamente, não quero colocar mais nenhuma outra pessoa no centro da minha vida. Quero me estabilizar, trabalhar, me trabalhar, me conhecer, me aperfeiçoar. Pela primeira vez na vida isso me dá tanto prazer quanto cuidar de alguém. E mais ou menos desde os 17, eu emendo um relacionamento no outro, uma paixão na outra, era muito raro eu passar mais de um mês sem estar pelo menos empolgada por alguém. Acho que está na hora de dar um tempo.

Eu quero me conhecer melhor. Bem melhor. Quero estar me amando muito quando for dividir meus sentimentos com alguém de novo. Não quero mais necessitar desesperadamente da presença de quem quer que seja. Nunca mais. Sou uma companhia excelente e era isso. (Tá, tem minhas patologias que ainda tornam as paixões avassaladoras mais complicadas, mas não tô numas de bancar a enciclopédia psiquiátrica hoje.)

quinta-feira, outubro 15, 2009

Tudo bem por aqui

Pessoas, não, eu não morri. Ao contrário, estou vivendo em doses maciças, então não tem sobrado muito tempo para escrever. Desculpinha, tá?

Tenho trabalhado muito com meu corpo. Estou fazendo acupuntura, massoterapia, dança do ventre com duas professoras ótimas e continuo estudando percussão (que pede mais do cérebro, sim, mas que para mim continua sendo uma atividade física).
Daí que descobri coisas interessantes. A primeira que me acostumei a sentir mais dores no corpo do que o normal. Certo que uma boa parte disso era em função do lítio, mas agora ele se foi e está na hora de dar uma trégua. A acupuntura e a massagem tem ajudado horrores nisso.
Outra coisa que descobri é que pelo menos uns 70% das minhas dificuldades com deslocamento e giros tem a ver com o fato que eu passei todos esses anos apoiando meu peso na lateral externa do meu pé (e do resto das pernas), o que, além de causar dor, detonava meu equilíbrio. Estou reaprendendo a usar o pé todo e me sinto bem melhor.
Além disso, não sei exatamente porquê, mas minha memória para sequências e minha noção espacial estão voltando, a passos largos. A impressão que eu tenho é que funciona meio como um computador: eu dei uma organizada e limpada geral nos arquivos, então me sobrou espaço para esses "arquivinhos temporários" da dança. Sei lá, a sensação é boa.

O resto do tempo eu tenho estudado feito louca para a seleção de mestrado, minha gente. Por isso sumi do sr. MSN. Aliás, alguém tem "Os filhos do barro" do Octávio Paz pra me conseguir, de qualquer jeito que seja? Obrigada.

Em novembro eu volto com a corda toda. Beijocas a todos.

sexta-feira, setembro 18, 2009

Um novo tempo, apesar dos perigos

Uma notícia complicada, mas boa. Depois de quatro anos de tratamento (ou nossa entrada no quarto ano da série, como eu costumo dizer), meu psiquiatra resolveu me livrar do lítio. Ah, mas você estava tão bem. É estava. Mas o lítio dá uma sensação de estafa constante, uma briga boa com o travesseiro de manhã e vai te detonando os dentes à conta-gotas. Quebrando tudo, aos pouquinhos. E eu tenho esse sonho, assim, de chegar aos sessenta com os MEUS dentes na boca.
Ah, mas você nunca contou isso. É, acho que não contei. Mas eu sabia que não podia, assim, simplesmente, parar de tomar. Tem coisas bem piores que dor no corpo e dentes incomodando. Por outro lado, são coisas chatinhas cotidiana às quais você se habitua. E se for para ser chatinha, melhor ser chatinha pelos grandes motivos, que os pequenos são muitos, né? Então. (E eu podia ter engordado vinte quilos e passado por outras coisas bem mais chatas e que eu não cheguei a experimentar.)
Tá, então por que seu médico não trocou antes? Por segurança.
Tipo, mais seguro para mim. O lítio é mais "pancadão" que outros medicamentos, mas mantém a estabilidade de forma mais efetiva. Principalmente pacientes com histórico de ideação suicida (o termo é dele, mas dá pra entender. Não me sinto lá muito à vontade para explicar).
Mas, como eu disse, já se passaram quatro anos. E eu acabo de administrar uma mega crise afetiva em tempo recorde e praticamente sozinha (o psiqui diz que eu sou a paciente modelo dele :)). Meu anjo das pílulas brancas resolveu me emancipar do lítio.
Entra em campo o oxcarbazepina, vulgo Trileptal, que deve dar os mesmos efeitos sem o impacto sobre a dentição e sem a estafa e dores no corpo. Mas, claro, cada corpo é um corpo. Sempre podem ocorrer efeitos não esperados, sempre existe a possibilidade de eu ter que experimentar outros medicamentos ou voltar pro lítio.
Mas ter passado de fase, poder experimentar, é sempre muito bom. Desejem-me sorte.

P.S.: Cibila, moça, cadê você?

terça-feira, setembro 15, 2009

Io ho fatto così...

Um dos meus grandes amigos foi pra Itália. Na verdade, foi passear na Itália e na Croácia, mas essa história se passa na Itália.
Ele viajava com um grupo de amigos japoneses e eles estavam comendo sanduíche de supermercado há quatrocentas refeições. Mas R. é gaúcho, pombas! E fez sua pequena revolução (todo gaúcho carece de fazer uma revoluçãozinha de vez em quando) declarando que daquela noite não passava: ia comer carne! Apesar do custo da refeição os japas toparam. A situação do moço devia mesmo ser desesperadora.
Bom, foram a um restaurante caríssimo, mas conseguiram uma refeição composta por uma entradinha, uma sopinha e... um BIFÃO!!!
Passou a entradinha, passou a sopinha e chegou o esperado momento. Ao servir o desejado, o garçom disse algo sobre estar sem tempero algum. Sem pensar duas vezes, meu amigo se serviu do saleiro. Mas Murphy é implacável. A tampa do saleiro caiu e formou-se, nas palavras do meu amigo, "um pequeno monte Fuji" sobre o bifão. Ele diz que começou a chorar, mas como ele anda sofrendo mutação genética para virar japonês (longa, longa história), talvez a gente não deva levar isso tão ao pé da letra.
Enfim, o garçom veio ver qual era. Acontece que as primeiras línguas desse meu amigo são o japonês, o português e o inglês, não sei se necessariamente nessa ordem, é o que tudo indica. Então ele se saiu com um:

"Io ho fatto così e... kaputt!"

O garçom usou de toda boa vontade para reprimir a gargalhada, mas o clima de seriedade foi para o espaço de qualquer modo. E, sim, meu amigo ganhou um outro bife.


Essa é uma das várias histórias impagáveis que eu ouvi ontem na casa da Bellit, num jantar com ela e o R. Infelizmente, as três garrafas de vinho tinto que tomamos entre a lasanha, o canelone e os doces, apagaram as outras temporariamente.
Obrigada, crianças! Eu realmente precisava disso.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Desafios, derbake, daff-snuj e cerimônia do chá

Sigo com as aulas de derbake. O negócio é tão maravilhoso quanto difícil. Vou criando, aos poucos, o hábito de estudar em casa, o que melhora - e muito - o desempenho de qualquer um. Não tenho problema com tempos, ritmos, nada assim. Meu problema é minha mão esquerda, que não me obedece. (E a direita de quando em vez também dá umas rasteiras.)

A solução para isso, explica meu professor e mestre zen, é a repetição. (A repetição exaustiva leva à perfeição, diria a professora de dança do ventre e mestra zen Daiane Ribeiro.) E não apenas a repetição: a repetição lenta, para tornar o movimento perfeito antes de acelerar.

Acontece que eu sou Gêmeos em Gêmeos, pessoas. Eu faço tudo muito rápido. Eu acelero tudo. Eu acelero relógios e toca discos que ficam em meu poder. É um inferno. E o que é pior: quem disse que eu sou capaz de aprender na velocidade que eu coloco nas coisas? (Esse deve ser meu maior problema com a dança. Pois.)

*digressão* É que a gente vive num mundo em que rapidez é virtude. Borghetinho é considerado um ás na gaita porque toca a 200 por hora. Na DV todo mundo quer ver shimmie a 200 por hora. O que exige um derbake... *fim da digressão*

Bom, enfim, ai o Tuerlinckx me perguntou se eu nunca tinha feito nada lento na vida. Pensei um pouco e respondi com olhos nostálgicos que sim, minhas aulas de cerimônia do chá. (*suspiro* Ai, que saudade. *fim do suspiro"). Aí a gente inventou a modalidade "tocar para a cerimônia do chá".

Nossa aula de derbake fica parecendo um ritual fúnebre indígena, mas confesso que minhas mãos estão começando a fazer as pazes com graves e agudos. Mas claro que não é tão simples.

Não é tão simples porque eu sou completamente louca, medicada e tudo, como todos sabem. E o que uma louca faz quando tudo tá difícil? Pega outra coisa difícil para fazer junto. (Meu professor não deve bater muito bem também, afinal, a proposta foi dele.) E comecei a fazer aulas de daff JUNTO com o derbake. Pessoas, é mais difícil do que parece.

