... não deixe o Formspring acabar...
Me faz uma pergunta, vai?
domingo, maio 30, 2010
quarta-feira, maio 26, 2010
Maldita seja a Claro por todo o sempre!
Houve um tempo muito distante em que meu celular Claro pegava em todos os lugares, inclusive na praia e na serra, onde os dos amigos de outras operadoras morriam... Mas hoje em dia!
Marido diz que parcialmente é culpa do meu modelo "novo" (MotoKRZR K1), mas honestamente duvido que seja só isso.
Fato 1: Eu perco sinal o tempo todo, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé. E sim, dentro do meu apartamento também.
Fato 2: Eu não sei porque merda do plano ou que outra porra, não importa quantos milhões de créditos eu tenha no celular, ele jamais me permite realizar ligações interurbanas (coisa que eu fazia tranquilamente há um ano atrás, como o mesmíssimo plano), alegando que "não há créditos suficientes para completar essa ligação". Coisa que há quatro anos atrás eu conseguia fazer com R$ 2,00, no pré-pago! (Lembrem-se que eu praticamente vivo em duas cidades diferentes!)
Fato 3: Ele não completa mais da metade das ligações feitas de outra cidade quando estou em roaming! O detalhe é que eu estudo em Santa Maria e passo metade da semana em roaming, só podendo me comunicar por torpedo. E eles nem tem a decência de me comunicar que pessoa X tentou ligar.
E hoje foi o cúmulo do absurdo. Ontem mandei um torpedo para meu amantíssimo professor de derbake para confirmar a aula de hoje. Daí que não houve resposta. Imaginei que, ou ele não tinha recebido, ou não tinha podido responder, ou não poderia dar aula. Então, uma hora e meia antes do que seria o início da aula, mandei outro torpedo dizendo que eu havia concluído que nosso encontro tinha ficado para a próxima semana e desejando bom finde.
Aí ele respondeu que tinha, sim, mandado um torpedo confirmando! Caralho de operadora que nem pra entregar torpedo serve! Aí fiquei preocupada, porque o moço mora lá onde Judas perdeu as cuecas e achei sacanagem ele ir mais cedo para o Centro para não me encontrar. Então peguei o telefone para ligar para ele e dizer que ia sim, mas ia atrasar um pouco, se tudo bem. Liguei, a ligação cortou. Tinha caído o sinal. Esperei voltar quase cinco minutos, nada.
Então tive a brilhante idéia de ir até o corredor do prédio - às vezes funciona, botar no corredor ou da janela, mas não queria ficar falando dependurada do quarto andar - daí que fui. E acabei fondo. A gata tentou escapar pela fresta da porta, que eu bati num impulso. Aí danou-se! Presa do lado de fora do apartamento, de havaianas, um vestido indiano todo rasgado/manchado/fodido que eu uso para dormir e tingir cabelo e uma parca com um descosturado de cinquenta centímetros embaixo do braço esquerdo. Ok, eu não devia andar tão relaxada dentro de casa. Ok, eu parecia uma homeless. Que fazer?
Peguei o celular para encher o saco de marido, que estava no caminho entre um trabalho e outro. QUEDÊ SINAL???
Desci para a área comum, com alguma esperança. Esperei quase dez minutos e nada!!! Desliguei, tirei o chip, esfreguei como me ensinaram na época que eu era a encarregada disso no escritório. Nada. Tive a brilhante idéia de ligar a cobrar pro marido do orelhão da portaria (olhando pra baixo, rezando para não encontrar nenhum conhecido) e fui informada pela moça da OI que o telefone dele não estava programado para receber esse tipo de chamada - que eu faço o tempo todo. (Antes que eu esqueça, moços da OI, vão todos tomar no eu também!!!)
Aí, milagrosamente, o sinal voltou. Liguei para marido que pegou um taxi e veio me resgatar. Liguei para o profe, que por sorte ainda não tinha saído de casa. Enfim, tudo mais ou menos ok.
Voltando de Santa Maria vou passar na loja da Claro e esbofetear pessoas até resolverem meu problema. Se não resolverem eu troco de operadora e vou esbofetear outros funcionários. Porque na real, não existe mesmo muita alternativa para usuários de telefonia móvel no Brasil. Merde!!!
