sexta-feira, março 04, 2011

Coisas que não se pode lutar contra / Coisas que não pode viver sem




Não se pode lutar contra o fato de se estar afastada de um de seus amigos mais íntimos num momento em que você precisa muito de amigos.
Não se pode lutar quando se reconhece uma pessoa no meio de tantas outras e se forma um vínculo intenso com ela - completamente dissociado da paixão romântica e suas armadilhas.
Também não se pode lutar quando esse vínculo se desfaz (tão cedo!) porque é hora e porque sim. Mesmo que isso te traga lembranças muito remotas e te encha de uma dor insustentável de luto que ninguém pode explicar.
Não se pode lutar contra o fato de que, da mesma maneira com que se reconhece afetos, alguns desafetos te reconhecem e agem de artimanhas e má fé contra você. Gastando uma energia inacreditável, jurando que, sim, dessa vez te derrubam com a cara no chão. Você, que não se lembra de ter feito nada, absolutamente, contra elas. Mas fez, fez sim, em algum momento perdido tempo.

Não se pode viver sem ter no centro o que realmente está no Centro.
Não se pode viver sem a proteção de pessoas que já não tem corpo físico para te abraçar, mas que continuam te amando e velando por você, de onde quer estejam.
Não se pode viver sem gente do bem que te cura, te dá palavras de incentivo, te orienta quando você caminha pelos penhascos de estreitas bordas da tormenta e da dúvida.
Não se pode viver sem gente honesta e de vibração elevada, que compra uma briga em seu nome sem ganhar absolutamente nada com isso. Talvez retribuindo alguma lealdade muito distante no tempo.
Não se pode viver sem o afeto que se mantém, mesmo quando as circunstâncias separam pessoas que realmente se estimam.

Nas últimas semanas, eu atravessei mais batalhas do que já se viu em guerras inteiras. Cicatrizes são inevitáveis. Mas cá estou eu.

Para algumas pessoas, reencarnação é uma superstição. Para outras, um conceito. Para uns, é uma crença. Para mim, são as leis que regem os acontecimentos da minha vida cotidiana. Por uma vida inteira.

Um comentário:

Rubi disse...

Samara, identificação imediata com teu texto. Me sinto assim sempre. Queria ter escrito este texto, porque expressa suscintamente o que sinto e nem sei como por pra fora. Força sempre!!
Beijos