quinta-feira, fevereiro 21, 2008

Das boas coisas do meu trabalho

Acho que já falei que estou adorando meu trabalho, mas não disse com todas as linhas o porquê.
Primeiro, porque me dá uma rotina e me recoloca no mundo.
Segundo, porque se trata de uma entidade ambiental respeitada e eu me orgulho de fazer parte, ainda que pequena, desse trabalho.
Além do mais, é perto da minha casa e de tudo. Adicionalmente, apesar de estar quase no centro de Porto Alegre, fica no fundo de um dos jardins mais fantásticos que eu já vi. Plantas em estado quase natural, nada de canteirinhos recortados.
Mas uma das coisas que eu mais curto são os pequenos encargos. Aquelas tarefinhas que a maior parte das pessoas com a minha formação se sentiria humilhada ou entediada em fazer, mas eu, como sou doida, adoro.
*Varrer. Adouro. Principalmente as folhas do jardim (a gente não varre e joga fora, só empurra elas das pedras do caminho e devolve pra terra, pra elas se transformarem em adubo natural). Me sinto uma monja budista e ainda faço exercício aeróbico logo de manhã.
* Fazer o café. Quem faz mesmo é a cafeteira. Mas adoro o ritual de preparar coisas e oferecê-las as pessoas.
* Atender o telefone. Dizendo bom dia ou boa tarde com todo o entusiasmo. É legal ver como a disposição das pessoas muda.
* Alimentar as tartarugas. Tem tarefa mais fofa que essa? São três, o Hugo, que é o macho e as meninas, Cascuda e Orange. Além de alimentar, de vez em quando a gente tem que desvirar o Hugo. Ele é cego de um olho, mas insiste em querer cobrir as fêmeas. Aí, como ele é meio desajeitadinho e às vezes elas saem de baixo, ele cai de cabeça para baixo e fica lá, tadinho, até a gente ver e desvirar.
Além disso, com o jardim, além das pausas para o cafezinho, a gente tem pausa para observar as orquídeas, para admirar uma lagarta mais colorida, para acompanhar o desenvolvimento de um ninho. Sou ou não sou uma mulher de sorte?

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

Trabalho, enfim!

É isso, galera, depois de um desemprego que se arrastava desde 1997, com uma pequena pausa de três meses em 2005, estou empregada. E num lugar muito, muito legal. Uma das entidades ecológicas mais respeitadas de Porto Alegre - e não apenas.
O mais interessante é que esse emprego caiu, praticamente, do céu. Eu não procurei por ele, eu não pedi por ele, ele me foi oferecido. Dentro de um recinto sagrado, "por acaso".  É, eu estou bem contente.
A única coisa menos "uau" disso tudo é que adia meus planos de ter um bebê. A pessoa precisava de alguém que ficasse direto pelo menos um ano e meio, para dar andamento no trabalho que tem de ser feito. Eu aceitei fazer um acordo. Não achei abusivo, a coisa toda foi feita com muita franqueza e sem pressão - ainda mais que eu não preciso desesperadamente do salário para viver, graças ao marido - só um cadinho frustrante. Por outro lado, vai me proporcionar condições de ter um parto como eu quero (natural, em casa, com doula etc - dentro das possibilidades médicas, é claro) quando isso acontecer. Até lá, ir tocando.
Por falar em frustração, minha segunda aula "retomatória" de dança foi menos sofrida. Apesar de ter bastante giro e deslocamento, coisas em que não me considero boa. Mas o corpo obedeceu mais e me pareceu menos assustado com a idéia de voltar a se mexer. Um dia eu chego lá.