Eu sempre brinquei com o simpático pandeirinho, só que eu tocava como dançarina, com ele de frente pra mim. Agora estou aprendendo a tocar como instrumentista, com a pele de frente pro público. O que dói o músculo abaixo do dedão da mão esquerda vocês nem podem imaginar. E pra advinhar o que é borda e o que é pele "dis costa"? Mas eu A DOU RO!!! Louca de atar.

quarta-feira, setembro 02, 2009

Casa Z

Ontem fui ao chá de inauguração da Casa Z, da Sayonara Linhares e da Caroline Klipel. A casa se intitula centro de Cultura e Dança Cigana, mas vai ter muito mais coisa rolando por lá: danças circulares sagradas, dança do ventre (com a Gina Vitola, de Porto Alegre), medicina chinesa (na qual a Sayo é especialista há quinze anos) e, logo logo, flamenco.

Elas estão instaladas numa casa antiga e ampla no centro de Novo Hamburgo (r. Lima e Silva, 163 - do lado da Brigada Militar), com aquela disposição gostosa de cômodos que as casas modernas não tem mais. As gurias são de um capricho incrível e nenhum cantinho foi esquecido: das cores vibrantes das paredes e do teto aos menores objetos, tudo dá uma sensação ótima.

As donas da casa dançaram emocionadíssimas, Gina representou as danças árabes e um grupo vindo de Caxias (eu e minha memória ><) apresentou uma coreografia de Malagueña Salerosa que teve que ir pra rua, nas salinhas já não cabia. Foi uma festa muito gostosa, com mais alegria e menos olhinhos tortos do que eu estou acostumada na DV...

Desejo toda a sorte para as meninas e, para quem mora na região, deixo a dica.

segunda-feira, agosto 24, 2009

Três aninhos de Mente Inquieta

Como não poderia deixar de ser, três anos de altos e baixos, de ficção e realidade, de compartilhamento e rejeição.
Eu agradeço a todos que vieram, que se identificaram ou não, que deixaram sua marca.
A vida e o blog continuam. Até mais, ali na esquina.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Disciplina é liberdade

E como a liberdade é difícil de conquistar.

Estou armando todo um esquema de autodisciplina para trabalhar nas coisas que quero conquistar, enquanto sr. Emprego não vem. Mas depois de tanto tempo sem rotina alguma, não é muito fácil.
O mais comum é a Samara disciplinada apanhar feio da Samara deixa pra depois, que andou ganhando muita força nos últimos tempos. Por isso não tenho escrito, por isso tenho perdido eventos, por isso tenho deixado de lado a necessidade de ir pra balada.
Estou me ralando para ser uma pessoa diferente do que eu tenho sido e isso dá um bocado de trabalho.

Mas sempre voltarei aqui, esse é meu canto e eu adoro papear com vocês.

domingo, agosto 02, 2009

Transição

Quem tem acompanhado meus últimos posts pode nem acreditar, mas, por natureza, não sou uma pessoa agressiva. Mas acabo de voltar de um período de guerra, em que meu Marte, em Câncer, mostrou a que veio.
Dei muita porrada, levei muita porrada. Muita. Se bati ou apanhei mais? É relevante? Cada um sabe de suas cicatrizes.

Acho que foi um período necessário para limpar e para aprender. Mas acabou.
Estou há quatro semanas enfurnada em casa, cicatrizando, reconstruindo, redirecionando. Acredito que esteja pronta para retornar à rotina normal a partir desta semana. Só quando eu chegar lá vou saber. E não vou explicar clinicamente que é um porre, mas digamos que sair sozinha nas últimas semanas estava exigindo toda uma logística.

Decidir fazer mestrado de novo. (Para quem não sabe, tenho um mestrado inacabado em Literatura Japonesa pela USP) Ainda não consegui me mexer para isso, mas sei o que tenho de fazer. Desejem-me sorte.

sábado, julho 25, 2009

A pílula certa, no lugar certo

Evitava falar dessas coisas aqui, mas resolvi perder esse pudor. Isso é tão parte da minha vida quanto tutorial de maquiagem para algumas de vocês.
Essa coisa de bipolaridade, significa, basicamente, que a fabriquinha do seu corpo que produz os reguladores das suas emoções não funciona direito. (Não, não vou usar qualquer termo técnico que fica xarope.) A produção inexiste ou não dá conta.
Então aparece esse moço abençoado na sua vida, que os populares chamam de psiquiatra e te dá bolinhas mágicas que botam seu pobre cérebro nos eixos.
Eu tomo bolinhas de dois tipos, toscamente dizendo: o estabilizador, que regula minhas variações alucinadas de humor e o antipsicótico, que "barra", por assim dizer, as reações exacerbadas do meu cérebro e me impede de chegar naquilo que os médicos chamam de "surto psicótico", que é quando a gente perde a relação com o mundo normal e chega a conclusões desprovidas de razão. Muito bem.

Tudo isso para explicar que, por umas questões práticas, fiquei quase uma semana sem meus antipsicóticos (meu médico pegou gripe A, tadinho, uma confusão).
É louco, porque parece que não está acontecendo nada com você, até que as pílulas chegam. A primeira noite de sono com o bagulho é inesquecível. Porque eu tenho esse problema que as minhas sinapses (ah, googleia!) não param quando eu durmo, a não ser que eu tome esse bicho. Aí eu durmo, mas meu cérebro continua trabalhando. Dá para imaginar o estado que eu acordo pela manhã? Pois.

Depois de dois dias, minha capacidade cerebral é outra. Olê olê olá. Viva a indústria farmacêutica!

quinta-feira, julho 23, 2009

Gostos simples

Há quem me ache sofisticada, mas a verdade é que sou uma pessoa de gostos simples.

Falando de salgados (doce é outro problema), não há prato na culinária mundial que me arrebate mais do que um feijão bem feito. Nada.

E não é assim, me sirvo bem. Como feijão com feijão. Descongelo feijão às quatro da manhã se varo a madrugada trabalhando. Como feijão frio (contanto que não venha arroz na combinação).

Agora, se você quer me ver delirar e comer que nem criança é por uma camadinha de farinha de mandioca torrada por cima. AI, MEU DEUS!!! Nossa família não é de origem nordestina, mas devo ter pego o costume numa das minhas andanças paulistanas.

Sei que nutricionalmente é chuva no molhado. Sei que caloricamente é uma bomba desnecessária.

Mas na minha modesta opinião tem nada melhor nesse mundinho de meu Deus.^^



Falando em coisa boa nesse mundo: quando Ayala, minha gata rajada, deita no meu braço pra dormir, o tempo para. Ela tem o ressonar mais gostoso e fofinho do mundo e eu fico uma infinidade de minutos esperando ela acordar pra me mexer.

É incrível o quanto esses bichinhos conseguem despertar ternura. A gente acaba amando, amando, amando eles desesperadamente. Quando quase mudei de endereço, a parte do coração que era delas era a única absolutamente inadministrável.

Dá medinho. Eles vivem menos que os humanos. Mesmo os humanos avançados em anos como eu. Ai.

Ando brava, né?

Mas a real é que ando precisando - e muito - que usem as muitas coisas que sei em um trabalho.
Porque sabe, modestamente, eu sou um bicho cheio de talentos. E não sou burra, não.

Entretanto, estou com quase quarenta. E o mercado, esse sim, é burro de pedra.

quarta-feira, julho 22, 2009

Classe e elegância

Engraçado, esse comentariozinho do Anônimo (aliás, bem típico de anônimo), me fez pensar na minha amiga Ro Salgueiro.

E concluir: se eu fosse homem ninguém questionaria isso, né, não?

Tomar naquele lugar, machaiada!

segunda-feira, julho 20, 2009

Com você aprendi...

... a dizer "foda-se" para muita gente e muita coisa. Valeu.
Só esqueci do palhaço principal: você mesmo.

Se for por falta de lembrança: VÁ SE FODER!!! Por um objeto/membro da grossura de um braço, sem lubrificante, sem preliminares.

quarta-feira, julho 15, 2009

Lembrete

Olá! Lembrem-me, por favor, de não me envolver emocionalmente com seres humanos de 12 anos de idade emocional.

É, desses que chutam o que um dia beijaram e ficam se achando "os macho bagarai" depois. Aliás, não estou mais em idade reprodutiva, tô dispensando machos.

E o que tem além disso? HOMENS. Coisa que tem gente que tem muito o que pastar pra ser.

Obrigada.

sábado, julho 11, 2009

Reclamar um pouco, que esse blog é meu

Ansim (proposital, ok?), uns dias atrás postei reclamando de uma coisa que achei altamente desrespeitosa com a minha pessoa, por conta da bipolaridade. Até porque veio de uma pessoa para a qual gastei uma boa quantidade de tempo e saliva explicando como esse tipo de coisa é complexa para mim.

Antes de qualquer alegação que não dá para justificar a vida por um distúrbio, eu sou a primeira a defender isso. Mas informação sempre é útil e eu andei levando muuuuuuuita porrada da vida ultimamente, por isso a necessidade de desabafar. Antes de torcer o nariz e mudar de página ou de post, lembre-se que pode acontecer com você. Com seu filho, seu irmão, seu namorado, a mulher da sua vida. QUALQUER UM.