Marido diz que parcialmente é culpa do meu modelo "novo" (MotoKRZR K1), mas honestamente duvido que seja só isso.
Fato 1: Eu perco sinal o tempo todo, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapé. E sim, dentro do meu apartamento também.
Fato 2: Eu não sei porque merda do plano ou que outra porra, não importa quantos milhões de créditos eu tenha no celular, ele jamais me permite realizar ligações interurbanas (coisa que eu fazia tranquilamente há um ano atrás, como o mesmíssimo plano), alegando que "não há créditos suficientes para completar essa ligação". Coisa que há quatro anos atrás eu conseguia fazer com R$ 2,00, no pré-pago! (Lembrem-se que eu praticamente vivo em duas cidades diferentes!)
Fato 3: Ele não completa mais da metade das ligações feitas de outra cidade quando estou em roaming! O detalhe é que eu estudo em Santa Maria e passo metade da semana em roaming, só podendo me comunicar por torpedo. E eles nem tem a decência de me comunicar que pessoa X tentou ligar.
E hoje foi o cúmulo do absurdo. Ontem mandei um torpedo para meu amantíssimo professor de derbake para confirmar a aula de hoje. Daí que não houve resposta. Imaginei que, ou ele não tinha recebido, ou não tinha podido responder, ou não poderia dar aula. Então, uma hora e meia antes do que seria o início da aula, mandei outro torpedo dizendo que eu havia concluído que nosso encontro tinha ficado para a próxima semana e desejando bom finde.
Aí ele respondeu que tinha, sim, mandado um torpedo confirmando! Caralho de operadora que nem pra entregar torpedo serve! Aí fiquei preocupada, porque o moço mora lá onde Judas perdeu as cuecas e achei sacanagem ele ir mais cedo para o Centro para não me encontrar. Então peguei o telefone para ligar para ele e dizer que ia sim, mas ia atrasar um pouco, se tudo bem. Liguei, a ligação cortou. Tinha caído o sinal. Esperei voltar quase cinco minutos, nada.
Então tive a brilhante idéia de ir até o corredor do prédio - às vezes funciona, botar no corredor ou da janela, mas não queria ficar falando dependurada do quarto andar - daí que fui. E acabei fondo. A gata tentou escapar pela fresta da porta, que eu bati num impulso. Aí danou-se! Presa do lado de fora do apartamento, de havaianas, um vestido indiano todo rasgado/manchado/fodido que eu uso para dormir e tingir cabelo e uma parca com um descosturado de cinquenta centímetros embaixo do braço esquerdo. Ok, eu não devia andar tão relaxada dentro de casa. Ok, eu parecia uma homeless. Que fazer?
Peguei o celular para encher o saco de marido, que estava no caminho entre um trabalho e outro. QUEDÊ SINAL???
Desci para a área comum, com alguma esperança. Esperei quase dez minutos e nada!!! Desliguei, tirei o chip, esfreguei como me ensinaram na época que eu era a encarregada disso no escritório. Nada. Tive a brilhante idéia de ligar a cobrar pro marido do orelhão da portaria (olhando pra baixo, rezando para não encontrar nenhum conhecido) e fui informada pela moça da OI que o telefone dele não estava programado para receber esse tipo de chamada - que eu faço o tempo todo. (Antes que eu esqueça, moços da OI, vão todos tomar no eu também!!!)
Aí, milagrosamente, o sinal voltou. Liguei para marido que pegou um taxi e veio me resgatar. Liguei para o profe, que por sorte ainda não tinha saído de casa. Enfim, tudo mais ou menos ok.
Voltando de Santa Maria vou passar na loja da Claro e esbofetear pessoas até resolverem meu problema. Se não resolverem eu troco de operadora e vou esbofetear outros funcionários. Porque na real, não existe mesmo muita alternativa para usuários de telefonia móvel no Brasil. Merde!!!
domingo, maio 23, 2010
Enquanto isso, no auditório do prédio de Letras...
A palestra era lida e sobre um assunto nada fundamental para nenhuma de nós. Quinze páginas lidas len-ta-men-te. O horário tardio. Jogo do Inter por começar. O tédio grassa.
