domingo, fevereiro 13, 2011

Sensações, pensamentos e o que eu ando fazendo esse tempo todo

Então, pessoas, tudo bem com vocês? Sei que nem ando postando aqui na velocidade que gostariam, mas a vida tem me exigido muito. Isso quer dizer que muitas vezes não posto porque tô na correria. Outras, porque não tenho conexão como deveria. Outras, porque estou sentindo coisas, literalmente, impublicáveis. E não sei fingir o que não sinto, nem fingir não sentir o que sinto - e Deus sabe o que isso me custa, ás vezes!

Entre as muitas coisas legais que simplesmente surgem porque está na hora delas, devo informar que o Tarot voltou di cum força para minha vida - como já havia sido anunciado.
Vejam vocês como são essas coisas, se é normal: fui convidada para participar de um curso que está sendo ministrado, nada mais, nada menos, no 3o. andar do prédio onde eu moro! Achei muita areia pro caminhão da pessoa, mas não ligue ainda! O professor é incrível, a turma é mara, o custo é ridiculamente baixo e ainda adquiri um jogo lindíssimo, da amiga Lucy, por um preço hilário (que ainda assim tive que jogar pra março, ô pobreza). Apesar de ser de "segunda mão", ele jamais havia sido usado e eu simplesmente estou tendo uma história de amor com os arcanos.
Pros interessados, é um Tarot de Thot, de Aleister Crowley, que tem arcanos belíssimos como o da ilustração aí embaixo.



Tem detalhes que não dá para entrar num blog tão público, mas posso garantir que está sendo uma experiência fortíssima.

E hoje era sábado, non? E agora eu moro em Nóia, pertim da Casa Z e sábado é dia de dançar.
Dona Sayonara, que sabe que não pode apanhar porque está grávida, mostrou-se particularmente endiabrada hoje.
Deu uma aula inteira de vivência, com lamentos. Sim, você ouviu bem, eu disse LA - MEN - TOS!!! Começou com música sefardi e se enveredou pelas flamencas. Aqueles amores doídos todos. E nada de técnica, só vivência.
Tipo assim, nega: tira o coração pra fora, lava, esfrega mais, isso, agora enxágua, torce e bota no peito de novo. Comecei chorando na primeira música e segui arrepiada até a última. Não pensem que essa brincadeirinha de dança cigana + auto-conhecimento é mole, não, senhoras.
E depois, não estivesse já bastante mexido meu coraçãozinho, teve aula de flamenco! Peraí, isso merece um subtítulo.

F L A M E N C O !!!





Eu quero fazer flamenco desde... nem sei dizer. A música flamenca sempre mexeu com o mais profundo dos meus nervos, desde que me conheço por gente. A garganta que seca, o peito que se aperta, o corpo que quer seguir os ritmos sozinho mas o cérebro não sabe como. Até por gostar TANTO, adiei o quanto pude. Tinha medo daquela dor toda. Achava que era dor demais para se viver no palco. Até me conhecer o suficiente para saber que vivia aquela dor no cotidiano e que era tudo aquilo, fibra por fibra.
Por outro lado, por um longo período tive conhecidos no flamenco (alguns profissionais, consagrados e buzuzu) que tinham uma postura tão pedante e nojenta sobre a dança deles, que fiquei desestimulada por muito tempo. Claro, eles estavam sempre comparando com a "loucura sem técnica" da dança árabe. Eu tinha a impressão que por mais que estudasse, por mais que eu me embrenhasse naquilo, meu conhecimento e minha dança estariam sempre muito aquém de seus narizinhos empinados. Hoje em dia mando tudo isso à merda, me dou o direito de encarar esse negócio e a tentar dançar exatamente como uma gitana, a mi manera.

Mas aí o tempo foi passando, escola era difícil, dinheiro era difícil. E me restava ainda o medo de estourar os joelhos com a combinação de corpo pesado + sapateado.
Mas aí eu vi o Paulo Marcelino dançando numa festa da Casa Z. Ele não é nada longilíneo, está bem fora do esteriótipo de "bailarino espanhol", mas tem uma precisão e atitude ao dançar impressionantes. E seus dois joelhos parecem ir muito bem, obrigada!

Foram várias conversas, a mudança pra Novo Hamburgo e outros arranjos. Mas o dia chegou! Minha primeira aula de flamenco!
Amei cada segundo, copiosamente, não tenho o menor pudor em dizer. Não é fácil, mas é menos difícil do que eu pensava. Quer dizer, se fosse há cinco anos atrás, eu não seguiria. Mas meu corpo foi bem educado nesse tempo e dá para enfrentar outra disciplina e outro código corporal, sim.
Para vocês terem idéia da fissura da pessoa: eu já os encomendei, mas meus sapatos ainda não chegaram (a pessoa calça 39 e não tinha no estoque, nhé). Mas eu precisava de sapatos... então fiz a aula com um par emprestado da melhor companhia de aula de dança desse mundo, Carol Klipel. Só que a Carol calça 37!>< Isso mesmo, dois números a menos que eu!
Não vou dizer que não doeu, quando eu pude tirá-los no final da aula foi um prazer inenarrável. Mas isso nem atrapalhou a aula, acreditam? A música me anestesia as dores do corpo!
Fato: foi fantástico. O resto vou contando depois, pois essa é uma jornada que está bem no comecinho, manjo muito pouco. Mas foi mais um daqueles muitos milagres dos quais minha vida está sempre cheia.

3 comentários:

Anônimo disse...

Amiga, que delícia! Tarô, flamenco, casa nova, dança cigana!
Esse ano é seu, hein?
Beijos!!!!!!!!!!!!!!!!

Lucy Linck disse...

Tudo de bom, querida amiga!
E eu estou tendo o privilégio de compartilhar contigo algumas dessas vivências!
Para completar a felicidade, só falta achar um horário pra voltar para a dança cigana!
Viu só como Novo Hamburgo é uma cidade gostosa de viver?
Beijos, com carinho,
Lucy

Cacá disse...

Sami me deixou com mais coceira no pé.
Que delicia ver que tu amou.
Bjão Carla!