Não é objetivo deste post ser referência. Para isso existe São Google. São só umas coisinhas contadas "de dentro".

1) É muito sacal as pessoas darem opiniões sobre o que não conhecem. A frase "ai, acho que sou meio bipolar" é de ferver o sangue. Corrija se ouvir e cale se falar.
Ninguém é meio bipolar, pombas. Não é bipolar quem tem altos e baixos de humor - isso se chama humanidade. Todo ser humano muda de humor, por estímulos vários.
O problema do bipolar é que ele não fica eufórico - ele é alçado. E vai ficando cada vez mais eufórico até "explodir". Ele pode entrar em surto psicótico (leia-se, sair da racionalidade dos seres normais, perder a noção do real, podendo ferir-se ou ferir os outros). Ele não tem o controle químico que uma pessoa normal tem, não tem (ao menos sem medicação) controle sobre tudo isso.
O bipolar não cai em depressão. Ele despenca. É muito mais rápido e mais profundo. Nada parecido com "ficar tristinho". É uma prostração profunda, que impede tarefas básicas, compromete a interação com as pessoas. O inferno.
Isso não o torna melhor, nem pior que ninguém. Mas diferente, sim. E sim, pode ser melhorado e controlado com remédios - mas nunca vai ser uma pessoa totalmente igual aos outros, até pela experiência de vida.

2) As crises são exageradas, as emoções hiperbólicas. Então não é estranho que a expressão do bipolar seja um pouco diferente.
A minha é, como vocês que leem esse blog devem ter notado. São meus anos, minhas cicatrizes, minha vivência. Em função disso, sou tachada, rotulada e carimbada aqui e acolibri. Costumo brincar, mas aqui é meu espaço de desabafo: acho isso um porre.
Tenho até um velho amigo amigo que me apelidou de drama queen. Sou exagerada, sim. Mas ser exagerada e dramática não é uma frescura, um frufru. Uma opção. É uma maneira inexorável de viver a intensidade das coisas. Quer saber, NO CU todo mundo. Ah, falei!

3) O mais chato é ser tachado de mentiroso. O bipolar passa por situações de vida que os outros não passam. O bipolar toma remédios que o mais perto que você passou foi no balcão da farmácia. Isso gera situações insólitas. Às vezes você toma uma bordoada da vida e precisa de uma dose maior pra não entrar em crise e pirar - o que gera um sono abissal. Mas se o outro não conhece essa situação - é MENTIRA.
Às vezes tu acorda de madrugada com cólica e de manhã está fora da casinha, porque tu toma antipsicótico (pra evitar os famosos surtos) e aquela porra desacelera tuas sinapses pra tu dormir e a coisa não pega no tranco. Mas os colegas não tem duvída - MENTIRA PRA MATAR TRABALHO. Como teu envolvimento emocional é mais rápido e intenso e tu já aprendeu a não ter vergonha disso, advinha? Logo acham que é MENTIRA PRA SEDUZIR.
Aí tu passa 100% do tempo tentando ser idônea pra caraleo, tentando fingir que não sabe pronunciar bipolar e sendo tachada disso e daquilo o tempo todo.

Tipo, bipolares são pessoas e pessoas não são perfeitas. Eu não sou perfeita. Eu tenho uma moral bem pessoal, sou egocêntrica pra caraleo e mais outros defeitos que é melhor não falar, porque já vi que cada defeito que eu admito é mais um que levarei na cara amanhã ou depois.
Pronto, falei. Quem quiser aproveitar como informação, beleza.
Quem não quiser, o x à direita é serventia da casa.

UPDATE: A quantidade de erros que saiu na primeira versão desse post foi impressionante. Nem eu mesma explico isso.

Hermética, ma non troppo

Só pra não aumentar a confusão na cabeça das pessoas.

O "Sr. Muito Importante" é um.

O sujeito dos outros posts todos, é outro.

Quem é quem, como e por que não vem ao caso.

Obrigada pela atenção.

Imitando Pizzicato Five

Acho que não vou ao meu pub preferido, nessa estação.

quinta-feira, julho 09, 2009

Ao Sr. Muito Importante II

1) Sim, eu cuidei exclusivamente das minhas emoções dessa vez. Porque quando eu deixei para cuidar das suas, lembro bem do resultado.

2) Por que será que eu sinto ciúme do seu envolvimento com outras pessoas, por que? Por que será que eu não consigo ser só sua amiga? Por que será que as vezes eu faço coisas pra te machucar? Por que será que eu tentei mas não consegui? Mistério, né?

3) "Porque você não liga pra mim." É, não ligo mesmo. Porque cansei do unilateral.

Não te desejo mal. Só te desejo longe, porque você sempre acaba me machucando.

Deselegância

Como eu nunca escondi nesse blog, sou portadora de transtorno afetivo bipolar e personalidade borderline. Aliás, eu nunca escondo isso de ninguém porque eu acho que as pessoas devem saber com o que estão lidando. Normalmente eu conto até o terceiro dia, com bônus explicativo. Se a relação tem algo de sexual, conto antes. Porque sim, eu me trato, mas submetida a reações de stress, é quase certo que vou reagir diferente das outras pessoas.

Aí depois de tudo isso, alguém ter a cara de pau de taxar meu envolvimento como "fixação doentia" e me taxar de "anormal" é de uma deselegância atroz. É tipo, "Sua louca, pare de ser louca!"

O equivalente a trombar num cego e perguntar "não olha por onde anda???"
Resumindo, não é só deselegância, é desrespeito, também.

E não, sua couraça de egocentrismo e "foda-se" não muda essa realidade.

terça-feira, julho 07, 2009

Eu tenho o poder mutante de me transformar em lixo

Não é incrível? Eu não congelo objetos com meu olhar, eu não lanço línguas de fogo, eu não leio mentes.
Eu me transformo em lixo.

O processo é bem simples: primeiro eu me exponho a seres humanos. Então eu deixo que eles me envolvam, me seduzam e dou o melhor de mim nesse processo. O melhor de mim MESMO, o melhor de mim inteira, porque eu não sei fazer joguinhos.
Aí, depois de utilizado o que tinha de mais doce - bem direitinho, lambendo o invólucro pra não sobrar nenhuma doçura: tchanam!

EU VIRO LIXO!!!! Perco todo meu valor e sou descartada. E se ainda fico por perto pela natureza grudenta do meu recheio, causo justificadíssima ira.

E aí? Qual é seu poder mutante?

segunda-feira, julho 06, 2009

Hermética e gastronômica

Frustração é ter se esforçado a vida toda para ser um medalhão da melhor carne, ao molho de frutas exóticas e, quando finalmente se chega à mesa, descobrir que seu comensal preferia mil vezes um BigMac....

sábado, julho 04, 2009

Intrigas de estado

Quando fui ver, não tinha a mínima referência. Só sabia que era com o Russell Crowe e era o suficiente, amo o homem sarado, gordo, insano ou equilibrado. Fazendo o que fizer, adoro.
Aí, logo descobri que era filminho de jornalista. E eu adoro uma história de jornalista. Como muitos sabem, eu me formei em Comunicação pela USP, nos idos (muito idos) de 1995 e por isso - e por ter muitos amigos que continuaram na lida - sei que não é essa ação toda, que a coisa não tem o menor glamour e que nem tudo é bem assim. Mas continuo adorando.
Até porque tem um amigo meu que lembra muito o Crowe. Ele não é nada investigativo e é até sossegado demais, mas enfim. Eu tenho um amigo que se larga nas investigações até quase (quase?) botar a vida na berlinda, mas ele não lembra nada o ator, é japonês. E tem um outro que mata entrevistados de medo com o olhar, mas também não parece com ninguém que vocês conheçam.
Não importa como, tenho uma nostalgia brava do jornalismo. Pena que estou velha demais pra voltar.
E o filme é bom, vão ver.

quinta-feira, julho 02, 2009

Ao Sr. Muito Importante

Depois de três anos de uma relação em que você me partiu em mil pedacinhos, eu voltei a falar com você. Porque o seu bom papo sempre me convenceu de que você me apreciava como pessoa e tudo aquilo era parte das circunstâncias.
E voltamos a conversar. Eu sempre tratada como um resíduo nuclear, tive que criar um pseudônimo masculino para falar com você no GTalk.
E o tempo passou, você voltou a usar seus pseudônimos antigos e até volta a postar no blog de velhas amigas - mas NO MEU, NÃO.
Eu não posso entrar no seu MSN porque ele é "público" (resumindo, tu é um frouxo que não controla o acesso da tua mulher sobre ele - aliás, sobre tudo na tua vida). Não posso mandar um sms do meu celular porque "meu número pode ser visto".
Enquanto isso, você faz sexo virtual com metade da web.

