quarta-feira, novembro 26, 2008

Al Nur 2008 - Bento Gonçalves (RS)

UPDATE: AS FOTOS ESTÃO AQUI!

São tantas coisas a contar. Por onde começar, meu Deus?
"Roubaram meu F100 (cante-se "efetchento", que é como a italianada daqui pronuncia), non posso mais vortá pra Bento..." Bom, nada a ver, na verdade essa é só a musiquinha infame de que eu me lembrei quando decidi que faria a viagem.
Vou resumir a história, que foi uma novela. Não consegui hospedagem gratuita, nem carona, nem nada parecido, como aconteceria se eu me dispusesse a fazer show e workshop em qualquer outro lugar do Brasil que fique de São Paulo pra cima. Tive que ir por minha conta (pequena por sinal) e risco. Mas fui assim mesmo. Encasquetei que tinha que ver o solo da Ket. Ao vivo. Porque, afinal, Bento fica a apenas 2h daqui. Fui.
Também não contarei as peripécias de viagem, alojamento e de como é difícil achar uma manicure num sábado a tarde em cidade do interior (povo de lá que me perdoe, vocês são umas fofas, mas morro de amores por interior, não), sem agendamento prévio. Enfim, vamos ao show que interessa mais.

O SHOW

Tinha um número estupendamente grande de pessoas para as minhas expectativas. Fiquei feliz. Se aquilo tudo é família de bailarina, as famílias em Bento são gigantes. Clima bem legal.
O show começa com um baladi muito correto de Michele Pletsch. Em seguida veio a coreo de saidi campeã do Bento em Dança desse ano. Uma coreografia simples, mas forte. É a primeira vez que vejo Ket dançar e o olhar dela me captura de cara. Outra coisa que é muito gostosa de ver é como elas gostam de dançar umas com as outras.
Sinto falta dessa sensação de grupo – que já tive. A única coisa ruim dela é que, quando acaba, muitas pensam em desistir. Eu sou egoísta, sempre dancei muito para mim. Não voltada para mim, mas por motivos pessoais. Nem na pior das crises da vida, consegui parar.
(Digressão, digressão. Voltemos ao show.)
Eu não vou citar coreografia por coreografia porque o show foi enorme. Sério. Foi um dos mais longos show de dança que eu já assisti na minha vida – e foram muito curtos e raros os momentos em que ele ficou enfadonho (coisas de solo, vocês sabem).
Nunca tinha visto tantas coreografias de solo de derbake juntas. Mas não se perdeu a criatividade, nem ficaram chatas. Achei legal.
Khaleege, pandeiro, véus. Tudo muito gostoso, meninas muito empenhadas.
Mas eu tenho que falar. Do solo. Da Ket. Peraí.

O SOLO DA KET

Caraca, o solo da Ket, o solo da Ket, o solo da Ket. Normalmente sou mais fãs de mulheres feitas do que de meninas no palco. Mas a Ket sabia o que estava fazendo lá. Mesmo.
Desde o começo, como sei que ela é muito ligada na parte técnica, temia um surto pirotécnico a la Saida, sem muita emoção. Mas não. Ela pode não ter terminado de amadurecer, mas já é esperta como só as mulheres sabem ser.
O resultado foi um baladi seguro, gostoso, limpo. Criativo, sem deixar de ser raqs sharqi. Bonito que só. E o mais importante para mim: emocionado.
Ket não imita dançarinas maduras no palco. Nem finge ser a menininha que já não é. Ket tem exatamente o charme da sua idade, o frescor que a gente só tem aos 19 anos – e os aproveita integralmente.
Seu solo foi um doce. Tenho medo da palavra. Mas, para mim, o solo de Ket foi perfeito. Teria me enrolado o dobro e viajado o triplo para vê-lo. Se a viagem não valesse por mais nada, teria sido plenamente recomendado pelo solo dessa moça.
Bom, o show teve mais coisas dignas de nota. Na verdade, muitas mais, mas eu vou só nas mais mais mais porque senão ninguém chega ao fim desse post.
Tinha uma dançarina, Rúbia (descobri depois), que roubava totalmente a cena. Além de linda (lembrava minha amiga Cris Gonçalves, principalmente na postura), ela tinha a expressão de diva mais perfeita que eu já vi. E não, a moça não está nos padrões de peso e altura e era uma negra dançando numa cidade de colonização italiana – realização que exige muito peito! Segura, feliz de dançar, serena – e de vez em quando ela nos presenteava com um sorrisinho maroto, coisa mais linda. E além de tudo, dança praca. É tão bom quando uma bailarina me surpreende e encanta assim. Graças a Deus, nem tudo é bizarrice do YouTube nessa vida!

E, claro, não consigo deixar de babar no solo do Tuerlinckx. Eu vejo ele tocar toda santa semana (sou aluna dele), mas não me acostumo com o tanto que a criatura toca. Pior que isso, numa performance, ele fica completamente entregue pro negócio, chega a tocar de olhos fechados. É muito bonito ver uma pessoa entregue à sua arte desse jeito, a gente fica olhando com a respiração suspensa, é quase um transe religioso. Lindo, enfim.

Depois teve pizza e olelê, mas essa parte vou deixar pra Ket contar.^^

Dia seguinte, workshop. A parte de ritmos não chega a ser uma novidade para mim, pois estou estudando ritmos com a Karina e é só o que vemos na aula de derbake. Mas cada profe tem sua interpretação e Michele se mostrou muito afável e segura. "Loco de especial", como diria o pessoal daqui foi a "pincelada" de snujs que o Tuerlinckx deu. Valeu por muitas aulas. É muito diferente ter aula de snuj com um músico e não com uma bailarina (que em geral tem uma noção muito mais limitada e limitante) ou com um dono de casa de chá.

Mais tarde rolou uma desmontagenzinha básica de cenário e voltei pra Porto Alegre. Valeu muito a pena.
(As fotos eu posto assim que religarem a internet lá em casa. Infelizmente, poucas ficaram boas. Primeiro porque eu tava com uma máquina meia boca. Segundo porque vou Ter que tirar o MALA do cinegrafista de TODAS as fotos, porque ele fez o favor de ficar EM PÉ (e olha que ele tinha mais de 1,80m!) no canto direito do palco o tempo todo!><)

Um comentário:

Luana Mello disse...

Aiiii

Quanta informação... Lamento paaacas o Sul ser tão longe. No mapa nem parece esse tanto ;[

Vi as fotos no seu orkut, correndo. Vou voltar pra deixar coments... Mas amei tuuudo!

Beijos