domingo, março 13, 2011

MIGRAÇÃO

Gente, cansei. O sistema do Blogger tá muito ruim demais. Tudo trava, as opções de template não são tão legais, as estatísticas são ruins de ler.
Estou mudando pro Wordpress. Deixo todos os arquivos aqui, mantenho o perfil e sigo os blogs dos amigos, mas agora o endereço oficial é:

http://bipolarcentrada.wordpress.com

Encontro vocês lá.

sábado, março 12, 2011

O mais lindo por-do-sol do mundo na minha janela em Novo Hamburgo

E eu fui fazer uma aula de dança cigana apesar da contratura eterna. Porque, né?
Não se pode entregar todo o ouro para as contraturas.
Fui, dancei. Cigana russa, dificil pra porra, mas legal. Ok.
Aí, consegui me machucar mais, alongando. Consegui uma contratura novinha em folha, abaixo da costela.

O por do sol mais lindo do mundo. E você está perdendo.

Penso até que ponto essas contraturas não são todas as coisas que me obrigam a engolir todos os dias.
Talvez a Sayo tenha razão e eu só precise de reforço muscular. O melhor fisioterapeuta do mundo é meu amigo. Mas está no mundo material e não tenho dinheiros. Minhas costas seguirão doendo.

Terça, com ou sem dor, começo o taichi. Enrolando há séculos. Talvez meu corpo (ou minha alma) só precise de um pouco de disciplina. Disciplina, ordem, método, organização, diria um dos meus melhores amigos. Talvez.

Muitas coisas atrasadas com o mestrado que quase perco. Mas deve dar tudo certo. Quase sempre dá.

Quebrada



Assim me sinto. Por fora.
E por dentro também.

quinta-feira, março 10, 2011

Ayubi & Dandash

Não adianta. Nasci pra ser mãe. Estava adiando minha nova maternidade felina (quando me divorciei, minhas filhas peludas, Akiko e Ayala, ficaram com o pai)por causa da falta de tela no apartamento alto, pra minha mãe se adaptar, por isso e por aquilo.

Mas o ontem o Luis Garcia, marido da Sayonara, da Casa Z, me trouxe um argumentinho cinza irrefutável... Ia ficar com ela e com a irmã, que morreu. Aí eles me contaram que tinha mais um machinho pra ser adotado. E logo um frajolinha - sou louca por frajolas. Capitulei.

Ficaram Ayubi e Dandash. ^^

Olhem pra eles. Vê se é possível resistir...




terça-feira, março 08, 2011

sexta-feira, março 04, 2011

Coisas que não se pode lutar contra / Coisas que não pode viver sem




Não se pode lutar contra o fato de se estar afastada de um de seus amigos mais íntimos num momento em que você precisa muito de amigos.
Não se pode lutar quando se reconhece uma pessoa no meio de tantas outras e se forma um vínculo intenso com ela - completamente dissociado da paixão romântica e suas armadilhas.
Também não se pode lutar quando esse vínculo se desfaz (tão cedo!) porque é hora e porque sim. Mesmo que isso te traga lembranças muito remotas e te encha de uma dor insustentável de luto que ninguém pode explicar.
Não se pode lutar contra o fato de que, da mesma maneira com que se reconhece afetos, alguns desafetos te reconhecem e agem de artimanhas e má fé contra você. Gastando uma energia inacreditável, jurando que, sim, dessa vez te derrubam com a cara no chão. Você, que não se lembra de ter feito nada, absolutamente, contra elas. Mas fez, fez sim, em algum momento perdido tempo.

