sexta-feira, outubro 10, 2008

Incursão de uma raqsa* ao mundo cigano

(Anotações da minha agenda, porque eu fui sozinha no show e preciso falar nem que seja comigo mesma.)

Cheguei um pouco antes, como sempre. Até agora, registro um atraso de 30 minutos. Odeio evento que não tá nem aí pro público, odeio atrasos!
Pra ajudar, esse bar é ridiculamente caro - R$ 4,00 por um refri!!! Ah, e água conta como refri! R$ 9,00 por uma porção ínfima de provolone. Odea, odea!
Daqui a pouco começa a mostra da dança, que segundo um cigano que conheci na net, nunca foi vista por um não cigano, nem ensinada a qualquer deles. Para um público de não ciganos, executada por não ciganos... Enfim. Se for boa dança, tá valendo. A DV também tem suas origens obscuras.
Afinal, para mim, isso é aperitivo. Vim ver DV.

Outra-observação: o lugar é mega escuro, mal enxergo minha maquiagem no espelho. Quero ver como vão trabalhar a iluminação na hora da dança. Isso aqui é grande, não é um ambiente intimista como o Souq.
(Update: no fim, a luz tava bem boa.)
(Engraçado "administrar" uma mesa sozinha! Estou sempre acostumada a dividir o espaço com muita gente, ou pelo menos com mais um, em mesas de bar...)

Fui até a recepção e encaminhei uma reclamação para a organizadora. Acho uma hora atraso demais, para qualquer evento. Alegaram que alguns dançarinos ficaram presos no trânsito... (Ás 8h30 (já eram 9h) da noite em Porto Alegre? Conta outra!!!)
Além disso, não justifica. Conheço quem dança e aqui tem bailarino suficiente para uma hora de show, pelo menos. Se eu tivesse uma amiga pelo menos me acompanhando, ia embora e exigia minha grana de volta!

Oba! DV!
Hmmm... Saied Balaha para gawazee? Sandra Rosa Madalena? Ai.

Alongamento de braço é realmente uma coisa fundamental, como diria Karina.

Bailarina tonta rodando e bailarina se trombando é triste. Não entendo de dança cigana, mas acho que ter muito giro não quer dizer que É SÓ giro...

Algumas apresentações parecem apenas DV básica com saias.

Karina sempre impecável. Faz coisas lindas com aquela saia - e nada DV, por sinal. É linda pacas, aliás. Mas tem um pontinho diferente do normal dela nessa dança. Não consigo identificar. (Mais tarde ela me diz que é porque estava mais solta que o normal.)

Ninguém merece uma organizadora que usa o cinzeiro (vazio, porque nunca fui fumante) da sua mesa sem pedir licença e ainda fica fumando na sua cara. Minha rinite a milão.

Odeio ver homem dançar DV. Não tem nada a ver com homofobia, só não gosto. (Alguns egípcios eu SUPORTO pra estudar. Mas não gosto.) Principalmente quando a expressão é suja e a técnica podia ser bem melhor. Mas tem algo sobre esse moço que eu preciso declarar: ele é uma raqsa, seja tentando ser cigano, ou o que. E ele "se realiza" na coisa.

Chato! Chato! Chato! (Não aguento mais música estilo Gipsy Kings...)

O povo "cigano" ganham até da DV em música farofada! Dá-lhe "Don´t Let me Be Misunderstood"...

Água na minha mesa sem pedir licença. E dançarino que "se esquece" CONVERSANDO no palco enquanto outros estão entrando... Pelo jeito, a polidez anda mesmo em baixa nesse mundim.

PÁRA TUDO!!! O que é essa mulher dançando? Que coisa mais linda! Que mulher que dança tanto com a alma! Que coisa mais gostosa!

(Update: Depois fui atrás dela para tietar e para descobrir quem era. A fofa se chama Sayonara Linhares e eu só não postei nada dela aqui porque simplesmente não existe vídeo dela disponível na Internet. Uma deusa, simples assim. Eu não entendo picas de dança cigana, mas ela dança formidavelmente, seja lá como você queira chamar aquilo!)

Pandeiro cigano - bem legal e bem diferente do daff na maneira de trabalhar. (Música cigana com violinos, bem linda!)

Calcinha de bailarina aparecendo é mico. E cuequinha branca saindo toda da calça é o que?

Update: Depois entrei em contato com a organizadora e desci-lhe o pau no atraso. Ela alegou que o show havia começado na hora (21h30), que 20h era só o horário de chegada no bar... embora não constasse nada sobre isso no cartaz! Adicionalmente, duas dançarinas convidadas me afirmaram que a organizadora garantira que o espetáculo iniciaria
às 20h30. Enfim, respeito com o público também não está em alta.

* Karine e Samya Ju, sei bem os sentidos que raqsa tem no Egito, mas estou usando no brasileiro, apenas para abreviar "bailarina de dança do ventre", ok?

segunda-feira, outubro 06, 2008

Ayala

Eu estava passeando tranquilamente com Bellit pela Osvaldo Aranha. Aí ela disse: "Olha que bonitinho!" Não havia visto - mas era mesmo bonitinho. Um gatinho. Filhote, tigrado, um olhinho dodói. Não resisti e toquei com a mão no vidro: "Mas que coisa mais fofa!" E o bichinho se esfregou no vidro no ponto onde minha mão estava, pedindo carinho. Meu coração se partiu vendo aquela coisinha carinhosa isolada por um vidro. Entrei na loja para perguntar se era macho ou fêmea. Eles não sabiam, só o veterinário, mas eles estavam doando.
Dia seguinte de manhã liguei para descobrir que era uma menininha e declarar meu interesse.
E foi assim que Akiko ganhou uma irmãzinha.

Tensão

A chegada de Ayala não foi, como era de se esperar, só felicidade. Akiko ficou apavorada com a "invasão de território" e sem saber o que esperar daquele serzinho silencioso que tomava boa parte da atenção de seus "papais". Ficou com ciúme quando nos viu acariciando a pequena. Fez fusquinha até não poder mais. Mas passou. Agora as duas convivem pelo apartamento, disputam os cantinhos da nossa cama de noite. Ainda têm um bocado de medo uma da outra, mas do seu jeito, brincam.
Agora eu saio de casa feliz porque Akiko não me esperará mais sozinha. E Ayala também não fica mais sozinha numa gaiola, num fundo de pet shop.

Em breve, fotos das minhas meninas. Aguardem

quarta-feira, outubro 01, 2008

Rashimi - terror no derbake

Nem só de dum-dum-takata-dum-takata-taka-dumdum vivem as mulheres que aprendem derbake, senhoras e senhores. Esse tempo tava bom, apesar da dureza de acertar o ka com a mão esquerda, de fazer soar sempre, de soltar o pulso e os dedos sem deixá-los moles. Isso era difícil, mas a gente tava quase pegando a manha, parecia que tudo ia sair em breve.
O som que saía do instrumento ainda estava um pouco longe daquele que encontravamos em nossos CD favoritos, mas ah!, eles devem tocar com mais de um derbake, é isso.
Então, nesse momento quase lindo, Tuerlinckx nos apresenta o rashimi.
Rashimi, caro leitor leigo, é enfiar duas notas onde antes só cabia uma. É dividir por oito um tempo musical que você vinha dividindo impunemente por quatro. É fazer a sua mão se mover duas vezes mais rápido do que ela já vinha a custo se movendo.
Resumindo: Ô coisa mais difícil bagarai!!!

P.S.: Mas tudo continua sendo uma delícia assim mesmo! :)