quarta-feira, junho 10, 2009

Prelúdio para dois derbakes - roteiro de uma peça sem platéia

Palco nu. Luz branca. Três cadeiras. Numa vão as coisas da aluna. Nas outras duas, ele, o professor e ela, a aluna

Tiram seus instrumentos dos cases e se sentam. E ficam se questionando se é mesmo possível esquecer alguém que passou tempo demais na nossa vida.
Até que ponto é possível por outro alguém nessa lacuna.

Vamos tocar? Vamos tocar.
Começam um pequeno aquecimento, mas precisam saber. É possível impedir o coração de se apaixonar pela pessoa errada? É possível se afastar do que fere, quando isso é aquilo que pede com todas as forças o coração?
É, não é.

Vamos tocar derbake que ganhamos mais. Aquecem. Mas a aula não engata.

- Sabe, isso parece uma daquelas peças alternativas da década de sessenta, onde havia um movimento anunciado que nunca terminava para dar sequência à peça.
- Hehe, é mesmo. Mas só funciona porque a platéia está vazia.

E te digo mais. Só funciona porque não é só o derbake que toca o coração.

Um comentário:

Anônimo disse...

Ê menina que escreve bonito!