Não se pode viver sem ter no centro o que realmente está no Centro.
Não se pode viver sem a proteção de pessoas que já não tem corpo físico para te abraçar, mas que continuam te amando e velando por você, de onde quer estejam.
Não se pode viver sem gente do bem que te cura, te dá palavras de incentivo, te orienta quando você caminha pelos penhascos de estreitas bordas da tormenta e da dúvida.
Não se pode viver sem gente honesta e de vibração elevada, que compra uma briga em seu nome sem ganhar absolutamente nada com isso. Talvez retribuindo alguma lealdade muito distante no tempo.
Não se pode viver sem o afeto que se mantém, mesmo quando as circunstâncias separam pessoas que realmente se estimam.

Nas últimas semanas, eu atravessei mais batalhas do que já se viu em guerras inteiras. Cicatrizes são inevitáveis. Mas cá estou eu.

Para algumas pessoas, reencarnação é uma superstição. Para outras, um conceito. Para uns, é uma crença. Para mim, são as leis que regem os acontecimentos da minha vida cotidiana. Por uma vida inteira.

quinta-feira, março 03, 2011

Sobre as coisas que eu poderia dizer



Existem muitas coisas a serem ditas. Muitas coisas a serem postadas. E muita gente para quem eu gostaria de falar.
Mas a internet não é um lugar de exposição de idéias. A internet é uma praça de guerra onde gente desocupada se diverte em julgar a vida alheia.
Por isso tanto silêncio e trechos alheios por aqui.

Talvez ainda tenhamos dias de palavras mais livres. Ou não.

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Para a feiticeira da Cadeira de Prata

"– Uma palavrinha, dona – disse ele, mancando de dor –, uma palavrinha: tudo o que disse é verdade. Sou um sujeito que gosta logo de saber tudo para enfrentar o pior com a melhor cara possível. Não vou negar nada do que a senhora disse. Mas mesmo assim uma coisa ainda não foi falada. Vamos supor que nós sonhamos, ou inventamos, aquilo tudo – árvores, relva, sol, lua, estrelas e até Aslam. Vamos supor que sonhamos: ora, nesse caso, as coisas inventadas parecem um bocado mais importantes do que as coisas reais.
Vamos supor então que esta fossa, este seu reino, seja o único mundo existente. Pois, para mim, o seu mundo não basta. E vale muito pouco. E o que estou dizendo é engraçado, se a gente pensar bem.
Somos apenas uns bebezinhos brincando, se é que a senhora tem razão, dona. Mas quatro crianças brincando podem construir um mundo de brinquedo que dá de dez a zero no seu mundo real. Por isso é que prefiro o mundo de brinquedo.
Estou do lado de Aslam, mesmo que não haja Aslam. Quero viver como um narniano, mesmo que Nárnia não exista. Assim, agradecendo sensibilizado a sua ceia, se estes dois cavalheiros e a jovem dama estão prontos, estamos de saída para os caminhos da escuridão, onde passaremos nossas vidas procurando o Mundo de Cima. Não que as nossas vidas devam ser muito longas, certo; mas o prejuízo é pequeno se o mundo existente é um lugar tão chato como a senhora diz."

(C.S.Lewis – Crônicas de Nárnia – Vol. VI - A Cadeira de Prata - p. 219-220)

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Will they ever believe me?

Porque sim, a ingenuidade dos anos 80 já acabou. Mas algumas poesias musicadas continuam sendo absolutamente perfeitas.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Ficar quatro dias de cama nem é tão ruim assim

Fora a dor e o fato da gente não poder se locomover. O bravo mesmo, é estar sozinha na jogada. Não, não me refiro ao fato de estar divorciada. Porque na real, o ex é quem mais pega junto, mesmo nesses casos. Tô falando de amigos mesmo. E de ter uma pessoa totalmente desequilibrada em casa para complicar as coisas.

Daqui, as duas únicas visitas que recebi foram das terapeutas - porque eu chamei. Não recebi nenhum telefonema, nenhuma visita, nenhum oferecimento de auxílio. A única ligação para saber como eu estava recebi do próprio ex. Coloquei algumas coisas sobre meu estado no Facebook, mas a verdade é que não faz muita diferença para quem quer que seja. Acrescentando-se que eu passei uma semana canina onde aconteceram muitas coisas horríveis, que, aparentemente, também não são do interesse de ninguém.

