sábado, agosto 26, 2006

Asas invisíveis

Então ela descobrira, depois de um tempo enorme, que o segredo de toda força possível que, é verdade, não é muita para nenhum de nós, mas enfim, é a força possível, era não prender. Não se preocupar, não tentar dominar, não tentar controlar. Não controlar o erro, a falha, a perda, a dor, o ódio. Deixá-los irem e virem como foram feitos.
E ela passou a andar solta pela cidade e a sentir de outra forma a cor do céu e o cheiro das ruas e as pessoas todas. Porque não precisava mais controlá-los com adjetivos como "fantástico", "tristonho", "delicioso", "nojento", "simpáticos"... Ela apenas os sentia como eram sem tentar classificá-los. Essa experiência libertava tanto, dava tanto prazer mesmo quando causava desconforto que foi se tornando um vício.
Quando se deu conta, cada um de seus passeios se assemelhava a um pequeno vôo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Enfim alguém escreveu sobre essa sensação de liberdade sem a hipocrisia de que só há coisas boas quando afinal se aprende a não controlar e sentir, é ótimo ,libertador sim ,mas por não vivermos em um mundo livre essa sensação tbm nos isola .Adorei a vaerdade das suas palavras, parabéns.