Aí eu me saí com uma das soluções antitédio do tempo da USP: texto "surrealista". Escreve uma primeira frase esdrúxula, passa pro próximo do grupo e vai completando. Claro que os assuntos pessoais acabaram tomando conta e o negócio foi ficando cada vez menos surreal e cada vez mais voltado para os incômodos sobre a vida acadêmica e com a palestra.
Deu nisso aí. Um clássico da literatura de canto de caderno. Mas antes de você ler isso tudo, se é que você não é de nosso grupo e ainda se dispõe, é importante que você saiba:
1) Tínhamos todas acabado de ler uma versão em e-book de "O Rei de Havana" de Pedro Juan Gutierrez, onde há muita linguagem chula. Por um problema de digitalização, toda vez que aparecia a palavra "cu", vinha grafado "eu". Logo pegou a moda de mandar tomar no "eu" entre os alunos.
2) A palestra, sobre um ciclo de livros angolanos de Pepetela, abordava entre outras uma obra chamada "A Chana", que parece que é uma região de lá, enfim. Na minha terra, a palavra significa outra cousa.
3) O prof. X é o organizador desse ciclo interminável de palestras a que vamos obrigadas pelas normas da CAPES. Nem elas (as palestras), nem o professor, primam pela busca de assuntos relevantes para nossas pesquisas, nem pelo desenvolvimento agradável e jamais pelo senso de humor.
4) Estávamos em seis. Não revelo os nomes nem sob tortura. Não sei editar essa merda em cor, portanto vou usar negrito e itálico para diferenciar autorias, mas, claro, não significa que todas os trechos em negrito, por exemplo, sejam da mesma pessoa.
Então vai:
O padre se chocou com a porca imagem. A cruz caiu do céu vermelho. Eu estou sentada no banco traseiro do carro comendo amendoim. Vou tomar um porre de utopias. Ponto final escuro e branco. Uma árvore muito balançada fortalece as raízes. Sigo viagem até Tupanciretã, com medo do que posso encontrar. Mas finalmente vou conseguir comprar minha vaquinha verde! Estou com medo que a "Chana" tome forma humana e me engula. Tomou chá preto e se suicidou com bolachinhas rosa pink. Foi ler uma Havana povoada loca da Marcia. Tem que ser ninja! Já vou tarde porque acordei ontem e hoje estou dormindo! E se dormir vou sonhar com Reynaldo e sua poderosa pica de 22 cm. Que prometeu vir pro Brasil e virar "el rey de Santa". Que livro é esse que não li e que voz é essa que faz eco na minha cabeça oca. Uma narrativa bêbada. Só se eu colocar o copo de vinho na frente da TV para ver Édipo Rei. E dormir e esquecer do mundo, ô vontade! Subjetividade é eu assumir o relativo e o subjetivo e resolver dar o meu "eu" para o mundo. Dar o "eu" para o mundo é importante, pois feliz é quem dá com alegria. Jesus disse: "-Quem dá, RECEBE!" Cansada, cansada, meu "eu" usado assim sem dó nem piedade. Eu não quero falar de um "eu" que anda em desuso. Se o uso fosse mais usado o desuso valorizaria a casa de cãmbio. Não estou pensando nesse elo perdido porque a dor maior é não poder chorar quando não se quer ouvir bobagens. O fato é que a palestra sobre os umbundos e quimbundos deixa os pós-graduandos furibundos. E vou-me embora para Tupanciretã... Mas a saudade maior é da fronteira... E Rivera e seus perfumes me esperam. Vamos suprir as carências num impulso consumista, pois o inferno são os outros, e não há saída, muito menos para uma libriana sensível. Ou para uma geminiana confusa, que mantém seu cérebro transitando por todos os paraísos artificiais e infernos reais possíveis - qualquer deslocamento que permita alguma salvação da morte pelo tédio. Mas o maior tédio sde uma mestranda são as quintas-feiraas... loooongas quintas-feiras! Porque nesta vida tudo passa, até a uva passa, mas as tarefas de produtividade da CAPES não passam. Se estamos falando de simbólico simplesmente não saímos da superfície e superfície macia só a minha cama agora. Agora nem cama nem jogo do Inter; é esse o motivo da expressão de desalento do X.: o jogo está para iniciar e os