Aí, depois de quatro dias, você volta a andar, um pouco por vez. E todas as suas coisas estão fora do lugar, o chão faz redemoinhos de poeira como os desertos americanos, o pão foi guardado sobre a pizza dentro do forno, a geladeira foi arrastada até o meio da cozinha (e como suas costas ainda doem para arrastar de volta!) e tem uma pilha de dois metros de lixo na sua área de serviço porque nenhuma das pessoas que estiveram em sua casa por outros motivos nesse tempo todo se deu conta de que eu não podia descer com ele - ou seja, vou ter que fazer tudo isso hoje a tarde. Aliás, não apenas a geladeira - ah, cujo botão de degelo também apareceu quebrado. Todos os móveis do quarto dela foram arrastados compulsivamente, o estoque de bolachas devorado (mesmo você levantando com dor pra fazer as refeições na hora) e praticamente tudo, tudo está fora do lugar, nas gavetas erradas, nas prateleiras erradas e você leva horas pra preparar um ovo mexido. Além disso, você, dopada de remédios, é acordada várias vezes durante a madrugada - porque sim.

Era justamente desse tipo de coisa que eu tinha medo quando era casada e pensava em sair de casa. Agora descobri que angustia, mas não mata.
E descobri também que eu perco tempo, energia e preocupação demais com as pessoas na minha vida.

Jogo dos Sete Micos

A fofa da Lory Moreira que me passou.

Como ela, vou me ater aos micos de dança, que os pessoais são mais constrangedores. Os indicados podem fazer como achar melhor.

1) Paguei peitinho

Tenebroso e inesquecível. O bustiê não tinha alças cruzadas (nunca mais!) e eu tenho ombros bem redondos. Pra piorar, estava um frio animal e eu coloquei uma segunda pele por baixo. Batata, uma das alças escorregou e, quando eu levantei os braços para erguer o véu como a coreo exigia, o sutiã subiu e meu parcos peitinhos não seguraram... Claro, não ficou totalmente visível porque havia a segunda pele e ainda se usava franja longuinha naquela época - como meu peito é pequeno, qualquer coisinha cobre. Mas era exasperante porque a coreografia era em grupo e com véu, então não dava pra arrumar nunca e a coisa ia subindo. Agonia, sô!

2)Perdi o lenço de moedas na entrada da coreografia

Bom, essa não foi bem culpa minha, mas me escalaram pra duas coreografias uma em seguida da outra, com figurinos totalmente diferentes. Em função do tempo, as meninas me vestiam meio a jato para a segunda. A encarregada de amarrar o lenço no meu quadril tinha bundinha pequenininha e deu um nozinho que no quadril dela pararia. Mas no meu nào.
Logo na entrada no palco, em fila, ele escorregou até os meus pés... só deu tempo de pular e seguir em frente... e o pior é que tinhas umas 9 meninas atrás de mim e todas tiveram que fazer o mesmo... No vídeo, depois, é que fui ver como ficou bizarro.

3) Paguei calcinha

A mesma coreografia, só que no dia seguinte. Para não perder o lenço de novo, deixei ele preso no alfinete com um enxame de joaninhas. Beleza, ficou firme. Só que o lenço era muito, muito pesado. E foi puxando o vestido para baixo, até as fendas laterais da minha calcinha começarem a aparecer... Detalhe que o vestido era verde musgo e a sem-noção tava com uma calcinha pink! Putz, figurino pra grupo nunca mais! Só galabias folclóricas bem fechadinhas. Porque, né?

