segunda-feira, fevereiro 02, 2009

Grande história de um pequeno baladi

Era algum dia do final de dezembro, quando Daiane me ligou e me convidou para ajudá-la a organizar um show em homenagem a Karina Iman (que pra quem não sabe, estará trabalhando fora do país nos próximos meses deste ano). Eu aceitei na hora, claro.
"E você vai dançar um baladi, lógico!" Lógico, pensei eu. Um baladi. Estrutura clássica. Fácil.

Pelo menos eu acho, pensei eu cinco dias depois.

Festas, aquela coisa. Começamos a nos encontrar em início de janeiro. E se iniciou o martírio. Daiane me deu um CD CHEIO de baladis para escolher um. Tinha com acordeon, com nay, com sax, com rababa. De onze minutos, de sete, de cinco. Fiquei com um baladi bem clássico com acordeon, de reconfortantes três minutos. E saí estudando.

Estudava, estudava e nada. O taksim de um minuto e pouco me parecia infinito e rápido demais. Tinha um monte de batidinhas, rushzinhos e frasezinhas fora do esquema que eu não conseguia decorar. O final eu NUNCA acertava. Comecei a pegar raiva do coitado.

Meu quadril me traía. Tinha jeito dos movimentos saírem limpos não. Eu ainda queria arrumar meus pés e minhas mãos, segundo petição de um moço amigo meu que muito me vale nessas horas, mas meu cérebro não dava conta de tudo.

Aí me veio a primeira grande lição dessa história: não adianta não ter tempo, não adianta não ter lugar. EU PRECISO ESTUDAR MAIS HORAS POR SEMANA. DEFINITIVAMENTE. Espero que leve isso daqui pra diante.
Estudei, estudei, estudei. Até as minhas bundas doerem (pode parecer uma incorreção, mas só uma bailarina do ventre sabe exatamente quantas bundas temos!) e os tendões da minha mão ficarem inchados. Mas a coisa estava tensa.

Ensaio final, com a Daiane e a Zahira. No meio do caminho, descubro que a Dai esqueceu de levar o CD dela, com a música. Eu tinha a música no MP4 e um adaptador, fui lá assim mesmo. Era na Cia de Arte e quando desci do elevador no 8o. andar, não vi o degrauzinho e cataploft! Seria apenas risível se eu não tivesse machucado o ligamento do tornozelo esquerdo na queda. E feio.
Fui andando e a dor foi diminuindo. Achei que era só um susto. Cheguei lá e ninguém tinha cabo pra ligar no som. Saí sem ensaiar, sem nem conseguir mostrar o pouco que eu tinha conseguido montar.
Indo com as meninas pro ponto de ônibus, cheguei à conclusão de que eu não estava pronta e que aquele era um sinal dos céus para eu desistir. A Dai me fez prometer que daria uma chance a ela. E eu dei. Mas certa de que ela desistiria assim que visse minha coreo. E fui pra casa.

Chegando em casa, a grande idéia: o problema era a música. Mudei para uma com derbake e rababa, de cinco minutos. Era um pouco repetitiva, mas me sentia muito à vontade nela. Nem estudei muito. Achei que com aquela música tudo daria certo.
O tornozelo? Passei o sábado e parte do domingo de tornozeleira, mas, graças às Musas, ele está praticamente perfeito.

Domingo, a Dai me raptou e me levou para a sala onde ela dá aula, em Esteio. Por A mais B ela me provou que aquela música não era a adequada para o show, por não ter estrutura tradicional. E que ia ser mais fácil corrigir a primeira do que reestudar toda a segunda (tinhamos apenas quatro dias para a apresentação. )
E foi o que fizemos.
Das 19h30 às 22h30. Sem grandes pausas. E aí eu aprendi duas coisas. Que além de uma grande professora, a Dai é uma tremenda amiga. E que, definitivamente, inspiração não substitui trabalho duro. (Mas ainda apresento aquela com rababa, ah, se não!)

Resultado final (para encurtar a história, que ainda conta com algumas pequenas peripécias): o baladi foi apresentado, sem erros coreográficos, no tempo certo. Com muito emoção e braços horrendos - eu tenho a maldita tendência de esquecer deles quando me emociono...>< E com umas expressões inadequadas e ridículas, vez em quando. (O resultado está uploadando no YouTube, enquanto escrevo esse post.) Bora corrigir pra próxima. Com um pouco mais de tempo dessa vez, espero.
Mas tenho também que dizer que as meninas estavam todas lindas. (Também estarão no YouTube, vocês vão poder ver.) E foi muito legal fazer esse trabalho em equipe. E oferecer para a Karina, que nos ofereceu tanto. Fiquei orgulhosa, apesar dos braços bisonhos.

4 comentários:

Anônimo disse...

Ai, quero veeeer!!! Tenho certeza de que foi lindo, porque você ama o baladi e porque você ama a dança. Difícil sair ruim com esses fatores aí em cima.
Minha tendência, quando não sai nada, é mudar a música. Mas talvez seja mesmo uma boa idéia insistir.

Lory Moreira disse...

Quero ver!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Anônimo disse...

Puxa menina, que aventura.
E o mais legal de tudo isso é quando a gente dança e passam flashes de tudo que passamos pra chegar nessa bendita apresentação.. rs. Não há emoção que resista.

E ai já carregou no iutúbi??? Cadêeee???

Beijocas :D

Anônimo disse...

Eu aprendi lição parecida ano passado com o meu...relegar pra deposi sempre dá problema!!

Tooo ansiosa pra veeer, posta!!!
bjos