Palco nu. Luz branca. Três cadeiras. Numa vão as coisas da aluna. Nas outras duas, ele, o professor e ela, a aluna
Tiram seus instrumentos dos cases e se sentam. E ficam se questionando se é mesmo possível esquecer alguém que passou tempo demais na nossa vida.
Até que ponto é possível por outro alguém nessa lacuna.
Vamos tocar? Vamos tocar.
Começam um pequeno aquecimento, mas precisam saber. É possível impedir o coração de se apaixonar pela pessoa errada? É possível se afastar do que fere, quando isso é aquilo que pede com todas as forças o coração?
É, não é.
Vamos tocar derbake que ganhamos mais. Aquecem. Mas a aula não engata.
- Sabe, isso parece uma daquelas peças alternativas da década de sessenta, onde havia um movimento anunciado que nunca terminava para dar sequência à peça.
- Hehe, é mesmo. Mas só funciona porque a platéia está vazia.
E te digo mais. Só funciona porque não é só o derbake que toca o coração.
Um comentário:
Ê menina que escreve bonito!
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