segunda-feira, dezembro 27, 2010

E antes que eu me esqueça...




Um 2011 maravilhoso pra todo mundo, cheio de doçura e luz.
Paz, amor, trabalho dinheiro, fertilidade, criatividade, discernimento e espiritualidade para escolhermos nossos caminhos e fazermos de nós mesmos pessoas melhores!

Das resoluções

Então, sigo com isso ano após ano. Tem sido útil para mim, de alguma forma, organiza prioridades - eu sempre dou uma boa revisada no aniver, que é no meio do ano - ainda que enfadonho ou caótico para vocês. Bora lá.

2010

1) IR A TODAS AS CERIMÔNIAS MENSAIS EM PORTO ALEGRE E AO MENOS DUAS NA SEDE CENTRAL, EM CURITIBA
Essa eu diria que atingi 90%, pois perdi duas cerimônias em Porto Alegre, uma por indisposição, outra por motivo de viagem, mas consegui ir à Curitiba de formas inesperadas. Valeu colocar como meta, de qualquer modo.

2) CONTROLAR A DIABETE
Então, pessoas, essa é a grande incógnita do ano. Eu realmente fui ao médico, fiz avaliação e comecei com tudo direitinho.
Mas depois que eu mudei a medicação psiquiátrica, comecei a ter uns mal estares. Aí me dei conta que eram os remédios para controlar a diabete que estavam desandando toda minha glicemia. Parei de tomar por um tempo e comecei a me sentir bem melhor.
Estou com uma alimentação legal, sem radicalismos – e o fato é que todos os meus sintomas de diabetes simplesmente sumiram!
Com a loucura do mestrado em outra cidade esse ano, não tive tempo de passar no médico de novo. Mas é uma das primeiras coisas que pretendo fazer assim que concluir a mudança para Novo Hamburgo.

3) MANTER OS FICHAMENTOS E LEITURAS EM DIA
Deus sabe como e a que custo. Mas consegui, sim. Embora não tenha fichado tuuuuodo que me passasse pela frente, non. O que me salva, é que não enjôo lendo em transporte público, ainda que não tenha conseguido muito tempo para leituras extras por conta do caos da minha vida pessoal.

4) PUBLICAR AO MENOS 2 ARTIGOS E FAZER AO MENOS UMA COMUNICAÇÃO
Sim, essa sim. Dois artigos e meio (eu fiz tudo que tinha que fazer, mas a publicação atrasou) e duas comunicações. Mas não consigo atender o pique das colegas de toda chamada para publicação que aparece. Se o tema não se adecua, fico insegura e já não mando.

5) APRENDER A GIRAR
Se eu disser que estou dominando toda a técnica e todos aqueles giros com torção rajastaneses que tanto amo, é mentira. Mas se eu disser que não evolui horrores, é muita falta de sacanagem com meus professores e com meu esforço.
Ter feito uma vivência em que girei por quase seis minutos sem intervalo ao som de uma música indiana (sem cair e sem ficar nauseada) também deve querer dizer alguma coisa. Então me aprovo, mas levo o item pro ano seguinte.

6) DEDICAR TEMPO AO ESTUDO DE PERCUSSÃO – ESTUDAR DAFF
Então, por mim eu colocaria um FAIL gigante, pois mal tive tempo de me coçar esse ano. Mas o Tuerlinckx diz que eu devo valorizar a freqüência nas aulas, que eu não interrompi com toda a correria e viagens, então tá, ele é mais sábio que eu na maior parte das coisas mesmo.
E, realmente, pegamos firme no daff, só retomando os estudos de derbake agora no final do ano. Então vou encarar como 60% concluso e era isso.

7) FAZER DANÇA CIGANA COM A SAYONARA LINHARES
Com toda a correria e toda a falta de tudo, nesse item posso me dar um sonoro 120%. Porque eu fui muito além disso.