compromissos acadêmicos o prendem numa sala morna e translúcida. Eu conhecia CHANA como apelido do órgão sexual feminino. Só podia ser coisa de uma doutora que foi aluna do Costa Lima e que tem a boca invertida. Se eu fosse um "Kamundongo" eu não entraria nesse buraco embora tivesse um nariz enorme. Porque o Kamundongo sabe que a boca está no campo simbólico da Chana invertida. MAS NÃO ESQUEÇAM... A Chana é árida e Agostinho Neto é o Rei de Angola... Mas o maior problema na academia é a falta de Panga. Agora a Chana está aberta e inóspita então! E ela é real, não se esqueçam, pois o guerrilheiro se encontrou com ela, e viu estrelas no céu. Mas aqui não há um Rei real, apenas representação.. Os "Eus" são apenas abstração nessa Pós. E como aqui tudo é abstrato, vou-me embora para Pasárgada. Lá tenho o homem que eu quero, na cama que escolherei, uma cama concreta com um ser concreto. Liberar o "eu" de seu desuso absurdo. Também estou louca para sair de dentro da Chana e ir para minha casa, desarticulada e desalojada. Vida de mestrando é difícil, é difícil como o que... Como um mbambi dentro da Chana! Ninguém conhece Marx mas o sólido que se desmancha é sempre citado, parece que ele só disse isso. E depois dessa: "Tchau, I have to go now, I have to go now!" Falar em jogos de futebol, Tupanciretâ (obs: cidade natal do prof. X.) se representa de camisa vermelha! E o Professor pensa: "- O Inter está entrando em campo." "Digo, na Chana!" Ele tenta se concentrar, mas tá foda. Nesse momento cantamos: "não posso ficar nem mais um minuto com você..." E vou exilar-me em Luanda, depois me perguntem como foi. Vai ficar com o Malongo! Vai que o Malongo é bem dotado e se torna "O Rei de Angola"? E joga futebol só que não joga no Inter que vai jogar daqui a pouco. E o X. não vai ver! Isso é pelas torturas de 5a. de manhã! (obs: as aulas) CASTIGO! E o mais impressionante é o efeito Lacto-Purga que essa abstinência futebolística terá sobre ele! Tentando entender porque meu pensamento não processa e mesmo assim estou aqui ouvindo tudo que cai na profundidade e no vago do meu cérebro. Porque todos os valores são relativos à exceção da bolsa CAPES e da pressão do orientador. A academia é o lar dos absurdos. E o pior que nem bolsa tenho, só um orientador mala que inventa BOBAGENS MENSAIS! Palestra mensal é pior que menstruação e "epílago". Bom, acabou.
Aí eu me saí com uma das soluções antitédio do tempo da USP: texto "surrealista". Escreve uma primeira frase esdrúxula, passa pro próximo do grupo e vai completando. Claro que os assuntos pessoais acabaram tomando conta e o negócio foi ficando cada vez menos surreal e cada vez mais voltado para os incômodos sobre a vida acadêmica e com a palestra.
Deu nisso aí. Um clássico da literatura de canto de caderno. Mas antes de você ler isso tudo, se é que você não é de nosso grupo e ainda se dispõe, é importante que você saiba:
1) Tínhamos todas acabado de ler uma versão em e-book de "O Rei de Havana" de Pedro Juan Gutierrez, onde há muita linguagem chula. Por um problema de digitalização, toda vez que aparecia a palavra "cu", vinha grafado "eu". Logo pegou a moda de mandar tomar no "eu" entre os alunos.
2) A palestra, sobre um ciclo de livros angolanos de Pepetela, abordava entre outras uma obra chamada "A Chana", que parece que é uma região de lá, enfim. Na minha terra, a palavra significa outra cousa.
3) O prof. X é o organizador desse ciclo interminável de palestras a que vamos obrigadas pelas normas da CAPES. Nem elas (as palestras), nem o professor, primam pela busca de assuntos relevantes para nossas pesquisas, nem pelo desenvolvimento agradável e jamais pelo senso de humor.
4) Estávamos em seis. Não revelo os nomes nem sob tortura. Não sei editar essa merda em cor, portanto vou usar negrito e itálico para diferenciar autorias, mas, claro, não significa que todas os trechos em negrito, por exemplo, sejam da mesma pessoa.