4)Zoraide

Na verdade, essa apresentação foi um mico gigante.
Fomos nos apresentar num hotel em Gramado, para uma convenção da AMBEV. Traduzindo: um monte de cueca reprimido com a cara cheia de cerveja, todo assanhadinho porque tá em grupo.
Depois de sermos conduzidas para o local de apresentação através da cozinha do hotel (o chão mais sujo desse mundo de Deus e a gente descalça e as saias transparentes roçando a imundície...), de chegar num lugar sem a menor acústica e com aqueles sonzinhos portáteis absolutamente inaudíveis, ainda tivemos que aguentar essa plateiazinha de cornos loucos pra fazer gracinha.
Além de alguns gestos obscenos e pedidos pra sentar no colo, eu que era um pouco mais velha que a média das meninas e estava bem gordinha, logo ganhei o epíteto de Zoraide (da porra da novela O Clone, sim) e outra colega pouquinho mais velha e magra logo virou Lala Nazira... E olha, eu não tinha nem 30 na época. Homem é tudo palhaço mesmo quando em matilha.

5) Bengalada

Essa foi em sala de aula, mas me traumatizou. Coreografia de said, oito meninas, quase nenhum espaço pra ensaiar. Em uma parte da coreografia, o grupo A ficava em pé fazendo o "oito" com a bengala e o grupo B ajoelhava em frente e arremessava a dita, batendo no chão pra ela quicar e bater de volta.
Lindo. Só que eu tenho 1, 75m e braços longuíssimos. Mesmo pagando de Horácio o ensaio todo, com o cansaço a gente se distrai e lá pela quinta repetição eu dei a bengala com força na orelha da pobre criatura que estava ajoelhada na minha frente. Tadinha! Eu nào sabia onde me enfiar! Acho que maior que a dor dela só minha vergonha mesmo.
Fica a dica: professoras, querem coreos grandiloquentes? Então rebolem e achem um lugar decente pros ensaios, valeu?

6)Solas pra que te quero

Mesmo grupo, mico novo. Fomos nos apresentar num festival de folclore. Organizador pensa em folclore alemão, italiano, todo mundo de botinhas. Nós não, né? Resultado: o palco era uma chapa negra de madeira, onde o sol tinha batido a tarde toda - raqsas com bolhas de queimadura nos pés...
Em outra ocasião, com o mesmo grupo, o tablado era feito de compensado cru. A cada giro, uma dezena de farpas entrava nos pés... Sem falar que o vento levantava nossas saias e jogava o véu na cara.
Também fomos chamadas pra dançar numa festa do bairro. Era um said estávamos descalças. Só quando chegamos lá que fomos informadas que nosso palco era o asfalto nu... Deu pra ralar legal, nesse dia eu sangrei.

7) Ay! Que dolor en mis pies...

Essa eu já contei, mas é digna de registro. Fiz uma hora e meia de flamenco com um sapato DOIS NÚMEROS menor. Inesquecível.

Passo os mico tudo pra Lid Satier, Ket e Rafael Brilhante. Me contem depois!

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Uma pitada de sabedoria geminiana

A vida alheia

Então, né? A minha me dá um trabalho tão grande. Entre o trabalho acadêmico, as atividades de auto-aperfeiçoamento, a busca de crescimento espiritual. Nessa atividade intensa, fui aprendendo a selecionar muito bem meus amigos e é tudo gente da mesma estirpe. Gente que trabalha, que batalha, que não tem tempo a perder.
Mas a verdade é que vivo tão imersa nesse mundo que esqueço que ele não representa o todo do universo em que estou. Um universo coalhado de gente de personalidade oca e muito, mas muito tempo livre mesmo.
Gente que se diverte fazendo chacota de coisas que não consegue sentir. Que se entretém comentando detalhes da vida alheia que gente decente e com pudor não se atreveria a devassar. Que se prevalece de informações que um dia lhe foram creditadas em confiança para interferir (negativamente) na vida de pessoas que preferiram separar suas vidas da mediocridade. Gente de mentalidade infantil que acha que fomentar intrigas, sem se preocupar com as consequências, é um dos jogos divertidos que a vida oferece.