8) ADQUIRIR UM DAFF PROFISSIONAL
#FAIL.
Então, quando estipulei esse item no ano passado, não tinha me dado conta de que ele dependia muito mais da boa vontade de meus amigos que viajam/moram no exterior do que de mim mesma, pois esse artiguinho de luxo simplesmente não existe aqui. O único que achei para comprar no Brasil me foi oferecido por, pelo menos, três vezes seu valor real. Pô, lucra ma non sculiamba!
Continuo tentando o ano que vem, mas sai dos itens de resolução porque depende exageradamente de fatores externos.

9) ELIMINAR 7 KG
Sim? Não? Talvez. Assim, eu perdi muito mais do que isso ao todo. Mas tive um aumento de peso considerável no inverno. Então, no final das contas, tirando meu peso de quando a meta foi estipulada, estou apenas três quilos mais leve. Mas, por outro lado, com a dança intensiva e umas sessões de mágica massoterapêutica que me dei de presente, minhas formas e medidas mudaram consideravelmente. Foram 4 cm de cintura de novembro pra dezembro, poxa. Consegui comprar um jeans no brechó (16 pila, hahaha) na primeira experimentada.
Então eu me dou 75% cumprida para essa tarefa e me decreto beeem feliz com meu corpitcho.

11 METAS PARA 2011

1) Conhecer mais e melhor a mim mesma, melhorando essa delicada relação comigo.
2) Cultivar a flexibilidade, a paciência e a tolerância.
3) Auxiliar nas atividades do grupo da Mahikari em NH e participar de todas as cerimônias mensais.
4) Fazer as pazes com senhor Saturno – estabelecer tempos de trabalho para o Mestrado, os freelas, a dança e a percussão, porque estarei sem horário fixo e louca pra procrastinar e me enrolar com tudo.
5) Preparar qualificação e dissertação nos devidos prazos, sem pedidos de prorrogação.
6)Conseguir mais e melhores frilas.
7) Começar a “preparar a cama” para o doutorado.
8) Fazer do meu lar, meu ninho. Cidade nova, casa nova, vida nova. Cuidar, pintar, trazer as coisas espalhadas pelas casas que morei. Manter espiritual, energética e fisicamente organizado, limpo, perfumado e iluminado.
9) DAS ARTES:
Dança árabe: organizar o deslocamento e aperfeiçoar os giros.
Dança cigana: mergulhar fundo na pesquisa musical.
Flamenco: iniciar aulas.
Percussão: manter as aulas duas vezes por semana e estabelecer um horário de estudo em casa – custe o que custar e para desespero dos vizinhos.
10) Iniciar, com calma e persistência, os estudos na área de saúde.
11) Corpo: procurar perder mais uns 3 ou 4 kg, devagar e constantemente, mantendo o tônus. Acupuntura periódica para manter a lombar e todo o resto do meu prediozinho. Verificar a questão da diabete.

10 Especificidades de 2010

Assim como 1992, 2010 foi em minha vida um ano muito fértil em acontecimentos, muitos sem precedentes. Claro que não posso explicitar todos os detalhes de todas as coisas, mas achei curioso anotar assim, em forma de tópico, só para não perder o registro.
Em 2010:

1) Eu descobri a cigana dentro de mim. Uma herança genética soterrada por décadas de educação formal e niponização (não que eu tenha deixado de ser japa também). Nunca a palavra liberdade teve antes tanto sentido e importância. Nunca minha ligação com o mundo que não pode ser visto pelos olhos foi tão forte. Nem tive tanta consciência das conseqüências de minhas escolhas. Nunca estive tão confortável dentro do meu corpo.

2) Aproveitando a deixa, nunca estive tão confortável no meu corpo é um item por si só. Tratei ativamente minha lombar que sempre e muito me incomodou com muita massagem, moxa, ventosa e acupuntura – e me sinto bem como nunca. Perdi um bom tanto de peso também – sim, ainda muito longe do padrão. Mas me sinto ótima de verdade – como não me sentia aos 20 com quase dez quilos a menos.
A melhora na minha postura – resultado da dança também tem muito a ver com isso.