Então vai:
O padre se chocou com a porca imagem. A cruz caiu do céu vermelho. Eu estou sentada no banco traseiro do carro comendo amendoim. Vou tomar um porre de utopias. Ponto final escuro e branco. Uma árvore muito balançada fortalece as raízes. Sigo viagem até Tupanciretã, com medo do que posso encontrar. Mas finalmente vou conseguir comprar minha vaquinha verde! Estou com medo que a "Chana" tome forma humana e me engula. Tomou chá preto e se suicidou com bolachinhas rosa pink. Foi ler uma Havana povoada loca da Marcia. Tem que ser ninja! Já vou tarde porque acordei ontem e hoje estou dormindo! E se dormir vou sonhar com Reynaldo e sua poderosa pica de 22 cm. Que prometeu vir pro Brasil e virar "el rey de Santa". Que livro é esse que não li e que voz é essa que faz eco na minha cabeça oca. Uma narrativa bêbada. Só se eu colocar o copo de vinho na frente da TV para ver Édipo Rei. E dormir e esquecer do mundo, ô vontade! Subjetividade é eu assumir o relativo e o subjetivo e resolver dar o meu "eu" para o mundo. Dar o "eu" para o mundo é importante, pois feliz é quem dá com alegria. Jesus disse: "-Quem dá, RECEBE!" Cansada, cansada, meu "eu" usado assim sem dó nem piedade. Eu não quero falar de um "eu" que anda em desuso. Se o uso fosse mais usado o desuso valorizaria a casa de cãmbio. Não estou pensando nesse elo perdido porque a dor maior é não poder chorar quando não se quer ouvir bobagens. O fato é que a palestra sobre os umbundos e quimbundos deixa os pós-graduandos furibundos. E vou-me embora para Tupanciretã... Mas a saudade maior é da fronteira... E Rivera e seus perfumes me esperam. Vamos suprir as carências num impulso consumista, pois o inferno são os outros, e não há saída, muito menos para uma libriana sensível. Ou para uma geminiana confusa, que mantém seu cérebro transitando por todos os paraísos artificiais e infernos reais possíveis - qualquer deslocamento que permita alguma salvação da morte pelo tédio. Mas o maior tédio sde uma mestranda são as quintas-feiraas... loooongas quintas-feiras! Porque nesta vida tudo passa, até a uva passa, mas as tarefas de produtividade da CAPES não passam. Se estamos falando de simbólico simplesmente não saímos da superfície e superfície macia só a minha cama agora. Agora nem cama nem jogo do Inter; é esse o motivo da expressão de desalento do X.: o jogo está para iniciar e os compromissos acadêmicos o prendem numa sala morna e translúcida. Eu conhecia CHANA como apelido do órgão sexual feminino. Só podia ser coisa de uma doutora que foi aluna do Costa Lima e que tem a boca invertida. Se eu fosse um "Kamundongo" eu não entraria nesse buraco embora tivesse um nariz enorme. Porque o Kamundongo sabe que a boca está no campo simbólico da Chana invertida. MAS NÃO ESQUEÇAM... A Chana é árida e Agostinho Neto é o Rei de Angola... Mas o maior problema na academia é a falta de Panga. Agora a Chana está aberta e inóspita então! E ela é real, não se esqueçam, pois o guerrilheiro se encontrou com ela, e viu estrelas no céu. Mas aqui não há um Rei real, apenas representação.. Os "Eus" são apenas abstração nessa Pós. E como aqui tudo é abstrato, vou-me embora para Pasárgada. Lá tenho o homem que eu quero, na cama que escolherei, uma cama concreta com um ser concreto. Liberar o "eu" de seu desuso absurdo. Também estou louca para sair de dentro da Chana e ir para minha casa, desarticulada e desalojada. Vida de mestrando é difícil, é difícil como o que... Como um mbambi dentro da Chana! Ninguém conhece Marx mas o sólido que se desmancha é sempre citado, parece que ele só disse isso. E depois dessa: "Tchau, I have to go now, I have to go now!" Falar em jogos de futebol, Tupanciretâ (obs: cidade natal do prof. X.) se representa de camisa vermelha! E o Professor pensa: "- O Inter está entrando em campo." "Digo, na Chana!" Ele tenta se concentrar, mas tá foda. Nesse momento cantamos: "não posso ficar nem mais um minuto com você..." E vou exilar-me em Luanda, depois me perguntem como foi. Vai ficar com o Malongo! Vai que o Malongo é bem dotado e se torna "O Rei de Angola"? E joga futebol só que não joga no Inter que vai jogar daqui a pouco. E o X. não vai ver! Isso é pelas torturas de 5a. de manhã! (obs: as aulas) CASTIGO! E o mais impressionante é o efeito Lacto-Purga que essa abstinência futebolística terá sobre ele! Tentando entender porque meu pensamento não processa e mesmo assim estou aqui ouvindo tudo que cai na profundidade e no vago do meu cérebro. Porque todos os valores são relativos à exceção da bolsa CAPES e da pressão do orientador. A academia é o lar dos absurdos. E o pior que nem bolsa tenho, só um orientador mala que inventa BOBAGENS MENSAIS! Palestra mensal é pior que menstruação e "epílago". Bom, acabou.