Eu tenho muitos, inúmeros defeitos. E conheço todos eles. :) Sou uma pessoa inteira. Sou uma pessoa profunda. Eu tenho muito mais que três dimensões. Por isso eu ando de cabeça erguida e não tenho vergonha de nada do que faço ou sinto. O máximo que eu faço é tentar preservar pessoas do impacto de algumas coisas que penso. Termina nisso.
Vergonha eu teria de ser uma pessoa rasa. Vergonha eu teria de ter a profundidade de uma colherinha de café - e a mesma amplitude de visão. Vergonha eu teria de não reconhecer o que é verdadeiro e não me identificar. Vergonha eu teria se me faltasse compaixão.

Mas eu sou uma pessoa que tem o privilégio de reconhecer a diferença entre o que realmente brilha nessa vida e o que é lixo.

Portanto, crianças, eu passarinho. Sempre.

domingo, fevereiro 13, 2011

Sobre lamentos y otras cositas

Então, se algum de vocês ficou curioso sobre a minha aula de dança cigana de ontem (eu ainda não me recuperei dela, como podem ver), posto aqui duas das músicas "trabalhadas" em aula. Seguem as letras pra quem não é gaúcho e não tá acostumado a pegar espanhol à unha (entender espanhol é outra coisa, teoria minha).

Primeiro essa cançãozinha quase meiga, que você até acha que vai ser uma coisa feliz quando começa. Aí vem o canto e a letra rasgando tudo até a alma e salve-se quem puder.



Recuerdo tu imagen alejandose
La tierra se hundia bajo de mis pies
Fui callendome al vacio
Sin poderme agarar a la vida

Como pude imaginarme
Que tenia algo que darte tenia algo que darte
Yo en mi madurez y tu
En tu plena juventud
Los anos no perdonan

Solo te ruego que me des
Una noche de amor
Solo pido Una Noche Mas

É, foi essa mesma que me fez chorar. Os comos e porquês não são da conta de ninguém.:P

Mas a minha preferida ainda é essa aqui:



yo bebo y bebo y bebo para olvidarte
yo duermo y duermo y duermo para no pensar
maldito mundo
vivir para pagar por el pecado de amarte
maldita tu
sueltame

te digo que vida no tengo
y es por tu culpa
las noches igual que los días
de soledad
oh dio mio
ayúdame para matar este amor
que está en mi corazón
bendito dio sálvame

solo caminando en el camino de este mundo
y no tengo más fuerza para luchar
pensaba que amarte fue el remedio del dolor
pero el dolor se hizo grande más y más
te dejo para siempre vida mia no te olvides
que soy hombre que existe para ti
y el cante de mi vida te regalo para siempre
hasta que llegue el día del morir

Tá, vocês podem argumentar que a letra a torna uma excelente trilha sonora para um suícidio, vá lá. Podem até achar um tanto brega.
E "amar" não é a palavra sobre o que eu sinto com isso. A questão é que faz parte de mim. Com um tanto de sangue cigano e uma grande possibilidade de outra de sefardi, talvez possamos culpar a genética.
Quando o ritmo da música acelera e o cajonero começa a se enlouquecer, meu coração sai pela boca, fica orbitando alguns minutos em torno do corpo pra só voltar depois...

É, sou louca e acho que não tenho cura, não. Nem quero.

Sensações, pensamentos e o que eu ando fazendo esse tempo todo

Então, pessoas, tudo bem com vocês? Sei que nem ando postando aqui na velocidade que gostariam, mas a vida tem me exigido muito. Isso quer dizer que muitas vezes não posto porque tô na correria. Outras, porque não tenho conexão como deveria. Outras, porque estou sentindo coisas, literalmente, impublicáveis. E não sei fingir o que não sinto, nem fingir não sentir o que sinto - e Deus sabe o que isso me custa, ás vezes!

