segunda-feira, dezembro 27, 2010

Natal acidental numa casa não muito ocidental e nada convencional

Nessa casa, o dia começa com as orações. Aos deuses principais em português e japonês e à Santa Sara também.
Desjejum. Mamãe prefere o bom e velho café com leite quentinho, eu vou de leite gelado com flocos de milho, aveia e mel. Se não tiver aveia no meu leite parece que não comi nada de manhã – e pensar que até dois meses e pouco atrás eu não tinha MESMO o hábito de comer quando acordava. Acompanhamos com pão integral caseiro, feito pelo ex esses dias.
Mando torpedos de fim de ano para todos os amigos que não acessam internet com freqüência. Logo chegam as primeiras respostas carinhosas. Amo meus amigos.
Vou ate a casa do ex, onde tem conexão, dar alô pro povo via Orkut e Facebook. Mensagem especial para minha famíia cigana, que mudou toda minha vida nesse ano que se vai. Deixo minhas mensagens, bato papo aqui e ali enquanto ele arruma coragem para acordar.
Saímos, passamos no mercadinho para comprar algumas coisas para a ceia mais improvisada e barata que já se teve noticia (com direito ao muxoxinho libriano básico para comemorar as datas estabelecidas) e vamos pro almoço tardio de feriado.
Não posso deixar de pensar que minha cozinha é o que mais me define. Fiz um macarrãozinho (massa uruguaia deliciosa) com refogadinho de tomate com alho e muuuuuito azeite de oliva (faz parte do sangue da pessoa) e uns temperinhos daqui e dali. Acompanhei com um franguinho assado numa crosta de alho, cebola, sal, pimenta síria e zathar – delicia. Litros de refrigerante zero. Sim, suco de frutas seria melhor, mas estamos sem liquidificador e sem a menor disposição para enfrentar frutas no muque com esse calor senegalesco. Álcool? Nessa casa não, obrigada, ainda mais com os quase 40º rondando. A sobremesa foi melancia gelada.

No improviso, a carne da ceia vai ser frango de novo. Mas aí temperado com mostarda, mel, pimenta e um pouco de shoyu. Saladão com beterraba, batata doce, batata inglesa e alface (a combinação insólita foi o que se pode arrumar no mercadito do lado de casa, recomendações da acupunturista Sayo para o fígado de mamys – o mercadão tem fila, preços absurdos e mau humor) com aveia, linhaça e molho japonês da professora Meiko Shimon: shoyu, mel e vinagre. Ex ficou de fazer o mais legitimo spatzle alemão com queijo de carboidrato acompanhante. Uva e banana pra adoçar.

Preparamos uma vela branca para agradecer pelo advento da religião cristã neste mundo e uma azul pra Santa Sara, que também é profundamente cristã e não nos desampara nunca.

Amanhã se visita o lado mais germânico dessa família sem vínculos legais e se come frutas secas, panetone, stollen, essas coisas mais comuns que as pessoas fazem no Natal... Só não se ouve Simone... ^___^

(24/dez/2010)

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