Quer saber? Mesmo? Vá a puta que te pariu. Ninguém me trata como pessoa de segunda classe, muito menos você. Siga seu rumo e seja feliz com sua hipocrisia. Eu vou é cuidar mais de mim.

quarta-feira, julho 01, 2009

Da vida real, ela mesma

Depois de finalmente sacar meu FGTS, atravessando várias questões burocráticas para provar que eu solteira-casada-divorciada sou a mesma pessoa.
Agora meu destino é correr atrás do seguro-desemprego. Como a coisa é feita? Claro, do modo mais inteligente: você pega às seis e meia a fila para a distribuição de senhas que começa às oito: e reza para estar entre os 150 primeiros.
Não consigo deixar de ranger os dentes e pensar que estabelecer um sistema de agendamento não iria, necessariamente, colocar o sistema em colapso. Mas não basta dar o benefício: é preciso humilhar e maltratar o desempregado. Com mil caralhas!!!

terça-feira, junho 30, 2009

A gente leva porrada, mas dança

Mal pra caralho, mas dança.

Desculpem botar o link, mas não tem reza brava que faça uploadar vídeo no Blogger, ao menos no meu computador.


segunda-feira, junho 29, 2009

Radiografia

Poema em Linha Reta (Álvaro de Campos)

Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo,
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedindo emprestado sem pagar,
Eu, que quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par disto tudo neste mundo.

Toda gente que eu conheço e que fala comigo,
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
Não, são todos o Ideal, se eu oiço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó principes, meus irmãos,

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?

Eu, que tenho sido vil, literalmente vil
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


Post escrito para o mundo e dedicado à minha amiga Paula, meu único par a levar porrada nesse mundo.

sábado, junho 27, 2009

"Eu te dizia: eu me apaixono todo dia e é sempre a pessoa errada"

Pessoas, me apaixonei essa noite. Por um homem incrível, de voz de veludo, cara de ursinho e gestualidade cativante. Ele só tem dois problemas: mora no Egito e é o homem mais bem casado do mundo. Tipo: até eu pegava a mulher dele.

O moço se chama Yasser Al Swery e cantou para mim durante quase duas horas essa noite. Agradeci as dicas do meu professor de canto (saudades, Herr Spohr) para aproveitar cada nota. Tenho problemas com músicos. Não consigo ouvir alguém performar tão bem assim e não me apaixonar. E ele dançando dabke com ela. Ai, meu Deus. (Nuran, saudades também!)

Ela? Ela é nada menos que linda, russa, ruiva e bellydancer Nour - uma das maiores bailarinas e das mais bonitas mulheres do mundo. Ai.

Agora vou dormir, suspirando. Apaixonada pelos homens errados (sim, vários de uma vez) como sempre.


quinta-feira, junho 25, 2009

Necessidade de mudança

Minha vida parece que foi atingida por uma espécie de cometa e saiu do rumo. Em pouco tempo, as coisas que tomavam minha energia se tornaram acessórios e algo novo passou a drenar tudo para um foco que chamava de maneira muito mais forte.

Minha dança ficou em segundo plano, meu derbake, a busca por emprego e casa - tudo por terra.
Agora está na hora de me reestruturar, voltar a batalhar pelas minhas coisas. Voltar a empregar tempo e energia no meu corpo e nos meu interesses.

Mas ainda estou colando cacos e suspirando e sem saber exatamente por onde começar.

quarta-feira, junho 24, 2009

Graças aos pilas guardados pelo governo no meu Fundo de Garantia

... esse blog volta à sua programação normal a partir de hoje à noite.

Agradecemos a atenção dispensada e lamentamos o transtorno.

sábado, junho 20, 2009

Offline

Por motivos de força maior, devo ficar uns dez a quinze dias sem internet.
Ou seja: postagem irregular ou nula.

Agradecemos a atenção e nos desculpamos pelo transtorno.

quarta-feira, junho 17, 2009

Quem não tem gatinha não sabe o que é

... não poder deixar nenhum brinco, presilha, ou nada que brilhe fora de gavetas
... ter suas coisas derrubadas da prateleira antes de conseguir soltar um grito
...não poder esquecer teclado na posição normal (virado para cima)
... encontrar sua blusa preferida, o livro emprestado, a cama, rescendendo a xixi de gato (ecaaa!!!)

MAS TAMBÉM NÃO SABE:

... a delícia de patinhas sobre suas pernas à noite
... o brilho de dois pares de olhinhos quando você entra no apartamento vazio
... ver duas bolinhas de pelos se transformarem numa só que rola em alta velocidade
... o alívio de uma gata no ventre em dia de cólica menstrual
... a glória de uma gatinha ronronando no peito em dias muito tristes
... amar muito tudo isso, com todas as desvantagens. Amar incondicionalmente um ser de outra espécie. Amar amar amar amar amar.

segunda-feira, junho 15, 2009

Sobre a relatividade

Eu chamo um amigo meu de sexista por causa de certas piadas e de umas propagandazinhas de cerveja que ele aprecia.

Entretanto eu prefiro o CQC ao Pânico porque tem um monte de gatinho inteligente de terno, em vez de gostosa burra de biquini.

Fiquei pensando - complicada essa questão de pesos e medidas, né?

Das delícias do desemprego

Uma das delícias de se estar desempregado é poder ficar em casa se retorcendo de cólica menstrual sem ter que dar satisfações a ninguém.

Não, dor não é gostoso. Mas é muito pior quando você tem que ligar para o trabalho (todos os meses), dar satisfação para os colegas de trabalho (todos os meses) e enfrentar a taxativa descrença que jura que a cólica monstro que vc enfrenta (todos os meses) é desculpa para matar trabalho. NADA é pior do que isso. Porque chefe desconfiado já é um porre, mas colega de trabalho é vocação pra capataz demais pra minha cabeça.

PS: Anônimo, vou trocar o verde hospital, se tanto incomoda. Mas eu preciso mesmo é de um template novo. Se habilita?

sexta-feira, junho 12, 2009

Anjos e demônios - o filme, com spoiler

Fui ver hoje, gentilmente convidada pelo Exposo. Não estava assim, superhiperlouca pra ver, mas achei que valia o deslocamento. E pô, tinha o Ewan McGregor, que até de padre tem um dos olhares mais sensuais que já vi. E é tuda. Enfim.

Gosto ou desgosto de filmes pelos motivos mais bizarros. Hoje vou plagiar o método de um blogueiro amigo e ir nos prós e contras:

Contras:

-definitivamente, o filme tem "licenças poéticas" demais. E algumas coisas que ficam incomodando:
** Um helicóptero subiria tanto em tão pouco tempo para evitar um impacto daqueles? Não era um avião supersônico, era só um helicóptero. Mas vai.
** Um homem sozinho tirar do chão uma estante presa com parafusos daquela grossura? Hmmm.
** Inglês, a língua dos illuminati? Só porque é a língua do Tom Hanks? Porque aquela explicação não me convenceu.
** Mas o que não dá pra engolir mesmo é um conclave do Vaticano eleger um menino-padre só porque ele salvou o Vaticano de uma "bomba" num helicóptero? Nem que ele viesse da Lua trazendo uma estrela na mão. O mundo vira ao contrário antes daquele lugar mudar.
- a cena em a mocinha arranca uma página de um livro raro e antigo, sem pejo, virou meu fígado do avesso. E de todos os apaixonados por livros, acho eu. Tive que ficar uns minutos me dizendo: é ficção, só ficção, nada foi rasgado, nada se perdeu.

Prós:
- o Ewan McGregor
- o Ewan McGregor
- o Ewan McGregor
- o guardinha suiço (segundo o Exposo, entendedor de sotaques germânicos) que cuida do Arquivo do Vaticano. Carisma a toda prova.
- o cuidado com as línguas estrangeiras. Se tem coisa que me deixa puta é personagem de língua não-britânica que fala inglês sem sotaque, mas tem sotaque na língua nativa. Tremenda coisa de amador. Nesse filme tá bonitinho, cada um no seu quadrado. (Ainda me lembro com espasmos do "alemão" falado em Olga. Arre.)
- Tom Hanks é um puta ator, apesar de eu não simpatizar pessoalmente com ele.
- A cena em que o preferiti é salvo na fonte. Ficou emocionante sem rolar pro piegas. Gostei.

Era isso. Beijo e até mais

quinta-feira, junho 11, 2009

Das saudades

É muito simples, comigo funciona assim. Se eu fico com muita saudade de alguém, começo a ficar ansiosa. Se eu fico ansiosa, faço merda.

Nesse caso, só existem duas soluções. Ou a pessoa para de se loquear e aparece, matando minhas saudades, ou eu começo um loooongo exercício de representação, fingindo que não é comigo.

A última opção quase nunca da certo, entretanto.

quarta-feira, junho 10, 2009

Prelúdio para dois derbakes - roteiro de uma peça sem platéia

Palco nu. Luz branca. Três cadeiras. Numa vão as coisas da aluna. Nas outras duas, ele, o professor e ela, a aluna

Tiram seus instrumentos dos cases e se sentam. E ficam se questionando se é mesmo possível esquecer alguém que passou tempo demais na nossa vida.
Até que ponto é possível por outro alguém nessa lacuna.