Entre as muitas coisas legais que simplesmente surgem porque está na hora delas, devo informar que o Tarot voltou di cum força para minha vida - como já havia sido anunciado.
Vejam vocês como são essas coisas, se é normal: fui convidada para participar de um curso que está sendo ministrado, nada mais, nada menos, no 3o. andar do prédio onde eu moro! Achei muita areia pro caminhão da pessoa, mas não ligue ainda! O professor é incrível, a turma é mara, o custo é ridiculamente baixo e ainda adquiri um jogo lindíssimo, da amiga Lucy, por um preço hilário (que ainda assim tive que jogar pra março, ô pobreza). Apesar de ser de "segunda mão", ele jamais havia sido usado e eu simplesmente estou tendo uma história de amor com os arcanos.
Pros interessados, é um Tarot de Thot, de Aleister Crowley, que tem arcanos belíssimos como o da ilustração aí embaixo.



Tem detalhes que não dá para entrar num blog tão público, mas posso garantir que está sendo uma experiência fortíssima.

E hoje era sábado, non? E agora eu moro em Nóia, pertim da Casa Z e sábado é dia de dançar.
Dona Sayonara, que sabe que não pode apanhar porque está grávida, mostrou-se particularmente endiabrada hoje.
Deu uma aula inteira de vivência, com lamentos. Sim, você ouviu bem, eu disse LA - MEN - TOS!!! Começou com música sefardi e se enveredou pelas flamencas. Aqueles amores doídos todos. E nada de técnica, só vivência.
Tipo assim, nega: tira o coração pra fora, lava, esfrega mais, isso, agora enxágua, torce e bota no peito de novo. Comecei chorando na primeira música e segui arrepiada até a última. Não pensem que essa brincadeirinha de dança cigana + auto-conhecimento é mole, não, senhoras.
E depois, não estivesse já bastante mexido meu coraçãozinho, teve aula de flamenco! Peraí, isso merece um subtítulo.

F L A M E N C O !!!





Eu quero fazer flamenco desde... nem sei dizer. A música flamenca sempre mexeu com o mais profundo dos meus nervos, desde que me conheço por gente. A garganta que seca, o peito que se aperta, o corpo que quer seguir os ritmos sozinho mas o cérebro não sabe como. Até por gostar TANTO, adiei o quanto pude. Tinha medo daquela dor toda. Achava que era dor demais para se viver no palco. Até me conhecer o suficiente para saber que vivia aquela dor no cotidiano e que era tudo aquilo, fibra por fibra.
Por outro lado, por um longo período tive conhecidos no flamenco (alguns profissionais, consagrados e buzuzu) que tinham uma postura tão pedante e nojenta sobre a dança deles, que fiquei desestimulada por muito tempo. Claro, eles estavam sempre comparando com a "loucura sem técnica" da dança árabe. Eu tinha a impressão que por mais que estudasse, por mais que eu me embrenhasse naquilo, meu conhecimento e minha dança estariam sempre muito aquém de seus narizinhos empinados. Hoje em dia mando tudo isso à merda, me dou o direito de encarar esse negócio e a tentar dançar exatamente como uma gitana, a mi manera.

Mas aí o tempo foi passando, escola era difícil, dinheiro era difícil. E me restava ainda o medo de estourar os joelhos com a combinação de corpo pesado + sapateado.
Mas aí eu vi o Paulo Marcelino dançando numa festa da Casa Z. Ele não é nada longilíneo, está bem fora do esteriótipo de "bailarino espanhol", mas tem uma precisão e atitude ao dançar impressionantes. E seus dois joelhos parecem ir muito bem, obrigada!