3) Voltando ao outro mundo, conheci, no interior, pessoas especialíssimas que me ajudaram a retirar o véu sobre meu passado remoto. Digo, remotíssimo. Isso teve uma série gigante de conseqüências, todo um desenrolar de acontecimentos nesse segundo semestre. A maioria eu não posso citar aqui, mas um dos mais importantes foi ter finalmente me livrado de uma dor/pesar/rancor antigo e reconquistado o contato e a estima de uma das pessoas mais importantes da minha vida. (Sim, senhor papai de uma elfa, é do senhor mesmo que estou falando.)

4) Alonguei meu desempenho acadêmico ao máximo, sem vacilar e sem medo de errar. E obtive resultados muito bons – animada pelo bom desempenho no processo seletivo, não nego.
E não digo desempenho acadêmico no sentido de avaliação burocrático da CAPES, de proodução e publicação de texto, não. Mas de desenvolvimento da minha capacidade de reflexão, mesmo. De aproveitamento de leituras. De expressão da minha opinião sem o receio de estar errada, falando bobagem (pânico que me perseguiu na minha vida acadêmica toda até aqui), de ter uma opinião diferente, de ser estrangeira, estranha, exótica. Sou mesmo e daí?
Claro que isso me rendeu alguns narizes torcidos e comentários pelas costas – e uma nota indesejada, ainda que suficiente. Tudo o que faço me rende. Mas consegui também o reconhecimento de algumas das pessoas cujo trabalho mais admiro dentro daquela universidade. Isso valeu o ano, com toooooda a certeza.

5) Consegui um trabalho fabuloso, do nada. De bandeja. E perfeito para mim. Com gente que eu respeito,
Isso é absolutamente inédito na minha vida, tudo comigo é parido a fórceps, difícil de todo. Realmente parece pouco para quase todo mundo, mas para mim é um fato de importância inédita.

6) Desenvolvi um estilo de me cuidar, me maquiar e de vestir. Integralmente. Com todos os sustos, galabias, excesso de acessórios e mistura de cores que podem ter assustado muita gente. (Num estilo rasgado de forte influência leonina como diria Luis Fernando, um de meus amigos astrólogos.) Aliás, descobri que cor é uma coisa que atua loucamente no meu estado de espírito e passei a participar ativamente da brincadeira.
Como não tenho nenhuma vocação para a pintura ou para o desenho, isso passou a se expressar em roupas e acessórios, maquiagem e, principalmente, esmaltes.
Foi o ano em que deixei de achar que fazer as mãos é importante para me tornar uma colecionadora de esmaltes. Foram quase cinqüenta cores adquiridas só este ano. De novo, uma bobagem para a maioria das pessoas, mas um tremendo avanço para a minha suprema rigidez nipônica assumir uma “futilidade” desse naipe.
Cometi ainda a suprema ousadia – para uma pessoa com a minha formação e influências, friso bem – de colocar um piercing no nariz. Vocês nem imaginam o que isso representou para minzinha! (Sei que tá cheio de menina de 15 com piercing até no clitóris (ui!), mas, repito, sem a minha experiência de vida.) As três tatuagens programadas ficaram para 2011 por questões meramente orçamentárias.

7) Voltei, depois de um intervalo de uns cinco anos, a cozinhar e escolher minha comida. Toda diferença do mundo. E com uma destreza que eu não sabia possuir.

8) Descobri, em ocasiões diversas, o peso da minha palavra. Em todos os sentidos possíveis.

9) Terminei definitivamente um casamento de 15 anos e voltei a morar com minha mãe, eu tomando as decisões e gerenciando tudo. Penso que dispensa comentários e, se não dispensar, eu dispenso.

10) Finalmente, esse foi o ano em que minha vida foi totalmente modificada por dois beijos.
Duas ocasiões diferentes, duas pessoas diferentes. Dois beijos apenas, nada além disso. Cada um deles atuou num aspecto diferente da minha vida e o modificou – para sempre. O mais engraçado é que os vetores dessas mudanças talvez jamais tenham plena noção do que esse ato, para eles talvez gratuito, teve de alcance. As ironias.

Acho que para um ano só, tá de bom tamanho, non?

