quarta-feira, dezembro 22, 2010

Repensando 2010 - parte II

Então, esse foi o ano em que eu mergulhei fundo. Em mim mesma. Mas ainda não cheguei no fundo.
Meu grande objetivo esse ano foi completar a grande metamorfose - transformar-me plenamente em mim mesma. Dei um bom start, mas tô longe de terminar. Porque foram muitos, muitos anos de uma vida longa tão enredada e imiscuida no outro.
E quando falo outro, não tô falando do ex, não, embora ele esteja na lista. Estou falando de todas as outras pessoas na minha vida cuja opinião eu sempre levei mais a sério que a minha própria. Que eu sempre escolhi cuidar antes de mim. Para quem eu sempre dei mais importância.
Não, a culpa não é de nenhum deles, mas do meu próprio estabelecimento de prioridades (ok, minha educação excessivamente cristã, cheia de culpa e de noções de utilidade no mundo não ajudou muito, mas não dá pra passar o resto da vida culpando minha mãe por tudo - até porque ela me deu o melhor que ela tinha).

Esse ano minha espiritualidade aflorou de forma inédita. Eu sempre fui uma pessoa que acreditou nas coisas, que estudou. Mas esse ano as coisas se tornaram sangue e carne e as causas das coisas todas se aclararam. Porque quando você vai a um lugar para pagar dívidas em sequência, di cum força e quase que incessantemente, entender o que se está fazendo ajuda horrores.

Estou, a cada dia, aprendendo a guiar minha vida por minhas próprias idéias. Durante muitos, muitos anos, deixei que me mandassem fazer, que decidissem por mim, que tomassem minhas decisões. E, às vezes, ainda deixo. Mas tá melhorando. Uma coisa de cada vez.
Esse ano dispensei tempo, dinheiro e energia inéditos para mim mesma. Dancei muito, fiz várias vivências e terapias, mapa astral e revolução, estudei astrologia. Fui até São Paulo ver o Tito Seif, segui com as aulas de percussão apesar do tempo ínfimo pra estudar.
Com tudo isso, consegui manter o desempenho necessário no Mestrado. Apesar. Enfim.
Foi um bom ano. Não foi um ano fácil. Não foi um ano relaxado. Mas foi bom.

Seja lá quem eu for - achei que já sabia isso, mas concluí que ainda falta muito - sou muito mais eu do que na mesma época do ano passado.
Eu sei que nunca estive e que nunca mais estarei sozinha. Eu sei do que eu dou conta. Eu sei que tenho habilidades que podem gerar grana, sim. Eu estou bem satisfeita com meu corpo, padrões à merda. Eu estou ciente da minha própria ética. Eu sei que tenho miolos. Eu sei que respeito a arte que faço, por mais amadora que eu seja. Eu sei que dou conta, que tenho muita força, muito centramento. Que tenho opiniões e não preciso da autorização de ninguém para expressá-las - ainda que tenha meu limite na mágoa e frustração alheias.
Sei que amo inteiro e de verdade. Inclusive a mim mesma.
Sei que tenho muitos defeitos e que erro muito - mas não tenho preguiça de me consertar. Sei que fui criada mergulhada no medo, mas, por mais medos que tenha, tenho um arsenal de coragem gigante dentro de mim.
E sei que quero mais e melhor. E vou atrás de tudo isso.

Desejo a todos vocês um 2011 cheio de auto-consciência, de amor próprio - para que possam amar aos outros, de respeito por si mesmos - para que possam respeitar o mundo, de limites - para que não se firam, de superações - para ir além. Desejo um ano de clareza espiritual, discernimento e decisões acertadas. De força e coragem. De doçura e alegria também - sempre bem fundamentadas.

Que venha 2011!

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