sábado, janeiro 24, 2009

Crespúsculo - um post livremente causado por Ket

Estava no shopping com esposo, assim, meio a esmo. Estava passando "Crepúsculo". Não li nenhum dos dois milhões de livros da série porque atualmente ando sem tempo até para ler blogs, mas lembrei do tanto que a Ket falou desse negócio. Sempre parto do pressuposto de que coisas que apaixonam pessoas inteligentes, por mais que fujam do meu estilo, não podem ser ruins. Resultado: puxei o moço pela mão e entrei no cinema.
Apesar do tema beeeem batido, é uma história muito bem contada, mesmo no cinema. Acho que a escolha do elenco foi particularmente feliz. Mas não fazer resenha, não, vou deixar isso para quem leu mil vezes o livro e decorou o filme. Eu queria falar de um negócio que me intrigou.
Acabei me apaixonando pelo belo vampirinho antes do tempo regulamentar. Aí me encucou o que faria uma mulher de 36 anos suspirar por um ser virtual de eternos 17. Não, não era a adolescente "que mora dentro de mim". Era a mulher mesmo. Aí, puxei pela memória. Já tinha me sentido assim em relação a um homem uma vez. Uma única vez. Então caiu a ficha.
Edward é protetor. Profundamente protetor. Protege Bella dela mesma. Chega a ser invasivamente protetor: usa seus poderes para entrar no quarto dela e observá-la no sono. Preocupa-se, enfim, mais com ele do que com ela mesma.
Talvez para algumas mulheres isso seja um caso de possessividade profunda, digno de advertência de alguma DDM. Mas, eu, pelo menos, confesso: é meu maior sonho de consumo emocional. O que leva uma mulher maior de idade, vacinada, estabilizada e independente querer tanto um superpai protetor do lado (ok, eu confesso, meu pai era um e eu sou uma super Electra assumida) eu não sei dizer.
Mas levando em conta o sucesso do filme, não devo ser a única.

segunda-feira, janeiro 19, 2009

Exposição

Tenho uma apresentação para participar em breve. Vou fazer um baladi básico, de 3 minutos. Apesar que o básico nem sempre é o mais fácil. Bom se é fácil ou se não é, não vem ao caso. O caso é que eu quero estar lá mas não quero.
Para mim dançar é expor. Se não expor, fica uma merda. Expõe inconscientemente, de qualquer jeito. Expõe o lado feio.
Só que tem um movimento muito forte dentro de mim querendo um casulo. Querendo reclusão, querendo colo. Por um tempo, não pra sempre. Mas o tempo é agora. Espero que isso passe logo e eu possa deixar aflorar à tona, em tempo hábil, a mocinha baladi que mora dentro de mim.
Mas o mundo me parece tão áspero certas épocas... Áspero demais para ela.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

Amigos muito especiais

Eu tenho muitos amigos, muito queridos e que amo muito. Mas por uma série de fatores, devo confessar que nenhuma turma é igual a dos rapazes que eu conheci fazendo Jornalismo na USP na década de 90. Não são muitas as pessoas que você leva por 17 anos, através dos altos e baixos da vida, e continua falando a mesma língua.
Ontem, umas dez da noite, eu estava em casa, arrumando a mala da minha mãe que volta depois de passar as Festas comigo, quando toca o celular. Estranhei um pouco e fui atender. Era W.
Aí eu fiquei preocupada. Por uma série de motivos que não cabe contar aqui, ele nunca me liga fora do horário comercial. Quando atendi, tomei um susto. Não era a voz dele. Em segundos pensei em acidente, sequestro, tudo de ruim. Mas em pouco tempo reconheci a voz . Era o R., meu grande amigo da mesma época, numa grande explosão de afetividade.
"Eu tô aqui com o W., estamos bebendo desde as duas da tarde, aí eu resolvi pegar o celular desse grande filho da puta e fazer ele ligar para os amigos, porque ele é um filho da puta que não liga para os amigos e só pensa em trabalho! Como você está? Você está bem?"
"Sim, estou bem. Com muitas saudades!"
"Eu também tô com saudades. Quando você vem para São Paulo?"
Aí eu passei um longo tempo explicando meu plano A, meu plano B e meu plano C para os próximos meses, de acordo com previsões que ainda não se efetivaram. Falamos mais, sobre família (na medida do possível, já que a minha estava bem ao meu ladinho e eu estava sóbria), sobre sermos os mais especiais uns para os outros, sobre amizade que não morre nunca, mais muitos eu te amos e estou com saudade.
Aí ele passou o telefone para o W. Se R. estava bêbado, W. estava na debruçado na borda do coma alcóolico. A língua mole na boca dificultava a dicção. Começou um "Sá, como é que ce tá?" Depois fiquei sabendo que o cretino acabara de ganhar mais uma filha, detalhe que ele simplesmente "esqueceu" de me contar esses meses todos! Homens! E falamos, falamos, falamos. Oitenta e cinco "estou com saudades" e "eu te amo". E um milhão, trezentos e trinta e quatro mil, quinhentos e sessenta e dois "quando você vem para São Paulo?" Eu respondia, respondia, mas ele esquecia e perguntava outra vez, numa ciranda sem fim. Bêbado é foda. ^^
Pedi para ele passar o telefone para o R., que estava um pouco menos pior, para pedir para que ele não deixasse o W. pegar o carro, sob nenhum pretexto. Foi aí que percebi que ele estava mais torto do que eu pensava. Ele ria, ria, ria, falava bobagem e terminou perguntando... adivinhem! "Quando você vem para São Paulo?"
Eu posso ser muito tola, mas receber ligações non sense como essa me deixam loucamente apaixonada pelos meus amigos e muito, muito orgulhosa de ser amiga de gente assim.