(26/dez/2010)

Natal acidental numa casa não muito ocidental e nada convencional

Nessa casa, o dia começa com as orações. Aos deuses principais em português e japonês e à Santa Sara também.
Desjejum. Mamãe prefere o bom e velho café com leite quentinho, eu vou de leite gelado com flocos de milho, aveia e mel. Se não tiver aveia no meu leite parece que não comi nada de manhã – e pensar que até dois meses e pouco atrás eu não tinha MESMO o hábito de comer quando acordava. Acompanhamos com pão integral caseiro, feito pelo ex esses dias.
Mando torpedos de fim de ano para todos os amigos que não acessam internet com freqüência. Logo chegam as primeiras respostas carinhosas. Amo meus amigos.
Vou ate a casa do ex, onde tem conexão, dar alô pro povo via Orkut e Facebook. Mensagem especial para minha famíia cigana, que mudou toda minha vida nesse ano que se vai. Deixo minhas mensagens, bato papo aqui e ali enquanto ele arruma coragem para acordar.
Saímos, passamos no mercadinho para comprar algumas coisas para a ceia mais improvisada e barata que já se teve noticia (com direito ao muxoxinho libriano básico para comemorar as datas estabelecidas) e vamos pro almoço tardio de feriado.
Não posso deixar de pensar que minha cozinha é o que mais me define. Fiz um macarrãozinho (massa uruguaia deliciosa) com refogadinho de tomate com alho e muuuuuito azeite de oliva (faz parte do sangue da pessoa) e uns temperinhos daqui e dali. Acompanhei com um franguinho assado numa crosta de alho, cebola, sal, pimenta síria e zathar – delicia. Litros de refrigerante zero. Sim, suco de frutas seria melhor, mas estamos sem liquidificador e sem a menor disposição para enfrentar frutas no muque com esse calor senegalesco. Álcool? Nessa casa não, obrigada, ainda mais com os quase 40º rondando. A sobremesa foi melancia gelada.

No improviso, a carne da ceia vai ser frango de novo. Mas aí temperado com mostarda, mel, pimenta e um pouco de shoyu. Saladão com beterraba, batata doce, batata inglesa e alface (a combinação insólita foi o que se pode arrumar no mercadito do lado de casa, recomendações da acupunturista Sayo para o fígado de mamys – o mercadão tem fila, preços absurdos e mau humor) com aveia, linhaça e molho japonês da professora Meiko Shimon: shoyu, mel e vinagre. Ex ficou de fazer o mais legitimo spatzle alemão com queijo de carboidrato acompanhante. Uva e banana pra adoçar.

Preparamos uma vela branca para agradecer pelo advento da religião cristã neste mundo e uma azul pra Santa Sara, que também é profundamente cristã e não nos desampara nunca.

Amanhã se visita o lado mais germânico dessa família sem vínculos legais e se come frutas secas, panetone, stollen, essas coisas mais comuns que as pessoas fazem no Natal... Só não se ouve Simone... ^___^

(24/dez/2010)

quarta-feira, dezembro 22, 2010

Repensando 2010 - parte II

Então, esse foi o ano em que eu mergulhei fundo. Em mim mesma. Mas ainda não cheguei no fundo.
Meu grande objetivo esse ano foi completar a grande metamorfose - transformar-me plenamente em mim mesma. Dei um bom start, mas tô longe de terminar. Porque foram muitos, muitos anos de uma vida longa tão enredada e imiscuida no outro.
E quando falo outro, não tô falando do ex, não, embora ele esteja na lista. Estou falando de todas as outras pessoas na minha vida cuja opinião eu sempre levei mais a sério que a minha própria. Que eu sempre escolhi cuidar antes de mim. Para quem eu sempre dei mais importância.
Não, a culpa não é de nenhum deles, mas do meu próprio estabelecimento de prioridades (ok, minha educação excessivamente cristã, cheia de culpa e de noções de utilidade no mundo não ajudou muito, mas não dá pra passar o resto da vida culpando minha mãe por tudo - até porque ela me deu o melhor que ela tinha).