Foram várias conversas, a mudança pra Novo Hamburgo e outros arranjos. Mas o dia chegou! Minha primeira aula de flamenco!
Amei cada segundo, copiosamente, não tenho o menor pudor em dizer. Não é fácil, mas é menos difícil do que eu pensava. Quer dizer, se fosse há cinco anos atrás, eu não seguiria. Mas meu corpo foi bem educado nesse tempo e dá para enfrentar outra disciplina e outro código corporal, sim.
Para vocês terem idéia da fissura da pessoa: eu já os encomendei, mas meus sapatos ainda não chegaram (a pessoa calça 39 e não tinha no estoque, nhé). Mas eu precisava de sapatos... então fiz a aula com um par emprestado da melhor companhia de aula de dança desse mundo, Carol Klipel. Só que a Carol calça 37!>< Isso mesmo, dois números a menos que eu!
Não vou dizer que não doeu, quando eu pude tirá-los no final da aula foi um prazer inenarrável. Mas isso nem atrapalhou a aula, acreditam? A música me anestesia as dores do corpo!
Fato: foi fantástico. O resto vou contando depois, pois essa é uma jornada que está bem no comecinho, manjo muito pouco. Mas foi mais um daqueles muitos milagres dos quais minha vida está sempre cheia.

terça-feira, fevereiro 08, 2011

Ensaboa

Acabo de lavar, enxaguar, secar, quarar, passar e engomar a alma com uma amiga muito querida.
Uma amiga que tem a estranha peculiaridade de entender minha alma sem muita explicação, de ler além do que os olhos veem. Anjo tão humano. Uma das que ficou, do expurgo de 2010. E ficará para sempre, porque vem de muito antes e vai muito além.
Fico culpada, sempre com a sensação que ofereço muito menos que a enormidade que ela me concede.
Esse post é só pra te dizer, moça, que a vida fica mais leve com você por perto. Sempre.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

De cara com o espelho

É, tá tudo ótimo.
No fim de semana vieram muitos amigos, queridos amigos. Por muitos anos eu esperei para recebê-los assim. Foi, por assim dizer, feliz.
Mas quando eles se vão e a casa fica vazia, sou eu comigo no espelho.

Não que eu não esteja feliz aqui. Eu até aprendi a lidar com as crises diárias da minha mãe, quase sem me afetar profundamente. Quase. (Só começar a escrever isso para ela entrar aqui me acusando de coisas que eu não poderia fazer nem se quisesse. Ok. Para não perder o hábito.)

Mas, enfim, está tudo sob controle. A única coisa ruim é que eu ainda sinto falta. Que eu tento e me esforço mais ainda não alcancei sozinha essa plenitude e essa solitude atrás da qual me mandam. Como se faltasse um pedacinho dentro de mim, de contornos muito nítidos.



Um dia eu aprendo. Aprendo sim.
Se não for apenas da natureza humana - e eu sei que não posso ir além dela. Mas se pedem... talvez não seja.

sábado, fevereiro 05, 2011

Hummus da Lala Samara - atendendo a pedidos

Então, fazer hummus não é nada difícil, só um pouquinho demorado. Pra mim, que sou meio artesã, mas dá pra facilitar. Bora lá, ingredientes primeiro:

- 1 copo de grão de bico
- 1 cebola picadinha
- 2 dentes de alhos picadinhos (ou duas colherzinhas de café beem cheias do pré-picado)
- sumo de dois limões
- 3 colheres bem felizes de azeite de oliva
- 2 colheres (ao gosto do freguês) de tahine
- 1 col. de pimenta síria (não consta da receita original, mas eu gosto)