Vamos tocar? Vamos tocar.
Começam um pequeno aquecimento, mas precisam saber. É possível impedir o coração de se apaixonar pela pessoa errada? É possível se afastar do que fere, quando isso é aquilo que pede com todas as forças o coração?
É, não é.

Vamos tocar derbake que ganhamos mais. Aquecem. Mas a aula não engata.

- Sabe, isso parece uma daquelas peças alternativas da década de sessenta, onde havia um movimento anunciado que nunca terminava para dar sequência à peça.
- Hehe, é mesmo. Mas só funciona porque a platéia está vazia.

E te digo mais. Só funciona porque não é só o derbake que toca o coração.

terça-feira, junho 09, 2009

Mas entre um dia e outro, tem as noites

Eu escrevi aquele post borocochô porque as coisas estão meio borocochôs no momento. Mas isso não quer dizer que minha vida esteja horrível ou eu esteja infeliz. Está tudo meio bagunçado e é tudo.
Mas eu tenho amigos. E vou pra gandaia, ainda bem.
Esse último sábado teve o aniver da Anisah, num clima muito gostoso e danças lindas que ela ofereceu para nós. Gosto demais dessa menina, que o destino tornou minha parceira de aulas e que a geminianidade está tornando uma amiga.
A festa foi ótima, mas acabou cedo. A Fernanda estava no pique de mais festa e eu nem se fala. Como eu não estava louca de grana, acabamos indo para mais um point da sabedoria grifística: o Villa Acústica, na Cidade Baixa.
E foi ótimo: o lugar é baratíssimo (botecão mermo) e estava cheio da fauna mais divertida e variada da cidade. Vimos cenas hilárias de comprometedora descrição. Vou só dizer que algumas pessoas quando dançam... soltam todos os bichos... meeeeeeeeeesmo.
Buenas, lá na nossa terceira caipirinha, tocou o clássico que me faz duvidar que não nasci nessa terra (porque, porra, eu não só sei a letra de cor, como entendo o que significa). Cantamos todos no boteco, a plenos pulmões, Amigo Punk, do Graforréia Xilarmônica.

Segue a letra para diversão dos gaúchos e susto dos estrangeiros. Qualquer problema vocabular é só perguntar nos comments.

Amigo Punk
Escuta esse meu desabafo
Que a esta altura da manhã
Já não importa o nosso bafo

Pega a chinoca, monta no cavalo
E desbrava essa coxilha
Atravessa a Oswaldo Aranha
E entra no Parque Farroupilha

Amanhecia e tu chegavas em casa, com asa
A tua mãe dá bom dia
E se prepara para marcar
O gado com o ferro em brasa

E não importa se não tem lata de cola
Eu quero agora é sestear nos meus pelego
Com meu cavalo galopando campo a fora
O meu destino é Woodstock mas eu chego

Aonde eu ouço a voz da cordeona
Já escuto o gaiteiro puxando o fole
Vai animando a gauderiada no bolicho
Enquanto eu sigo detonando o hardcore

Bom, foi divertido. Depois a noite teve lá suas continuações. Mas nem tudo nessa vida é assunto pra post.
Beijos!

sábado, junho 06, 2009

Do caos e outros inconvenientes

Ando sumida, não? Há quem assim deseje, há quem reclame. Enfim, esse post é prioritariamente para os que reclamam.

Meus alegres projetos cor-de-rosa de transição de emprego foram todos para o brejo. Minha linda capacitação e meus contatos se mostraram inúteis até agora. Nenhum, nenhum retorno. Coisa de gente petulante que acha que pode com uma crise mundial. Enfim, estou pendurada até a ocorrência de um milagre.

Com a paralisação desse projeto, a mudança para um lugar meu também foi pro freezer. Eu tenho sorte do Exposo não ter ficado fulo da vida com essa retração.

Somado a isso, existe um sentimento que não foi pedido nem desejado por ninguém, mas que está gravado em mim sem que eu possa me livrar dele. Eu quase tenho que pedir desculpas por ele, acreditem. Apesar de ser um sentimento puro e bonito de bem querer, está minando o resto das minhas funções cerebrais. Apesar de não pedir nada para si, é causa de atritos e stress constantes. Resumindo, nada de fácil administração.

Com tudo isso, minha saúde não poderia seguir da melhor forma. Por mais estabilizada que eu estivesse há anos, ainda sou bipolar, não? Então se alternam crises de fúria, de depressão, de inquietação. Meu normal atual é dormir depois das quatro - porque não importa o que eu tome ou que horas vou dormir - meu cérebro martela, martela, martela.

Não quero a compaixão de ninguém. Desabafei e é tudo. Existem vidas muito piores que a minha vida. Só que agora, minha inspiração para escrever está meio... prejudicada. Todo mundo passa perrengue. Agora é só esperar que um dia o perrengue... passa.

quinta-feira, maio 28, 2009

Tarot

Fui dada de presente a um conjunto de cartas de tarot.
Sempre soube que esse momento chegaria, embora não esperasse que fosse no meio desse cos em que me encontro.
Agora é limpar, impregnar com a minha energia e estudar. Muito

terça-feira, maio 26, 2009

Fazendo as pazes com Saturno

Durante toda minha vida, eu tentei acelerar o tempo. Eu acelerei processos, términos de período de emprego, encurtei o tempo de intimidade nas amizades, meti o pé no acelerador no sexo.
A coisa chega a ser física. Eu acelero aparelhos eletrônicos - relógios, aparelhos de som, o que eu conseguir. Aquela sensação constante de que se não acontecer logo, não acontecerá jamais.
Talvez tudo isso aconteça por eu ser uma geminiana revoltada de ter Saturno na cúspide do nascimento e ficar subvertendo isso a todo momento.
Mas o tempo para, o mundo gira... Acabei conhecendo uma pessoa muito especial e com grande conhecimento do tempo e seus processos. Nossos mestres vem dos lugares mais insuspeitos, não é? Pois.
Estou aprendendo a esperar e fruir o tempo. Estou aprendendo que certas coisas tem que se aprofundar devagar. Estou aprendendo o que o tempo tem pra me ensinar, independente de "resultados". Fazendo as pazes com Saturno depois de tanto... tempo...

sábado, maio 23, 2009

Raqsa louca na pista e outras permissões

Bom, ou a noite de Porto Alegre anda meio chocha ou eu ando definitivamente sem sorte. Semana passada eu saí com uma colega e foi fraquíssimo.
Ontem saí com outra amiga, teoricamente mais versada na noite. Fomos pra João Alfredo e peregrinamos, ela me guiando. Talvez parte da culpa seja minha, mas uma certa agorafobia contagiosa contraída no início dos vinte anos me fez correr dos lugares socados com filas hiperbólicas.
Então acabamos indo pro Cabo Horn, onde a música que vinha era boa e dava pra entrar sem socar ninguém no caminho. Entramos. Subimos, descemos. Havia pessoas, mas não havia pessoas, entende? Enfim. Agora já tinhamos entrado e o jeito era se divertir como possível.
Começamos com umas caipirinhas para calibrar (Grifo, senti muita saudade da sua caipira estado da arte e por motivos nada afetivos) e dá-lhe dançar.
Justiça seja feita, a seleção musical era bem legal (tocou Unbeliveable do EMF e Groove is in the Heart ,do Dee Lite, clássicos dos 90’s que já me fazem dar três estrelas obrigatórias pra qualquer DJ), mas a pista estava um bocado vazia.
Olhei prum lado, olhei pro outro... quer saber? Tecla * fuck off * ativada. Comecei a dançar feito uma louca, como se não tivesse mais ninguém no mundo, muito menos na pista. Como só uma bellynerd pode curtir um repertório pop. Fiz deslocamentos, batidas, tremidos. Dancei um soul inteiro só com oito e ondulações. Tirei um reggae na base do camelo. Cara, até mão eu fiz. Se alguém viu e achou estranho? Eu com isso! Suei, liberei, me diverti. Se a noite não tá boa, eu me divirto sozinha. E tenho dito.
Isso pode parecer óbvio para você que lê este texto, mas para uma menina que passou boa parte da juventude dançando a passo miudinho porque se achava grande e desajeitada, não deixa de ser uma grande conquista no terreno das auto-permissões. O que me lembra outra coisa.

Hoje fui ver Star Trek. E me diverti horrores. Gostei particulamente da versão absolutamente carismática do Checov e da luta de espada samurai do sr. Sulu (apesar do ator não ter origem niponica...), que fez minha porção japonesa (atualmente tratada a tapa) delirar na cadeira do cinema (embora ele devesse ter decapitado um dos oponentes pra ficar perfeita).
Trivial pra você? Não pra mim que passei a juventude inteira só vendo filmes de arte (franceses, alemães, russos, italianos, americanos só os alternativos), filmes históricos e documentários. Bocejava a qualquer coisa feita em grande estúdio e dormia em filmes de ação.
Ainda gosto dos meus filmes esquisitos. Mas ME PERMITO gostar também do que me dê na telha. De coisas apenas divertidas, não só do que me obrigue a pensar. Não preciso mais provar que sou capaz de.
Tem quem ache minha idade demasiada. Eu considero que estou na minha melhor fase. Sinto-me cada vez mais eu mesma, cada vez mais a vontade dentro da minha casca, me divirto cada vez mais e melhor.
E, na real, isso é muito bom.

domingo, maio 17, 2009

Ocupação insólita

Você reclama dos fechamentos infernais, da demora dos processos no fórum, da chefe da sua ONG que nunca aprova os projetos, do delegado que te segura no plantão, da porra do PHP? Amigo, existem ocupações muito mais bizarras.