Esse ano minha espiritualidade aflorou de forma inédita. Eu sempre fui uma pessoa que acreditou nas coisas, que estudou. Mas esse ano as coisas se tornaram sangue e carne e as causas das coisas todas se aclararam. Porque quando você vai a um lugar para pagar dívidas em sequência, di cum força e quase que incessantemente, entender o que se está fazendo ajuda horrores.

Estou, a cada dia, aprendendo a guiar minha vida por minhas próprias idéias. Durante muitos, muitos anos, deixei que me mandassem fazer, que decidissem por mim, que tomassem minhas decisões. E, às vezes, ainda deixo. Mas tá melhorando. Uma coisa de cada vez.
Esse ano dispensei tempo, dinheiro e energia inéditos para mim mesma. Dancei muito, fiz várias vivências e terapias, mapa astral e revolução, estudei astrologia. Fui até São Paulo ver o Tito Seif, segui com as aulas de percussão apesar do tempo ínfimo pra estudar.
Com tudo isso, consegui manter o desempenho necessário no Mestrado. Apesar. Enfim.
Foi um bom ano. Não foi um ano fácil. Não foi um ano relaxado. Mas foi bom.

Seja lá quem eu for - achei que já sabia isso, mas concluí que ainda falta muito - sou muito mais eu do que na mesma época do ano passado.
Eu sei que nunca estive e que nunca mais estarei sozinha. Eu sei do que eu dou conta. Eu sei que tenho habilidades que podem gerar grana, sim. Eu estou bem satisfeita com meu corpo, padrões à merda. Eu estou ciente da minha própria ética. Eu sei que tenho miolos. Eu sei que respeito a arte que faço, por mais amadora que eu seja. Eu sei que dou conta, que tenho muita força, muito centramento. Que tenho opiniões e não preciso da autorização de ninguém para expressá-las - ainda que tenha meu limite na mágoa e frustração alheias.
Sei que amo inteiro e de verdade. Inclusive a mim mesma.
Sei que tenho muitos defeitos e que erro muito - mas não tenho preguiça de me consertar. Sei que fui criada mergulhada no medo, mas, por mais medos que tenha, tenho um arsenal de coragem gigante dentro de mim.
E sei que quero mais e melhor. E vou atrás de tudo isso.

Desejo a todos vocês um 2011 cheio de auto-consciência, de amor próprio - para que possam amar aos outros, de respeito por si mesmos - para que possam respeitar o mundo, de limites - para que não se firam, de superações - para ir além. Desejo um ano de clareza espiritual, discernimento e decisões acertadas. De força e coragem. De doçura e alegria também - sempre bem fundamentadas.

Que venha 2011!

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Palavreado de final de ano

Sim, este bloguinho está às moscas. Sem conexão em casa, a pessoa não consegue postar com periodicidade. Sem posts periódicos, as pessoas vão deixando de acessar... Como acessando já nem comentavam mesmo, já viu!
Mas tudo bem, faz parte. Não se pode fazer omelete sem quebrar os ovos. E esse ano foi de omeletada!

Não se pode manter um blog decentemente com ocupações diversas (a não ser que ele seja parte do seu trabalho).
Não se pode mudar de estado civil e de casa e manter imediatamente o mesmo padrão de vida (leia-se conexão).
Não se pode investir em tornar-se você mesma sem deixar algumas pessoas pelo caminho.
Ou porque você não aguenta mais ser tratada de determinada forma. Ou porque elas escolheram ir embora. Ou porque você não pode mais ficar ao lado delas por uma questão de coerência e ética.

Esse foi um grande ano de expurgo. Muita gente saiu da minha vida em 2010.
Não, isso não me deixa triste.
Algumas, poucas, vão fazer falta, mas eu aceito a separação como parte do meu destino. Como parte das escolhas que fiz.
O mais curioso, entretanto, é o número gigantesco das que se foram e que não fazem falta nenhuma. Que, na verdade, causaram alívio com sua partida. Descobri, neste ano, que andava cercada de um monte de gente que me sugava, me incomodava e que muitas vezes eu só mantinha por perto para fazer barulho. Porque eu tinha muito barulho dentro de mim.
Mas agora eu silenciei. E eu só estou aceitando interlocutores. Os bons.

