Tava naquele bode com a facul, né? Cansaço, o caralho.
Mas aí, vejam vocês, depois da aula de quinta-feira, em que tive a sensação em que meu cérebro tinha sido extirpado com um saca-rolhas e atirado bem longe, surgiu a oportunidade de sorver um suquinho de cevada com duas das pessoas mais malucas e que mais admiro naquela turma.
A. é uma psiciana de personalidade raríssima. Está na minha faixa de idade - que nos dá um pouquinho mais de jogo de cintura dentro da selva acadêmica - embora pareça fisicamente muito mais nova. Sem nem uma papinha na língua, parceira, sempre disposta para a diversão. Inteligência brilhante e desempenho acima da média. Sem medo da própria fragilidade e sem necessidade de máscaras. Impossível a gente não orbitar em torno dela.
C. é mais ou menos uma figura de sonho. Virginiana, profunda, reservada. Estuda poesia e fala três idiomas. Alta, atlética, uma notável cabeleira louro avermelhada. Linda. Olhando de fora, parece um poço de placidez e segurança - como se a gente não conhecesse virginianos. Ainda mais quando eles estão com um "projeto secreto". E, claro, é um cadim mais nova que a gente, tem só 26. E ainda não percebeu a própria preciosidade. Se eu não dividisse com ela um passado psíquico semelhante, teria muita dificuldade em entender como isso pode ser assim. Mas eu realmente acredito que com minha influência e a da A., as idéias da moça se revolucionem um pouco e ela consiga olhar de óculos para os espelhos (o de dentro e o de fora).
Enfim, para minha completa surpresa, só não falamos de literatura. Foi a primeira vez, naquele ambiente, que tirei a máscara para respirar. Foi delicioso.
Marcamos umas gandaias para a semana que vem. O curso já começou a ficar bem mais interessante. Acho que até me curei da fobia de rodoviária.
O que eu mais gosto nesse negócio de ser Gêmeos em Gêmeos é que tudo e qualquer coisa pode ser mudado drasticamente, para melhor ou para pior, sem aviso prévio. Amo.
2 comentários:
Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante...
Poucas pessoas, eu reconheço, tem um olhar tão clínico, isso é um dado essencial do brilhantismo de S. Sonho sim, o tempo todo, mas momentos como aquele me fazem lembrar os sonhos, pois momentos únicos em que eu dificilmente consigo conciliar minha realidade externa com a interna, ou quando essa duas realidades não estão em conflito. Amo estes momentos como amo estas pessoas A. e S.
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