sábado, maio 22, 2010
Para uma criatura de matéria onírica
Moça do mundo dos sonhos, entenda.
Desse mundo a gente não se desilude porque os humanos não feitos da matéria da ilusão.
Seres humanos são cheios de defeitos e fedem humanidade.
Se conseguires se acostumar ao fedor talvez encontres alguma diversão nisso tudo.
Fada de olhos perdidos, não desista.
Porque mais do que tu possas precisar da matéria da terra, nós precisamos da sua para que esse mundo não nos afunde em tanta lama.
Precisamos do teu sorriso para entender o mundo fora da carne.
Da tua sensibilidade para não esquecermos de que o mundo não precisa ser só isso.
Criança moldada ninfa, se fortaleça.
Nem que para isso tenhas de roubar a essência de meus tantos calos para formar uma capa protetora.
Que te insensibilize contra a falta de sensibilidade, a falta de caráter. O excesso de desejo, a falta de coragem, o excesso de humanidade. Contra a cegueira do mundo, as doenças medonhas e os vícios funestos.
Se fortaleça e siga, porque não queremos tuas lágrimas. Porque nos alimentamos de tua alegria. Porque precisamos de ti.
E eu preciso.
Desse mundo a gente não se desilude porque os humanos não feitos da matéria da ilusão.
Seres humanos são cheios de defeitos e fedem humanidade.
Se conseguires se acostumar ao fedor talvez encontres alguma diversão nisso tudo.
Fada de olhos perdidos, não desista.
Porque mais do que tu possas precisar da matéria da terra, nós precisamos da sua para que esse mundo não nos afunde em tanta lama.
Precisamos do teu sorriso para entender o mundo fora da carne.
Da tua sensibilidade para não esquecermos de que o mundo não precisa ser só isso.
Criança moldada ninfa, se fortaleça.
Nem que para isso tenhas de roubar a essência de meus tantos calos para formar uma capa protetora.
Que te insensibilize contra a falta de sensibilidade, a falta de caráter. O excesso de desejo, a falta de coragem, o excesso de humanidade. Contra a cegueira do mundo, as doenças medonhas e os vícios funestos.
Se fortaleça e siga, porque não queremos tuas lágrimas. Porque nos alimentamos de tua alegria. Porque precisamos de ti.
E eu preciso.
quarta-feira, maio 12, 2010
O acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído
Cena pitoresca que protagonizei no centro de Porto Alegre hoje.
Estava voltando da terapeuta com a minha mãe e ia embarcando no São Manoel. Fui dar licença para um cidadão, porque minha mãe sobe beeeem devagarzinho. Ele "gentilmente" largou um "Pode passar primeiro com a avozinha."
Tá, lá fui eu. Tive a sensação de sentir um movimento brusco do meu lado mas estava ocupada demais içando minha mãe ônibus acima quando outro senhor, que estava já dentro do ônibus, me informou: "Ele pegou seu celular de dentro da bolsa, vai atrás dele." E lá ia mesmo o cara se afastando, sorrateiro. Murmurei um "deixa pra lá" da mais pura preguiça. O cidadão insistiu: "Vai lá que você ainda pega!"
Olhei pro cara e, realmente, ele não estava correndo, até porque estava chegando perto dos 60. E me lembrei que aquele celular nem era meu, era da minha mãe, que eu tinha esquecido o meu em casa.
