sábado, maio 23, 2009

Raqsa louca na pista e outras permissões

Bom, ou a noite de Porto Alegre anda meio chocha ou eu ando definitivamente sem sorte. Semana passada eu saí com uma colega e foi fraquíssimo.
Ontem saí com outra amiga, teoricamente mais versada na noite. Fomos pra João Alfredo e peregrinamos, ela me guiando. Talvez parte da culpa seja minha, mas uma certa agorafobia contagiosa contraída no início dos vinte anos me fez correr dos lugares socados com filas hiperbólicas.
Então acabamos indo pro Cabo Horn, onde a música que vinha era boa e dava pra entrar sem socar ninguém no caminho. Entramos. Subimos, descemos. Havia pessoas, mas não havia pessoas, entende? Enfim. Agora já tinhamos entrado e o jeito era se divertir como possível.
Começamos com umas caipirinhas para calibrar (Grifo, senti muita saudade da sua caipira estado da arte e por motivos nada afetivos) e dá-lhe dançar.
Justiça seja feita, a seleção musical era bem legal (tocou Unbeliveable do EMF e Groove is in the Heart ,do Dee Lite, clássicos dos 90’s que já me fazem dar três estrelas obrigatórias pra qualquer DJ), mas a pista estava um bocado vazia.
Olhei prum lado, olhei pro outro... quer saber? Tecla * fuck off * ativada. Comecei a dançar feito uma louca, como se não tivesse mais ninguém no mundo, muito menos na pista. Como só uma bellynerd pode curtir um repertório pop. Fiz deslocamentos, batidas, tremidos. Dancei um soul inteiro só com oito e ondulações. Tirei um reggae na base do camelo. Cara, até mão eu fiz. Se alguém viu e achou estranho? Eu com isso! Suei, liberei, me diverti. Se a noite não tá boa, eu me divirto sozinha. E tenho dito.
Isso pode parecer óbvio para você que lê este texto, mas para uma menina que passou boa parte da juventude dançando a passo miudinho porque se achava grande e desajeitada, não deixa de ser uma grande conquista no terreno das auto-permissões. O que me lembra outra coisa.

Hoje fui ver Star Trek. E me diverti horrores. Gostei particulamente da versão absolutamente carismática do Checov e da luta de espada samurai do sr. Sulu (apesar do ator não ter origem niponica...), que fez minha porção japonesa (atualmente tratada a tapa) delirar na cadeira do cinema (embora ele devesse ter decapitado um dos oponentes pra ficar perfeita).
Trivial pra você? Não pra mim que passei a juventude inteira só vendo filmes de arte (franceses, alemães, russos, italianos, americanos só os alternativos), filmes históricos e documentários. Bocejava a qualquer coisa feita em grande estúdio e dormia em filmes de ação.
Ainda gosto dos meus filmes esquisitos. Mas ME PERMITO gostar também do que me dê na telha. De coisas apenas divertidas, não só do que me obrigue a pensar. Não preciso mais provar que sou capaz de.
Tem quem ache minha idade demasiada. Eu considero que estou na minha melhor fase. Sinto-me cada vez mais eu mesma, cada vez mais a vontade dentro da minha casca, me divirto cada vez mais e melhor.
E, na real, isso é muito bom.

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