Amigo jornalista de São Paulo que me contou, via fonte seguríssima.

Determinado descendente nipo-brasileiro tinha ido trabalhar no Japão. Deu muita sorte e se empregou por um bom salário, mas não havia jeito de contar para os parentes brasileiros qual era a função.

A família começou a se preocupar. Sabe como é, família nikkei, gente séria - e se o parente tivesse se envolvido em algo ilegal. Yakuza? Ai, meu Deus. Começaram a pressionar.

Pressionaram, tanto pressionaram, que o moço acabou confessando: a função dele era ficar à disposição dos lutadores de sumô de determinada casa, assim que esses terminasssem de usar o banheiro. Para lavar o... equipamento.

Então amigo, se você acha que tem um empreguinho cu... não viu nada...

sexta-feira, maio 15, 2009

While my Heart is Still Beating

Tem um grande amigo que não foi citado claramente no último post, mas que é muito, muito importante. Ele não tem horas pra ficar comigo no msn, porque ele não tem horas para nada. Coitado, ele mal tem tempo pra comer. Mas nas horas que ele tem para mim, ele tem um ouvido muito doce pra me ouvir e aquela coragem que pouca gente tem: a de dar conselhos. Não conselhos quaisquer, mas baseados na vivência dele, que é longa como a minha e bem dolorosa.
Estou falando do meu professor de derbake, que foi fundamental nesse período bravo. E além de tudo, ele é meu terapeuta, porque dribla minha falta de concentração e desafia meu cérebro, me ajudando a voltar a ser eu mesma, aos pouquinhos.
E só eu sei de quantos dum-dums e takatakas se faz um coração são. Hoje ele estava particularmente endiabrado, enfiando tercinas no meio de ritmos de quatro tempos. Tico e Teco dançaram tanto que se trançaram. Uma aula excelente, como de hábito. Não é a toa que o moço tem ascendente Escorpião.
Mas o que eu achei engraçado é que no meio desses valz (hehe, perdão pelo trocadilho) eu me achava e me perdia, mas no meio da confusão sempre achava meu rumo no baladi. Não importa a velocidade, o que esteja intercalado, o que se passe na minha cabeça: tudo começa e termina em baladi.
Foi quando eu me dei conta: mas bah, meu coração bate baladi!

quarta-feira, maio 13, 2009

Meus queridos meninos

Minhas amigas: vocês sabem que eu amo todas vocês. Amiga mulher é tão importante, amiga mulher discute as questões importantes, faz você repensar tudo, toma o lado do outro, te diz que você vai sobreviver. Claro que tem umas patologias que te chutam ou querem mudar radicalmente teu modo de ver o mundo. Mas eu falava das amigas. Preciso de cada uma delas. E elas sabem o quanto.

Mas hoje eu vim aqui para falar dos meus amigos homens. Amigo homem é amigo de outra forma.
Amigo homem não questiona, não escarafuncha. Não avalia os dois lados da questão - toma o teu como certo e ponto final (e em alguns momentos, isso é tudo que você precisa). Não conceituam nem analisam, apenas ficam do teu lado deixando você falar o que quiser. Não se assustam nem se ofendem com suas alterações de humor. Ficam lá, por seis, oito, doze horas seguidas no MSN (dependendo da existência ou não de esposas que aceitem a amizade - aliás, alerta geral: se você acha que é a única amiga incondicional do maridinho é você, deixe de ser besta. E sim, muitas vezes é uma ex-namorada), sem reclamar e sem tédio. Embalam seu coração com histórias de maturação de cerveja, o novo Star Trek ou séries nerds que ninguém conhece.
Amigos homens são insubstituíveis para dar alento ao coração.

Meninos que me sustentaram nesses dias negros, muito obrigada por seus ouvidos, suas mãos, sua doçura virtual. Amo vocês.

terça-feira, maio 12, 2009

Pra ninguém dizer que eu não tenho senso de humor

http://www.youtube.com/watch?v=ngRq82c8Baw

Fuck off

Confesso. Vocês podem interpretar como uma falha de caráter. Mas é fato que eu tô num período fudido de mudança de casca.
E claro que eu já ouvi de tudo. Desde o tradicional "vai passar" até o "se você acha que isso é ruim, então me escute", passando por mantras edificantes que possam remontar minha vida em melhores dias cor-de-rosa. Ok, todo mundo pode estar até certo.
Mas o fato é que está doendo em mim e está doendo para caralho. Talvez vocês consigam ignorá-lo, mas eu não consigo. Se isso te incomoda, volte a esse humilde bloguinho daqui a um tempo, ou não volte, se lhe aprouver.
O fato em que eu estou em modo *fuck off*. Estou deletando certas posturas em pessoas e mesmo certas pessoas. Simplesmente tem coisas que eu não preciso mais.
Eu sei que quem eu amo e quem me ama vai ficar. Mesmo que sejam um ou dois.

Pra quem ficou confuso, eu resumo: não, não tô botando todo mundo pra fora, a companhia de vocês é sempre bem vinda.
Só que eu CANSEI de ser boazinha. Tipo, CANSEI.

O melhor amigo de uma garota é seu psiquiatra

Nenhuma dor moral resiste a uma boa dose de tranquilizantes.
Tem algo fundo que eu estou arrancando de dentro de mim. E vou.
Eu tenho que aprender que o que para os outros é hobby para mim é patologia.

domingo, maio 10, 2009

Eu continuo tentando escrever...

Mas eu mesma não conseguiria pensar em nada mais apropriado.


When your day is long
And the night - the night is yours alone
When you're sure you've had enough of this life
Hang on
Don't let yourself go
'cause everybody cries
and everybody hurts, sometimes
Sometimes everything is wrong
Now it's time to sing along
When your day is night alone (hold on, hold on)
If you feel like letting go (hold on)
If you think you've had too much of this life
To hang on'
Cause everybody hurts
Take comfort in your friends
Everybody hurts
Don't throw your hand, oh no
Don't throw your hand
If you feel like you're alone
no, no, no, you're not alone
If you're on your own in this life
The days and nights are long
When you think you've had too much of this life,
to hang on
Well,
everybody hurts
sometimes, everybody cries
And everybody hurts, sometimes
But everybody hurts, sometimes
So hold on, hold on, hold on, hold on, hold on,
hold on, hold on, hold on
Everybody hurts

You're not alone

Eu gostaria muito de poder escrever coerentemente

Algo com começo, meio e fim que pudesse descrever esse meu momento de vida. Esse meu hiperbólico, pantagruélico e estapafúrdio momento de vida.
Eu gostaria de dizer que estou seguindo minha coerência interna, mas nem isso.
Eu estou num momento em que faço o que é possível. Em que há muita maravilha, mas em que há também muito, mas muito sofrimento.
Eu tenho essa natureza Rorschach e sei que sobrevivo com a cicatrizes. Mas estou num momento meio Wolverine, mais especificamente quando fundem a liga metálica nos ossos dele.

E gostaria de dizer que amo todos vocês.

quarta-feira, abril 29, 2009

Vagas emoções e pensamentos instântaneos

Porque ser geminiano é ter um caráter fortemente adesista.

http://twitter.com/samaraleonel

segunda-feira, abril 27, 2009

Haicapenga

Tô com insônia.
Toco-insônia.




*Em gauchês, levar toco é ser dispensado, levar bilhete azul, dançar.

sábado, abril 25, 2009

Para mim, a lei de Herodes

Sempre, sempre, sempre.

quinta-feira, abril 16, 2009

Porque eu amo tanto Rorschach

Porque eu estudei cultura japonesa intensivamente durante quase dez anos da minha vida. E esse é o samurai mais incrível de que eu já tive notícia. Polaco-americano e criado em algum subúrbio sujo, mas samurai até a medula. Absolutamente fantástico.

Eu já era fã dele dos quadrinhos (que li na década de 90), mas a versão em filme é muito mais poderosa. Escolheram o ator a dedo, um dos melhores olhares de assassino de todos os tempos. Uma elegância dentro de toda brutalidade e total falta de compaixão. E, ao seu modo, sexy pra caraleo.