Mandei mamãe esperar e lá fui eu. Não sabia muito bem o que ia fazer, mas fui. Foi fácil alcançá-lo (creio que ele jamais sonhou que eu fosse atrás) e quando alcancei dei a sorte de pegar ele no pulo, oferecendo o celular para outro cara.
Na falta de idéia melhor, brandi meu recém-adquirido guarda-chuva amarelo Oxum bem alto e gritei com a melhor cara de má que sei fazer: "Devolve!" Neguinho ficou branco. "E.. eu... tava no chão..."
"Não perguntei."
Catei o celular e me fui em direção ao ônibus, que ainda deu tempo de pegar. Os passageiros estavam tão espantados quanto o ladrãozinho de galinha. E quando eu sentei, depois de todo o exercício de passar a roleta com mamãe, não pude deixar de dar risada da minha absoluta falta de juízo.
Tem dia em que geminiano devia ser proibido de sair na rua.
Estava voltando da terapeuta com a minha mãe e ia embarcando no São Manoel. Fui dar licença para um cidadão, porque minha mãe sobe beeeem devagarzinho. Ele "gentilmente" largou um "Pode passar primeiro com a avozinha."
Tá, lá fui eu. Tive a sensação de sentir um movimento brusco do meu lado mas estava ocupada demais içando minha mãe ônibus acima quando outro senhor, que estava já dentro do ônibus, me informou: "Ele pegou seu celular de dentro da bolsa, vai atrás dele." E lá ia mesmo o cara se afastando, sorrateiro. Murmurei um "deixa pra lá" da mais pura preguiça. O cidadão insistiu: "Vai lá que você ainda pega!"
Olhei pro cara e, realmente, ele não estava correndo, até porque estava chegando perto dos 60. E me lembrei que aquele celular nem era meu, era da minha mãe, que eu tinha esquecido o meu em casa.
Mandei mamãe esperar e lá fui eu. Não sabia muito bem o que ia fazer, mas fui. Foi fácil alcançá-lo (creio que ele jamais sonhou que eu fosse atrás) e quando alcancei dei a sorte de pegar ele no pulo, oferecendo o celular para outro cara.
Na falta de idéia melhor, brandi meu recém-adquirido guarda-chuva amarelo Oxum bem alto e gritei com a melhor cara de má que sei fazer: "Devolve!" Neguinho ficou branco. "E.. eu... tava no chão..."
"Não perguntei."
Catei o celular e me fui em direção ao ônibus, que ainda deu tempo de pegar. Os passageiros estavam tão espantados quanto o ladrãozinho de galinha. E quando eu sentei, depois de todo o exercício de passar a roleta com mamãe, não pude deixar de dar risada da minha absoluta falta de juízo.
Tem dia em que geminiano devia ser proibido de sair na rua.
terça-feira, maio 04, 2010
Desabafo breve de uma pós-graduanda
Após uma palestra profundamente enfadonha, sobre um tema sobremaneira interessante, mas tratado apenas no que tinha de mais irrelevante, tornada praticamente obrigatória pelos esquemas de pontos da CAPES:
"Vou virar prostituta. Porque puta se prostitui menos. Prefiram que me fodam o rabo do que me fodam os ouvidos desse jeito!!!"
"Vou virar prostituta. Porque puta se prostitui menos. Prefiram que me fodam o rabo do que me fodam os ouvidos desse jeito!!!"
segunda-feira, maio 03, 2010
Auto-importância: um momento de humor
Uma das poucas coisas que eu aprendi na minha perra vida é que nada expõe mais um ser humano ao ridículo que o sentimento de auto-importância. A ilusão de ser especial, único, indispensável em algum processo ou para alguém. Todo mundo é uma bosta, incluindo eu e você.
Como diz meu amantíssimo professor de derbake: "Na verdade, o ser humano é muito burro. Todo mundo é muito burro. Tem uns caras assim como Cristo, Einstein, um tantinho acima da média. Mas o resto é tudo muito burro." Sábias palavras.
Mas aí você circula em meios especializados na Internet e todo mundo enche sua bola. Entra num curso de pós-graduação e as pessoas vem elogiar seu conteúdo e importância. E aí que você esquece as coisas que aprendeu e faz a grande cagada: acredita!!!