terça-feira, fevereiro 12, 2008

Frustração

Hoje tive a minha primeira aula de retomada da dança do ventre. Preparei-me toda, cheguei mais cedo, deu para bater um bom papo com a professora - que é um doce de coco, como já se sabia e esperava. E fomos para aula.
O tema era relativamente simples: redondos, oitos, ondulações e suas combinações. Não que não se possa aprender nada a respeito, mas não era nada que oferecesse dificuldade física na sua execução. Eu achava.
Mas, amigo ouvinte, cinco anos não são cinco dias. E cinco anos é exatamente o tempo que eu estou parada. Eu sabia como fazer os movimentos. Meu cérebro sabia. Sabia como fazer sem desencaixar o quadril, levantando ou não os calcanhares. Só que o corpo não sabia mais.
Os movimentos saiam contidos, travados, descontinuados, sujos. Eu olhava para o espelho e não acreditava. Meu oito maia era uma coisa tititiquinha de nada - embora eu soubesse que o movimento estava sendo feito no sentido e direção que devia ser. E, sabe, eu costumava ter orgulho do meu oito maia - era uma coisa ampla e contínua, parecia que a onda vinha de fora de mim.
Eu sei, eu sei, vocês vão me dizer que eu criei expectativa demais para uma primeira aula. Mas é que eu sabia que minha dança tinha caído muito, mas achava que PELO MENOS em redondos, oitos e ondulações eu não me sairia tão mal. Mas não foi assim.
É muito triste a gente perder totalmente o controle de algo que antes dominava com facilidade. Dá uma sensação de impotência gigantesca. Além disso, estou toda dolorida.
Sosseguem, não estou nem pensando em desistir. Mas que dá uma baita sensação de "ai, que puxa", isso dá.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Comemorazushi

Ontem , finalmente, eu e minha sensei vitalícia terminamos de passar a revisão (feita pelo novo editor) do livro que traduzimos quando eu estava na graduação. Estávamos nesse trabalho minucioso há quase um ano. Chegar no último capítulo foi um alívio indescritível. E agora, se tudo der certo, o livro deve ser publicado antes do final do ano! E pensar que eu comecei essa tradução em 2000!!!
Bom, terminado o trabalho, uma mal sabia como convidar a outra para comemorar. Eu estava pensando num choppinho. Ela tinha uma idéia mais ambiciosa. Pegamos o Esposo - de quem ela gosta muito - e fomos comer sushi. E quando se fala da minha sensei, é para ser sushi da melhor qualidade. Ela pagando.
Foi uma lambança! Não comia tão bem há muito tempo. Nem bebi, mas a alegria do trabalho terminado, somada à explosão de sabor dos sushis e sashimis me deixou alta. Foi uma delícia.
Para terminar, fui de café com tortinha, na cafeteria ali do lado. Eu não passo mesmo sem sobremesa.><
Agora só preciso começar o trabalho com a minha dissertação. Terminá-la será um prazer maior ainda.

sábado, fevereiro 09, 2008

Sumiço involuntário

Confesso que sumi. Mas não foi uma das pausas para reflexão de antigamente. Pelo contrário. Estão acontecendo muitas, muitas coisas boas na minha vida e não tem sobrado tempo para parar na frente do computador. Vejo os emails, no máximo um ou dois links de vídeos que me mandam, respondo o indispensável e tchau. Sinto falta de ter tempo de ficar lendo e lendo na tela, preparando posts monstruosos, mas acho que foi uma época que acabou. Isso porque ainda não caí de cabeça na minha dissertação de mestrado, a mal falada. Mas no meio disso tudo não deixo vocês - que hoje são muito poucos. Mas me dá prazer ter um blog, de qualquer modo.

Esses dias, por motivos que não vou abrir ainda, fui comprar umas pecinhas de roupa novas. Resolvi não me estressar e não ficar ficar xingando as minhas formas: fui numa loja de roupa para gordinhas mesmo. Aqui em PoA temos umas poucas lojas para gordinhas com menos de 65 anos e foi numa dessas que eu fui. Uma delícia. Poder escolher as peças pela beleza e pelo que tivessem a ver comigo e não pelo perigosíssimo critério: "você tem do meu tamanho?" E sabe, eu estou gorda, mas não sou exatamente um mamute. Não preciso de uma tenda de circo para me vestir. Essas roupas poderiam estar tranquilamente nas araras das lojas ditas de roupas ditas "comuns", porque as pessoas acima do peso não são uma minoria tão insignificante em nosso estado. Mas é que as lojas para gordinhas outro diferencial, né? O preço. Com os mesmos dinheiros com que comprei oito peças para o magérrimo Esposo há um mês, levei apenas três peças. Claro, se gasta taaaaaanto tecido a mais... Como diria minha querida amiga I., é um cu.
De qualquer modo, foi uma compra que valeu. Só não fiquei mais feliz (e não levei mais) porque a lojinha "muderna" está seguindo à risca a modinha atual, cujas cores berrantes e padronagens escandalosas não agradam muito meu gosto de perua clássica. Nada é perfeito.