quarta-feira, junho 13, 2007

Casulo

Eu vivo dentro de um casulo transparente. Grosso, bem grosso. E grande pra mim. Aqui dentro eu respiro dentro de um líquido e nada pode me atingir. Aqui estando, meus inimigos nada podem contra mim.
Por vezes, me assusto. Eles arremetem com suas lanças e suas armas - eu sinto o impacto, mas não sou atingido. A camada transparente é muito grossa, nada passa, nem lâmina, nem bala. Aqui o veneno mais pernicioso e sutil não transpassa.
Aqui é meu refúgio e meu sossego. É quente, confortável, seguro. Ninguém em sã consciência ia querer sair daqui. E pouco me importa os que dizem que dentro desse casulo eu vivo fora da vida.

terça-feira, junho 05, 2007

Fizeram para mim

Uma amiga muito querida, a Karenina do Pé de Lobeira, fez este poema para mim e eu pedi autorização para publicar. Uma Polaroid da minha alma.

Samara

Somatório
E nada santa
Sangra e não estanca
E ninguém vê

Há que ser muito pra perceber
O que parece nuvem branca

Porque a tempestade mira você
E se você não se manca
Nada vai entender

E mesmo se entender
De nada adianta

Nem se pergunte por que...
Ela sangra e não estanca