E quem ficar na dúvida, ele tem a morte mais samurai fora da história do Japão. Arrepiei as duas vezes que vi. Registrado.

sábado, abril 11, 2009

Post quase hermético

Lenine sempre tem razão: "O medo é uma armadilha que pegou o amor."

quarta-feira, abril 01, 2009

Do desemprego sem receio

Pois é, meu povo. Samy finalmente pediu demissão da fundaçãozinha bonitinha mas ordinária onde trabalhava. Porque ficou claro que numa entidade estagnada, não rolaria nunca uma promoção. Porque o salário nunca pagou uma conta importante. Porque varrer o pátio gigantesco já não parece mais tão divertido. Mas, principalmente, muito principalmente...
PORQUE EU QUERO GANHAR DINHEIRO PARA FAZER O QUE EU SEI FAZER, QUE É TRABALHAR COM TEXTO.
Sei que estou na contramão do mundo. Que só se fala em crise, que a maioria dos empresários não pensa em contratar, que todo mundo está se agarrando desesperadamente no empreguinho que tem.
Mas eu sempre estive na contramão. E sei que o meu momento vai chegar, porque eu sou boa nesse negócio.
E você, leitor, que precisa ou sabe de alguém que precisa de um jornalista, um revisor, um preparador de originais, um redator – grite! Unidade da federação, se a proposta for boa, não é problema. ^_^

segunda-feira, março 30, 2009

Da viagem e dos novos planos

Eu podia colocar fotos aqui. Mas achei que não fazia sentido, porque todos vocês as conhecem, a ilustre desconhecia era eu.
Eu podia falar do que fizemos juntas. Mas só faz sentido para nós. Então vou ficar nas impressões.

Pense numa pessoa agitada. Mais. Um pouquinho mais. Você está perto de imaginar como é Roberta Salgueiro. Corri atrás dela por seis maravihosos dias na capital do país.
E por que não fiquei no meu canto e corri atrás dela? Porque essa foguetinha é puro encantamento, uai. Bobo é quem não corre atrás.
Roberta é gostosa no jeito de falar. E no que diz. Tem um olhar de menina aprontona. E um sorriso um bocado sedutor. Eu, Alexandre (o geminiano-marido mais doce e tranquilo que já conheci), Andrea, Marta, Luciana, Aline, a gente apenas orbitava em torno dela. E era lindo.
Pra usar da eloqüência dos mineiros: foi massa.

Eu achei que ia encontrar Luana Mello na capital paulista. Mas era um bando. E eu amei Luana e eu amei o bando. Porque cada um era tão especial, à sua maneira. Uma gente tão livre e tão resolvida e tão sem frescura e tão sofisticada ao mesmo tempo. O irresistível Giu, homem bonito em todos os sentidos e que será meu modelo de geminiano pelas próximas décadas. Porque, mesmo aos quase quarenta, ainda é tempo de aprender.
Luana me ensinou tantas coisas. E derrubou tão deliciosamente todas as bobagens que eu já acreditei sobre ela um dia. Que ela fosse “pati”. Que ela fosse um poço de vaidade. Bobagens. E Luana, entenda, Luana é muito mais que não ser tudo isso. Luana é ela mesma pra caralho. E, acredite em mim, isso não é pouco.

Como descrever a sensação de rever amigos de quase vinte anos? Além da inevitável percepção dos anos passando, é como voltar para casa. A família que você escolheu. Amor puro.

Aproveito para comunicar que resolvi tomar vergonha na cara. Nada mais de notinhas inofensivas sobre dança. Montei um blog para pensar a dança, sob minha ótica de eterna amadora, mas a sério. A revelação de um nick antigo (ver em “Sobre Samara”) talvez ainda me traga alguma dor de cabeça. Mas resolvi dar a cara a tapa nesse mundinho vil. Conto com a presença do pessoal que dança (e pensa a dança) por lá. Esse blog continua, dando conta da minha vidinha cotidiana.

quinta-feira, março 12, 2009

Viagem

Depois de uma temporada muito massa em Brasília (ô, cidade maluca, sô), com o bicho louco, elétrico e apaixonante que é Roberta Salgueiro - seu marido fofo e seus onze fantásticos gatos, estou no meio do nada.
Pedro de Toledo, perto de Peruíbe (onde mora minha irmã). Casa tranquila, rio ao fundo, cachorros no lugar dos gatos e muito calor abafado.
Em breve sigo para São Paulo, com a certeza de que não vou conseguir ver todo mundo.
Já marquei com Luana, ao menos. Mas é muita gente.
Por outro lado, estou roxa de saudade do Esposo e das minhas gatas. Sempre fico dividida em viagens.

domingo, fevereiro 22, 2009

Enfim, férias!

Desculpem meu sumiço por aqui. Mas parir férias pode ser tão difícil quanto parir quíntuplos.
Agora sai. Um ano e cinco dias depois. Mas saí. Disposta a dar uma revolucionada na minha vida profissional, mas isso eu conto depois. Tenho vários dias para pensar nisso.
Por enquanto, estou nuns dias mortos aqui em Porto Alegre, aproveitando para fazer aquelas coisas que nunca se tem tempo de fazer, como limpar arquivos e organizar CDs e DVDs.

Mas o que eu mais queria contar é que vocês podem todos morrer de inveja.^_^ Na semana que vem estarei com meus pezinhos fincados no Planalto Central, curtindo Roberta Salgueiro.
Conheço Rô desde 2004. Foram inúmeras horas de conversas telefônicas, milhões de linhas no MSN e no GTalk, quilômetros de emails e comentários em blogs (ela sempre no Yallah, eu abrindo e fechando blogs a cada punhado de meses), mas nunca nos tocamos.
Essa vai ser uma ocasião histórica. Estou usando de todo meu auto-controle para não ficar completamente eufórica, ansiosa e insuportável. E dos meus inseparáveis remedinhos também, claro.

Depois de passar uma semana com Roberta, dou uma passada rápida pela família antes de cair nos braços dos meus amigos bêbados e malucos que ligaram em dezembro, solicitando minha presença. Quero ver se dona Luana Mello arruma um par de horas para me ver, também.
Pretendo ir escrevendo sobre tudo isso, conforme for acontecendo. Perdoem eventuais sumiços: não sei como vão estar as condições de conexão onde estarei.

No mais, continuo estudando as coisas de sempre.
Passei a fazer aula individual de derbake e está sendo bem mais puxado. Acho que agora a coisa anda.
Na dança, comecei aulas com Daiane Ribeiro. Ela esfola, mas que maravilha. Estamos começando por reforçar minha postura. Sinto que terei um ano muito fértil.

quarta-feira, fevereiro 11, 2009

Patifarias e mizmares

Enquanto o mundinho bellydance se agita com o plágio escancarado – e vergonhoso - que Hayet el Helwa fez do texto sobre shaabi de Roberta Salgueiro, meu interior mergulha no mundinho das rababas e mizmares.
Não, eu não entendo de folclore. Não, eu não sou especialista em folclore – bem que eu queria. Mas uma coisa que eu não posso negar é que meu corpo vem sendo progressivamente "puxado" por esse tipo de música, cada vez mais intensamente e não há nada que eu possa fazer a respeito.
Acho as clássicas maravilhosas, até choro com algumas. Mas o meu corpo se move confuso entre as frases grandiloquentes e as variações súbitas de ritmo.
Folclore, não. Posso até estar fazendo outra coisa, mas meu quadril vai se mexendo sozinho, meus ombros shimmeiam, é mais forte que eu. Preciso estudar essa coisa para fazer meu quadril ir na direção certa, meus ombros entrarem da maneira correta, minhas mãos baterem palmas como se deve.
Para piorar meu vício, amiga Lory me mandou um monte de CDs com música ghawazee (adouro!), fallahi, baladi e alguns saids. Tô perdida.
Espero que da mesma forma que veio a música, venham os ensinamentos também. Porque, para mim, a primeira palavra para folclore é respeito.

terça-feira, fevereiro 03, 2009

segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Grande história de um pequeno baladi

Era algum dia do final de dezembro, quando Daiane me ligou e me convidou para ajudá-la a organizar um show em homenagem a Karina Iman (que pra quem não sabe, estará trabalhando fora do país nos próximos meses deste ano). Eu aceitei na hora, claro.
"E você vai dançar um baladi, lógico!" Lógico, pensei eu. Um baladi. Estrutura clássica. Fácil.

Pelo menos eu acho, pensei eu cinco dias depois.

Festas, aquela coisa. Começamos a nos encontrar em início de janeiro. E se iniciou o martírio. Daiane me deu um CD CHEIO de baladis para escolher um. Tinha com acordeon, com nay, com sax, com rababa. De onze minutos, de sete, de cinco. Fiquei com um baladi bem clássico com acordeon, de reconfortantes três minutos. E saí estudando.

Estudava, estudava e nada. O taksim de um minuto e pouco me parecia infinito e rápido demais. Tinha um monte de batidinhas, rushzinhos e frasezinhas fora do esquema que eu não conseguia decorar. O final eu NUNCA acertava. Comecei a pegar raiva do coitado.

Meu quadril me traía. Tinha jeito dos movimentos saírem limpos não. Eu ainda queria arrumar meus pés e minhas mãos, segundo petição de um moço amigo meu que muito me vale nessas horas, mas meu cérebro não dava conta de tudo.

Aí me veio a primeira grande lição dessa história: não adianta não ter tempo, não adianta não ter lugar. EU PRECISO ESTUDAR MAIS HORAS POR SEMANA. DEFINITIVAMENTE. Espero que leve isso daqui pra diante.
Estudei, estudei, estudei. Até as minhas bundas doerem (pode parecer uma incorreção, mas só uma bailarina do ventre sabe exatamente quantas bundas temos!) e os tendões da minha mão ficarem inchados. Mas a coisa estava tensa.

