Ela não dança mais. Ela parou n o t e m p o.
Ela não mais rodopia, não mais tremula, não mais ondula, não mais faz do seu corpo a expressão da sua alma.
Não mais os véus transparentes, não mais.
Não mais o farfalhar frenético das saias nos giros.
Não mais sua pele branca se dobrando e desdobrando ao som dos derbaques.
Não mais os dedos ágeis nos snujs, nem o som simpático do daff.
Ela não dança mais. Ela foi paralisada.
Descobriu-se imóvel sob o peso emocional de milhares de canções, que ela tanto amava. Que a faziam dançar chorando. E hoje assistem, suspensas no ar como as canções eternas sabem ficar, as lágrimas que rolam, único elemento em movimento num corpo estático.
5 comentários:
Que triste.
Mas por que será que ela não dança mais?
Se a música não consegue mais tocá-la como antes, devemos então trocar o músico.
Saudade de um conto...
Minha esperança é que, um dia, ela faz as pazes com a dança...
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