O tempo, entretanto, é bom professor.
E então fica claro que você está importunando com sua demência pessoas que jurava estar apoiando ou integrando.
E se toma de pertencimento em grupos que não te pertencem. Que nunca te pertencerão, porque existe um abismo de idéias e de geração.
Aí, de repente, você passa na frente do espelho e vê sua maquiagem de palhaço.
Estou rindo de mim mesma até agora... rsrsrsrsrs
Como diz meu amantíssimo professor de derbake: "Na verdade, o ser humano é muito burro. Todo mundo é muito burro. Tem uns caras assim como Cristo, Einstein, um tantinho acima da média. Mas o resto é tudo muito burro." Sábias palavras.
Mas aí você circula em meios especializados na Internet e todo mundo enche sua bola. Entra num curso de pós-graduação e as pessoas vem elogiar seu conteúdo e importância. E aí que você esquece as coisas que aprendeu e faz a grande cagada: acredita!!!
O tempo, entretanto, é bom professor.
E então fica claro que você está importunando com sua demência pessoas que jurava estar apoiando ou integrando.
E se toma de pertencimento em grupos que não te pertencem. Que nunca te pertencerão, porque existe um abismo de idéias e de geração.
Aí, de repente, você passa na frente do espelho e vê sua maquiagem de palhaço.
Estou rindo de mim mesma até agora... rsrsrsrsrs
sábado, maio 01, 2010
"O Ganso Selvagem", de Ogai Mori
No distante ano 2000, eu era uma graduanda fascinada por literatura e tradução e louca para começar algum trabalho de verdade. A professora Meiko Shimon, que nunca foi de ignorar uma pulsão por trabalho, me solicitou que fizesse uma primeira versão em português da tradução inglesa (The Wild Geese) de uma obra japonesa do período Meiji, cujo autor não tinha nenhum título em português, além de um conto publicado por ela mesma numa coletânea que só era trabalhada dentro da universidade.
Fui até a biblioteca, encontrei o livro, copiei um exemplar para poder rabiscar à vontade (só sei traduzir assim) e fui para casa achando que teria bastante trabalho por alguns meses.
Mas com a professora Meiko nada é simples, raso, nem rasteiro. Em inúmeras reuniões que duraram cerca de seis anos, comparamos minha tradução linha por linha ao original. Descobrimos a supressão de parágrafos inteiros na versão inglesa e a distorção completa de uma imagem. Pesquisamos na biblioteca nos primeiros anos e no Google, mais tarde, para encontrar os termos perfeitos para termos da arquitetura, do vestuário, da fauna e da flora japonesas. Foi um trabalho intenso, o melhor da minha formação e uma experiência de vida inesquecível, como bem sabem todos que já passaram pelas mãos dessa mulher formidável.
Alguns anos depois conseguimos uma editora que demonstrasse interesse em publicar a obra. Apesar de consagrado no Japão, Ogai não é best seller nem autor mais traduzido. O romance tem um estilo tradicional, minucioso e delicado.
Ambientado na Tóquio do final do século XIX, conta a história de Otama, uma jovem linda, culta e de espírito delicado que, na sua ingenuidade acaba se tornando concubina de um agiota para tirar a si mesma e ao pai. velho e cansado, da miséria. O agiota Suezo não é um homem feio, nem violento. Mas o concubinato com um homem detestado por todos e a quem ela não se uniu por amor, lhe propicia uma vida demasiado vazia de significado - o que vai ficando cada vez mais transparente conforme ela amadurece suas percepções e personalidade no ócio e isolamento de uma mulher que não pode ter amizades íntimas, nem vida social regular, nem o consolo do trabalho duro (ao qual ela se adaptara durante a primeira juventude). O encontro com o jovem e belo estudante Okada une o raciocínio delicado de Otama a uma torrente de emoções e paixões - que resultará numa revolução silenciosa, mas muito concreta.
Agora, dez anos depois, depois da revisão da revisão da revisão, a editora Tessitura está lançando nossa tradução numa caprichada edição bilingüe. Ter o exemplar nas mãos, com meu nome impresso na capa, é uma sensação que ainda não assimilei por completo. Procurem nas livrarias, bibliotecas, com amigos. Leiam. Apreciem. E esses dez anos terão valido plenamente a pena.
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