Ensaio final, com a Daiane e a Zahira. No meio do caminho, descubro que a Dai esqueceu de levar o CD dela, com a música. Eu tinha a música no MP4 e um adaptador, fui lá assim mesmo. Era na Cia de Arte e quando desci do elevador no 8o. andar, não vi o degrauzinho e cataploft! Seria apenas risível se eu não tivesse machucado o ligamento do tornozelo esquerdo na queda. E feio.
Fui andando e a dor foi diminuindo. Achei que era só um susto. Cheguei lá e ninguém tinha cabo pra ligar no som. Saí sem ensaiar, sem nem conseguir mostrar o pouco que eu tinha conseguido montar.
Indo com as meninas pro ponto de ônibus, cheguei à conclusão de que eu não estava pronta e que aquele era um sinal dos céus para eu desistir. A Dai me fez prometer que daria uma chance a ela. E eu dei. Mas certa de que ela desistiria assim que visse minha coreo. E fui pra casa.

Chegando em casa, a grande idéia: o problema era a música. Mudei para uma com derbake e rababa, de cinco minutos. Era um pouco repetitiva, mas me sentia muito à vontade nela. Nem estudei muito. Achei que com aquela música tudo daria certo.
O tornozelo? Passei o sábado e parte do domingo de tornozeleira, mas, graças às Musas, ele está praticamente perfeito.

Domingo, a Dai me raptou e me levou para a sala onde ela dá aula, em Esteio. Por A mais B ela me provou que aquela música não era a adequada para o show, por não ter estrutura tradicional. E que ia ser mais fácil corrigir a primeira do que reestudar toda a segunda (tinhamos apenas quatro dias para a apresentação. )
E foi o que fizemos.
Das 19h30 às 22h30. Sem grandes pausas. E aí eu aprendi duas coisas. Que além de uma grande professora, a Dai é uma tremenda amiga. E que, definitivamente, inspiração não substitui trabalho duro. (Mas ainda apresento aquela com rababa, ah, se não!)

Resultado final (para encurtar a história, que ainda conta com algumas pequenas peripécias): o baladi foi apresentado, sem erros coreográficos, no tempo certo. Com muito emoção e braços horrendos - eu tenho a maldita tendência de esquecer deles quando me emociono...>< E com umas expressões inadequadas e ridículas, vez em quando. (O resultado está uploadando no YouTube, enquanto escrevo esse post.) Bora corrigir pra próxima. Com um pouco mais de tempo dessa vez, espero.
Mas tenho também que dizer que as meninas estavam todas lindas. (Também estarão no YouTube, vocês vão poder ver.) E foi muito legal fazer esse trabalho em equipe. E oferecer para a Karina, que nos ofereceu tanto. Fiquei orgulhosa, apesar dos braços bisonhos.

MSN - e um sólido relacionamento de 17 anos

Eu: Mas levando em conta a última vez que nos vimos, você ainda me acha comível?
Ele: Claro que sim!
Eu: Ufa, é bom ouvir isso. Acho que você também gostaria de saber que a recíproca é verdadeira.
Ele: Você me acha uma mulher comível?
Eu: Exato. Se eu te pego de jeito, te jogo no chão e te faço mulher.

Eu: Ainda bem que o senso de humor melhora com a idade, não?
Ele: Alguma coisa tinha que melhorar...

sábado, janeiro 24, 2009

Crespúsculo - um post livremente causado por Ket

Estava no shopping com esposo, assim, meio a esmo. Estava passando "Crepúsculo". Não li nenhum dos dois milhões de livros da série porque atualmente ando sem tempo até para ler blogs, mas lembrei do tanto que a Ket falou desse negócio. Sempre parto do pressuposto de que coisas que apaixonam pessoas inteligentes, por mais que fujam do meu estilo, não podem ser ruins. Resultado: puxei o moço pela mão e entrei no cinema.
Apesar do tema beeeem batido, é uma história muito bem contada, mesmo no cinema. Acho que a escolha do elenco foi particularmente feliz. Mas não fazer resenha, não, vou deixar isso para quem leu mil vezes o livro e decorou o filme. Eu queria falar de um negócio que me intrigou.
Acabei me apaixonando pelo belo vampirinho antes do tempo regulamentar. Aí me encucou o que faria uma mulher de 36 anos suspirar por um ser virtual de eternos 17. Não, não era a adolescente "que mora dentro de mim". Era a mulher mesmo. Aí, puxei pela memória. Já tinha me sentido assim em relação a um homem uma vez. Uma única vez. Então caiu a ficha.
Edward é protetor. Profundamente protetor. Protege Bella dela mesma. Chega a ser invasivamente protetor: usa seus poderes para entrar no quarto dela e observá-la no sono. Preocupa-se, enfim, mais com ele do que com ela mesma.
Talvez para algumas mulheres isso seja um caso de possessividade profunda, digno de advertência de alguma DDM. Mas, eu, pelo menos, confesso: é meu maior sonho de consumo emocional. O que leva uma mulher maior de idade, vacinada, estabilizada e independente querer tanto um superpai protetor do lado (ok, eu confesso, meu pai era um e eu sou uma super Electra assumida) eu não sei dizer.
Mas levando em conta o sucesso do filme, não devo ser a única.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Exposição

Tenho uma apresentação para participar em breve. Vou fazer um baladi básico, de 3 minutos. Apesar que o básico nem sempre é o mais fácil. Bom se é fácil ou se não é, não vem ao caso. O caso é que eu quero estar lá mas não quero.
Para mim dançar é expor. Se não expor, fica uma merda. Expõe inconscientemente, de qualquer jeito. Expõe o lado feio.
Só que tem um movimento muito forte dentro de mim querendo um casulo. Querendo reclusão, querendo colo. Por um tempo, não pra sempre. Mas o tempo é agora. Espero que isso passe logo e eu possa deixar aflorar à tona, em tempo hábil, a mocinha baladi que mora dentro de mim.
Mas o mundo me parece tão áspero certas épocas... Áspero demais para ela.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Amigos muito especiais

Eu tenho muitos amigos, muito queridos e que amo muito. Mas por uma série de fatores, devo confessar que nenhuma turma é igual a dos rapazes que eu conheci fazendo Jornalismo na USP na década de 90. Não são muitas as pessoas que você leva por 17 anos, através dos altos e baixos da vida, e continua falando a mesma língua.
Ontem, umas dez da noite, eu estava em casa, arrumando a mala da minha mãe que volta depois de passar as Festas comigo, quando toca o celular. Estranhei um pouco e fui atender. Era W.
Aí eu fiquei preocupada. Por uma série de motivos que não cabe contar aqui, ele nunca me liga fora do horário comercial. Quando atendi, tomei um susto. Não era a voz dele. Em segundos pensei em acidente, sequestro, tudo de ruim. Mas em pouco tempo reconheci a voz . Era o R., meu grande amigo da mesma época, numa grande explosão de afetividade.
"Eu tô aqui com o W., estamos bebendo desde as duas da tarde, aí eu resolvi pegar o celular desse grande filho da puta e fazer ele ligar para os amigos, porque ele é um filho da puta que não liga para os amigos e só pensa em trabalho! Como você está? Você está bem?"
"Sim, estou bem. Com muitas saudades!"
"Eu também tô com saudades. Quando você vem para São Paulo?"
Aí eu passei um longo tempo explicando meu plano A, meu plano B e meu plano C para os próximos meses, de acordo com previsões que ainda não se efetivaram. Falamos mais, sobre família (na medida do possível, já que a minha estava bem ao meu ladinho e eu estava sóbria), sobre sermos os mais especiais uns para os outros, sobre amizade que não morre nunca, mais muitos eu te amos e estou com saudade.
Aí ele passou o telefone para o W. Se R. estava bêbado, W. estava na debruçado na borda do coma alcóolico. A língua mole na boca dificultava a dicção. Começou um "Sá, como é que ce tá?" Depois fiquei sabendo que o cretino acabara de ganhar mais uma filha, detalhe que ele simplesmente "esqueceu" de me contar esses meses todos! Homens! E falamos, falamos, falamos. Oitenta e cinco "estou com saudades" e "eu te amo". E um milhão, trezentos e trinta e quatro mil, quinhentos e sessenta e dois "quando você vem para São Paulo?" Eu respondia, respondia, mas ele esquecia e perguntava outra vez, numa ciranda sem fim. Bêbado é foda. ^^
Pedi para ele passar o telefone para o R., que estava um pouco menos pior, para pedir para que ele não deixasse o W. pegar o carro, sob nenhum pretexto. Foi aí que percebi que ele estava mais torto do que eu pensava. Ele ria, ria, ria, falava bobagem e terminou perguntando... adivinhem! "Quando você vem para São Paulo?"
Eu posso ser muito tola, mas receber ligações non sense como essa me deixam loucamente apaixonada pelos meus amigos e muito, muito orgulhosa de ser amiga de gente assim.