Bão, eu não gosto de panela de pressão, então deixo o grão de bico de molho da noite para o dia na água quente. Depois cozinha até ficar bem macio - quem usa panela de pressão vai reduzir o tempo de molho e de cozimento. Tempo que não sei qual é, vou experimentando, porque depende muito da "idade" do grão.
Deixa esfriar bem. Aí é a parte japa do meu hummus. Eu descasco toooodo o grão de bico. Tipo, um por um. Não é tão complicado quanto parece. Mas porque eu faço isso?
Porque eu gosto do meu hummus mais encorpado, então bato o grão no liquidificador com o mínimo de água possível - fica impossível passar na peneira depois, portanto. E, se deixar a casca, compromete. Se pegar em duas falando besteira é até divertido.
Bom, então você vai bater o grão descascado e bem cozido no liquidificador (ou processador, se sua cozinha for mais tecnológica que a minha) e quando não ver mais os grãos, adiciona os demais ingredientes e bate.
A parte chata "dois" é que - talvez não aconteça em liquidificadores mais potentes, mas no meu é batata - o liquidificador não dá conta de tudo ao mesmo tempo, aí tem que ser feito por partes no melhor estilo Jack, o estripador.
Mistura tudo bem, prova pra acertar o sal e o tahine e voilá! Hummus para quatro pessoas famintas! Demora um pouquinho, tem umas partes chatinhas, mas de difícil não tem nada! E vale MUITO a pena.
Qualquer dúvida, use os comments! ^_^

sexta-feira, janeiro 28, 2011

Individuação

Repita em voz alta, Samara:

"Sim, sua Lua é em Libra, mas você tem Sol na Casa 1. Portanto, seu movimento é EU PARA O OUTRO e não EU PERDIDA NO OUTRO."

Essa lição preciosa eu aprendi em 2003, com a Wanda, uma das mais fantásticas astrólogas que essa Terra já teve. Mas tenho uma dificuldade incrivel de assimilar.
Quando uma pessoa cativa meu sentimento, tenho uma facilidade desmedida para me despir do meu mundo e entrar no dela sem defesas, me embrigando sem restrições da personalidade do outro.
Isso não quer dizer que eu tenha personalidade fraca ou gênio fácil, muito antes pelo contrário. Mas é que a intensidade que me é natural me provoca um desejo quase irrefreável de fusão. Que, se eu bobear, termina em confusão.

Mas eu já sei as lições. Só preciso respirar fundo e separar as coisas. e não me dissociar do meu próprio mundo que amo tanto. Não renunciar à felicidade por mim mesma que já conquistei.

Indubitavelmente, nossa luta mais ferrenha é com a gente mesma. Sempre.

terça-feira, janeiro 25, 2011

Amigos e um canto todo meu

Amados. Escrevo do meu quarto, do meu computador. A conexão ainda é roubada, mas esse post não podia esperar mais.

Estou totalmente enamorada da minha casa nova, onde tudo está, dentro de meus poucos recursos, arrumado como eu gosto. Meus ursos de pelúcia, cinco anos depois, estão limpos e sobre minha cama novamente - sim, tenho quase 40 e ursos de pelucia, e dai?, todos presentes tardios. Minhas roupas todas, o que me restou de acessórios de dança, meus cristais. Estão todos perto de mim e eu sei exatamente aonde. Essa casa tem janelas amplas, entra luz o dia todo. E é no nono andar - eu sempre quis morar no alto.
Sei que para a maior parte das pessoas normais, tudo isso é banal. Para mim, não. Por motivos que não cabem aqui, esperei muitos, muitos anos por isso. MUITOS.

Estou realizando sonhos. Tenho lugar para estudar, trabalhar e o que vier.
Tenho uma casa para esperar o cumprimento do meu destino.


Sábado recebi amigos muito queridos: Carlinha e seu doce Brilha, Fernanda Zahira. Todo mundo cachaceiro de dança como eu gosto. Fiz kibe assado e mjadra. Comemos, conversamos até altas. Delicia.
Dia seguinte eu e Fer fomos encontrar e matar saudades do nosso querido Rafa "Souq" e sua Vanessa, a bela desencanada (Gêmeos em Gêmeos, né? Pudera). Ficamos até tarde também e foi muito divertido.
Hoje mais um grupo de amigos, recebidos a pão integral, bolinho de milho, rocambole e muito chá cigano.
Meu coraçào de lua em casa 4 está pleno.