Algumas das pessoas que se foram voltarão em curto ou médio prazo, ou ao menos assim eu imagino. Algumas passarão por um longo processo, terão que reavaliar muitas escolhas, antes de poderem voltar a se reaproximar. E outras não voltarão nunca mais. De maneira alguma.
Penso que, se ainda tem interesse sobre mim o suficiente para lerem este blog, algumas devem estar chocadas por eu ter dito em algum momento que gostava muito delas. Ou que as amava. Bom, isso não deixa de ser verdade. De algumas eu ainda gosto muito - mas gosto mais de mim do que do modo como agem comigo (e, por vezes, com os demais).
E as pessoas que eu amo. Bom, quando eu amo, eu amo para sempre, isso é sério. Nunca disse essa frase de modo inconseqüente para quem quer que fosse. Meu Saturno é muito sério para me permitir esse tipo de leviandade - taí uma palavra que eu detesto com todas as forças, leviandade. O que aconteceu, então?
Tenho um grande amigo que costumava dizer da ex-mulher: "Eu a amo, mas não gosto dela." É exatamente isso. Eu passei a não gostar de você por algo que você escolheu fazer. Mas ainda te amo. Do fundo do coração. E provavelmente oro por sua felicidade mais do que você possa imaginar.

Eu não sou uma pessoa fácil de se conviver. Tenho opiniões muito firmes, uma ética própria muito rigorosa, sou muito ciente de mim mesma. E não pretendo mudar.
Se você chegou até o fim de 2010 dentro do meu círculo de relacionamentos, pode ter toda a certeza, você é muito especial para mim. Sobraram muito poucas pessoas.
E quanto menor o círculo se tornou, tanto mais especial se tornou cada indivíduo que ficou.

Se você ainda está do meu lado, é porque provavelmente você realmente me respeita e me admira como sou. Porque você me deixa não estar de bom humor 24 X 7. Porque, se você já se chateou comigo, me disse e resolvemos a questão. Se você ainda está do meu lado, é muito provável que você nunca tenha tentado me mudar. Ou sugerir que isso fosse preciso. (Falo do que eu sou, não de uma ou outra atitude que eu tenha tomado, que eu erro, sim, como todo mundo e muitas vezes são meus amigos que me corrigem o rumo, mas sempre dentro da minha natureza.)

Você, que ainda está comigo, talvez nem tenha tempo para ler esse blog. Talvez nem tenha tempo para se dar conta do quanto significa para mim. Mas está agindo positivamente na minha vida, dia após dia.
Em função disso, claro, algumas pessoas passaram a ter maior importância que outras. Mas isso ainda não é assunto para esse blog.

quarta-feira, dezembro 15, 2010

Fim de Ciclo

Hoje terminei minha última aula do Mestrado. Agora é preparar a qualificação, depois a dissertação. Uma pausa na vida de gitana viajando toda semana. Ufa!
Consegui passar na disciplina de Estética da Recepção (não com a nota que eu queria, mas enfim), entreguei toda a papelada da CAPES, acho que fica tudo tranquilo para a bolsa no ano que vem.
Acabo de me despedir de alguns de meus melhores amigos daqui e agora estou no ônibus de volta pra casa. Apesar do pouco tempo, consegui fazer algumas amizades bem profundas e especiais. Gente é surpresa boa em todo lugar.

Minha mudança pra Novo Hamburgo tá meio enrolada, mas acho que essa semana sai. Tive que mudar os planos de apartamento, vou pra um que é um pouco menor, mas mais perto da rodoviária. Acho que tudo ficará bem, também.

Domingo fui à confraternização cigana da Casa Z e tivemos todos uma surpresa. O Luis tinha preparado uma cerimônia tradicional de casamento para a Sayo, foi a primeira vez que estive num casamento onde a noiva - e dois terços dos convidados - não sabia que ia casar. Foi uma das celebrações mais belas que já presenciei na minha vida, sem dúvida.

Daqui a pouco comecam as retrospectivas de final de ano. 2010 foi um ano exepcional. E tudo indica que 2011 será ainda melhor - ano de Oxum!